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12 - Party disaster

Sarah Mitchell é uma das garotas mais patéticas que já conheci, eu pensei, enquanto sorria pra ela.

O motivo pro meu ódio repentino na nadadora se devia ao fato dela ter feito outra reunião aprovada pela diretoria no pátio de primavera em um sábado á tarde cujo meu plano original teria sido ficar no dormitório e colocar uma tonelada de deveres atrasados em dia.

Porém, eu precisava do voto da capitã do time de natação, assim como o do resto das pessoas populares, que agora se encontravam divididas entre votar em mim, a garota popular que ofuscava todos eles, ou votar em Erin, a menina que poderia me derrubar, mas levaria toda a hierarquia popular na qual eles se ancoravam junto. Era pra ser uma decisão fácil, já que ter um colégio comandado por um bando de nerds desesperados por atenção deveria ser basicamente o inferno pessoal de todo garoto popular, mas garotos populares — principalmente os ricos — poderiam ser bastante orgulhosos, e eles já estavam cansados de perder constantemente pra mim.

Principalmente, garotas como Sarah Mitchell, que parecia ter um certo prazer em me torturar nas suas conversas sobre história medieval, sabendo que eu teria que sorrir e concordar com ela se quisesse ganhar o seu voto.

Eu estava começando a ficar cansada de tentar agradar todo mundo.

Além de parte dos garotos populares, Erin também tinha os votos das pessoas que gostavam de deixar claro o seu ódio por mim e pelo sistema de popularidade no geral — ou seja, pessoas que nunca chegariam ao meu nível —, e isso a dava vantagem na competição, mesmo depois do meu salto semi-nua na piscina e preferência nos votos da parte masculina do internato.

Além de uma família que a amava, permissão para sair do internato em feriados e aparência física delicada, minha irmã também tinha como vantagem 13% dos votos a mais do que eu.

A festa feita por Sarah tinha, basicamente, o mesmo formato da primeira: limonadas, mesas de petiscos, música ao vivo e nenhuma bebida alcoólica. As diferenças eram sutis, como o fato dessa festa em questão ter sido feita em um dia mais quente que a anterior, além dos rostos de descontentamento dos outros convidados, que ansiavam por algo novo num colégio onde a rotina era sempre a mesma, e já haviam se cansado das festas politicamente corretas oferecidas por Sarah.

É impossível agradar adolescentes ricos oferecendo à eles sempre a mesma coisa, a não ser que estejam todos bêbados demais para colocarem em ação seu senso crítico. Razão pela qual festas feitas na casa do outro lado do rio eram sempre um sucesso, enquanto festas feitas por Sarah só eram aceitáveis se fossem feitas uma vez por ano.

Mas, mesmo assim, quando a garota de ombros largos me perguntou o que eu estava achando da festa, eu sorri sem mostrar os dentes e respondi, fingindo sinceridade:

— Maravilhosa.

— Espero que não fique esquecida por causa da festa que Evan dará hoje á noite. — Sarah comentou, e eu quase engasguei com a limonada.

— Evan vai dar uma festa? — Eu perguntei, deixando transparecer o desconforto que sentira na última meia hora de uma vez só.

— Sim, ele não te chamou? — Sarah bancou a inocente, porque sabia que a resposta era não. — Vai ser a noite, na casa do outro lado do rio. Por isso marquei a minha pra duas da tarde, ou ninguém apareceria. — Ela deu uma risadinha, sem perceber que as pessoas presentes queriam não ter aparecido independente do horário. — Posso falar com ele, se quiser.

Eu podia ver no rosto dela, junto com seu sorriso perfeito, que ela sentia uma satisfação imensa ao me oferecer ajuda pra ir numa festa, porque Skye Kendrick nunca deixava de ser convidada para os lugares — pelo menos, não antes da chegada de Erin Kendrick. Sarah Mitchell era uma das pessoas que votariam na minha irmã com prazer, mesmo que nunca admitisse isso em voz alta, e eu não fazia ideia de como subordiná-la ao meu comando como antes.