Capítulo 22

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              Haviam barraquinhas ao lado de enorme mesa ao centro para que todos pudessem sentar, ou amenos uma grande parte dos convidados. Ela havia sido o suficiente para o almoço, mas agora que a maior parte dos convidados havia chegado ficou claro que nem todos caberiam ali e por isso os criados se apresaram em colocar mesas menores ao redor da mesa principal.

As fogueiras ardiam enquanto as crianças brincavam ao seu redor e as mães gritavam cuidado. Rafaela se desfez das luvas e beliscava a comida sempre que tinha a oportunidade. Em uma delas viu como duas mulheres a olhavam como se medissem sua barriga.

— Senhor Coutinho!

João ergueu a cabeça e viu o geólogo, Guilherme Ferreira vindo em sua direção. Ele sorriu.

— Escolheu o momento perfeito para chegar, vamos servir o jantar daqui a pouco.

— Quem é? – Rafaela perguntou.

— Guilherme Ferreira senhora – ele se apresentou um pouco desajeitado olhando para seus olhos antes de desviar constrangido.

— Rafaela Coutinho – Ela estendeu a mão para cumprimentá-lo.

— É um prazer conhece-la – ele sorriu e voltou seus olhos a João – Imagino que não falaremos da mina hoje.

— É dia de festa, não vamos lembrar de problemas agora, aproveite porque depois teremos uma conversa longa e cansativa.

Ele assentiu ajeitando os óculos, e logo saiu para garantir um lugar para o jantar.

— Eu gostei dele, parece simpático – Rafaela lhe disse.

— É um bom sujeito, porém é formal demais – riu – acho que ele precisa de uma mulher.

— Vosmecês é terrível – ela riu também.

Antes do Jantar eles se reuniram com Joaquim, dona Mercês Benedito e Inácia.

— Senhores – Benedito o cumprimentou juntamente com o seu sogro e olhou para Rafaela e dona Mercês – senhoras.

Ele trazia Inácia em seu braço com uma expressão nervosa.

— Irei aproveitar que estão todos presentes, para pedir a mão da senhorita Inácia em casamento.

Rafaela bateu palmas, ela participava da alegria da amiga como se fosse ela mesma como sempre.

— É uma satisfação de estar aqui para ver isso – o senhor Joaquim disse também feliz – Porém o mais importante é sabermos a opinião da mãe da moça.

— Que que eu hei de dize – ela deu de ombros com um sorriso terno – os dois tem minha bença.

— Obrigada mamãe – ela sorriu a abraçando.

E assim a festa seguia, com as pessoas jogando versos, cantoria, comida e principalmente... Rafaela ria a cada momento, como se fosse a pessoa mais feliz da face da terra.

— Quer dançar comigo? – perguntou.

— Achei que o senhor havia me dito que era um desastre dançando. – ela o lembrou.

— E sou, mas hoje estou tão feliz que estou disposto a abrir uma exceção.

— Hum – ela disse passando as mãos pelas dobras do seu paletó – mas se esquece o senhor que eu tão pouco sei dançar.

— Não se preocupe, a jeito para tudo nessa vida – ele a puxou pela cintura rodopiando com ela evitando que os pés dela tocassem o chão.

— João pare! – ela riu o segurando com força temendo cair.

Minha Doce RafaelaOnde histórias criam vida. Descubra agora