— Quando chegarmos em casa, vosmecê pedirá desculpas ao Eduardo. Me entendeu minha filha?
Monica não olhou para seu pai, dificilmente ele lhe dava uma bronca, mau se lembrava da última vez que aconteceu, e agora ele tinha toda razão. Porque havia ido lá? Eles estavam casados e muito felizes juntos, enquanto ela insistia em correr atrás do que não era mais seu.
Eduardo era seu e deveria cuidar dele. Tinha a certeza que tudo se resolveria quando pedisse desculpas.
— Luzia pode avisar ao meu marido que cheguei. Preciso conversar com ele – disse a sua mucama.
Ela desviou os olhos encarando o chão.
— E agora o que foi?
— É que seu marido não esperou a senhora, só foi a sinhá sair ele pegou as malas e foisimbora.
Monica sentiu que o chão faltava em seus pés.
Seu pai a olhou, como se dissesse: Eu lhe avisei.
Balançou a cabeça negativamente com seus olhos se enchendo de lágrimas.
— Ora Luzia, escolheu um péssimo momento para brincar.
— Sinto muito. Ele deixou um recado.
Engoliu em seco.
— Que recado?
— Que não esperaria e que se a senhora quisesse que fosse atrás dele – disse apenada.
Seu pai se sentou com um longo suspiro.
— Monica, Monica – ele balançou a cabeça negativamente.
— Não se preocupe papai eu vou resolver isso – disse tentando parecer confiante.
— Posso ir com vosmecê se quiser – ele se ofereceu.
— Não. A culpa é toda minha e resolverei isso ao meu modo.
— E agora o que quer na casa de sua irmã? – Eduardo havia lhe perguntado com uma expressão severa, mas ainda não brava exatamente.
— Papai disse que ela não parecia bem, e realmente não me pareceu. Se há algo errado com a minha irmã eu devo saber.
— Não é necessário seu pai já está indo para resolver o assunto em que sua presença ajudaria?
— Ela precisa de mim e eu...
— Agora já chega! – ele gritou a interrompendo – Nós dois sabemos que não é por sua irmã que quer ir até lá e sim pelo senhor Coutinho.
Monica sentiu as faces queimarem, era verdade. Precisava saber se havia algo de errado com os dois, se o casamento estava bem, precisava disso para tentar seguir em frente.
— Não vou levar em conta suas palavras porque sei que está nervoso marido, mas vosmecê não irá me impedir de ir até lá.
Ele também ficou vermelho, suas narinas inflaram como se ele fosse gritar mais uma vez, porém ele deu as costas.
— Pode ir, mas não espere que eu esteja aqui quando voltar.
Monica não levou fé em sua ameaça. E agora voltando para casa não parou de remoer arrependida. Agora mais que nunca precisava de Eduardo, como faria a outra parte de seu coração esquecer de uma vez por todas João sem a ajuda dele?
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Minha Doce Rafaela
Historical FictionJoão Antônio Vaz Coutinho tem um problema. Ele é o tipo de homem que tem sorte nos negócios e azar no amor. E depois de estar apaixonado de maneira frustrada outras duas vezes em sua vida conhece Monica Oliveira, filha de um grande senhor de terras...