Capitulo 19

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              Rafaela não se lembrava ao certo como havia chegado ao quarto do marido só sabia que estava lá e ele estava cuidando dela.

— Isso é dor na consciência – gemeu.

— Vejo que está melhor – ela disse afagando seu rosto.

— Não muito, sinto sede – falou.

— Espere um pouco – ele disse.

Ela ouviu o som da água enchendo o copo que e se lembrou de algo da madrugada.

João conversando com dona Mercês.

— Não acho que seus chás estejam funcionando muito.

— Quem cuidava dos seus catarro era eu menino – ela disse a ele severamente por João estar duvidando de suas capacidades.

— Sabe do que ela precisa?

— Do que menino?

— De cachaça para tirar o catarro da garganta.

Rafaela não estava bem o suficiente para perceber se ele falava serio isso até ele colocar a boca da garrafa em seus lábios e derramar o liquido amargo e... queimava. Como ele gostava de engolir fogo?

Cuspiu tudo para fora, teve um crise de tosse, vomitou e depois disso não se lembrava o que havia acontecido.

— Sua garganta ainda está queimando? – ele perguntou se sentando ao seu lado.

— Um pouco – Colocou a mão na garganta percebendo que havia algo ali.

— O que é isso?

— É banha com sal e azeite. Dona Mercês garante que irá se sentir melhor com isso.

— É nojento – fez uma careta – e não gosto de nada apertando meu pescoço.

Tentou tirar, mas João segurou sua mão.

— Beba a água primeiro, e melhor não teimar com quem entende do assunto. Tentei isso ontem e não funcionou muito bem.

Então não foi um sonho, quase riu. Seu marido tinha cada ideia.

Ele colocou o copo em sua boca. Bebeu vagarosamente dessa vez satisfeita pelo liquido puro e sem gosto, aproveitando da agradável sensação de ter a mão dele em sua nuca erguendo sua cabeça para que não se engasga-se.

Quando terminou ele lhe limpou os cantos da boca com um lenço com todo o cuidado e zelo. Rafaela sentia corpo inteiro doer, mas não evitava de querer que ele a tomasse nos braços.

— Se eu lhe pedisse para me beijar, beijaria? – perguntou.

Ele encostou levemente os lábios nos dela.

— Precisa dormir e comer bem, para que pare de delirar.

— Por que diz que estou delirando?

— Porque ontem vosmecê me beijou, e obviamente correspondi.

Aquilo havia sido antes ou depois dele tê-la feito beber cachaça?

— Correspondeu? – disse tocando roupa para saber se estava inteira.

— O que está pensando criatura?

Sentiu o rosto esquentar.

— Na-nada.

— Bem que estaria precisando – disse – não haveria de querer sair da cama nunca mais.

— Não seja abusado.

Minha Doce RafaelaOnde histórias criam vida. Descubra agora