Especial de Natal - Luce Haes

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Oieee, decidi fazer um especial de Natal porque tava no clima, sei que tem muito tempo que a Skye não narra nada, mas não conseguiria postar o próximo capítulo e o especial a tempo (e tava muito querendo fazer o especial para vocês conhecerem um pouquinho da mãe da Skye antes de todos os problemas em que ela se meteu), mas o próximo já volta na narração da Skye.

E aí, o que vocês tão achando da história? Ta melhorando, piorando, médio? Deixem opiniões, to me sentindo meio insegura nos últimos dias e queria que vocês me dissessem o que tá faltando.

PS: Achei melhor fazer o capítulo em terceira pessoa porque não imaginava Luce narrando um livro, não sei porque, mas achei melhor assim. Espero que gostem!

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As coisas não costumavam ser fáceis para Luce Haes, mas ela acreditava que estavam prestes a melhorar.

Desde criança, ela estava acostumada com o sofrimento – vindo da falta de dinheiro, da falta de compreensão e da falta de carinho das pessoas que, supostamente, deveriam amá-la. Aos 22 anos, Luce sabia muito bem como era ser rejeitada, e essa era a última coisa que queria para sua filha, com menos de um ano, Skye.

Ela sabia que não era a melhor mãe do mundo: fumava demais – demais, demais –, não se preocupava com a organização do apartamento o suficiente e as vezes acordava triste demais para ter que se levantar e lidar com o peso da vida, mas estava disposta a consertar todos os seus pequenos defeitos, aos poucos, para dar a ela um futuro melhor.

No primeiro natal de Skye, ela até tentou fazer algo especial: comprou enfeites baratos que encantaram a garotinha – que babou em todos eles – e fez o seu melhor para cozinhar uma receita de carne com batatas que vira na internet – o que quase fez com que ela colocasse fogo no apartamento e terminasse comendo batata palha, frustrada, no sofá manchado de papinha de bebê.

Sim, as coisas não estavam fáceis. Ela havia sido recentemente despedida do emprego de garçonete por excesso de faltas – os dias tristes em que ela se arrastava para fora da cama ficando cada vez mais frequentes –, não tinha ideia de como pagar o aluguel da espelunca em que morava e trazia homens cada vez piores para o apartamento, seu nível de exigência caindo a cada bebida barata que virava no bar do outro lado da rua.

O lado bom de atingir o ponto mais baixo de sua vida, é que as coisas não podiam ficar piores. Definitivamente, Luce estava no fundo do poço, e não conseguia olhar para um ponto da sua vida onde as coisas estavam indo bem, mas tinha esperanças de que melhorariam dali para frente – afinal, não podiam piorar mais, certo?

Mesmo quase dois anos depois, ela ainda não conseguia superar a rejeição de Jared. Se fechasse os olhos por um instante, conseguia se lembrar com clareza da última conversa que tiveram, enquanto ele saia do banho, atrasado para a aula da faculdade e ela se encontrava deitada na sua cama do dormitório, fingindo que as coisas ainda eram as mesmas.

– Como você reagiria se eu te dissesse que estou grávida? – Ela perguntou, enquanto ele vestia a roupa.

Jared e Luce haviam se conhecido no Ensino Médio e, durante bastante tempo, foram o casal de filme: completamente apaixonados um no outro e sem se importar com o que as outras pessoas pensavam. Quando Jared entrou na faculdade, porém, as coisas mudaram – ele conheceu novas pessoas, mais interessantes, e de repente parecia que Luce já não estava mais no seu nível.

De namorada, ela passou a ser apenas uma ligação no final da noite para um sexo rápido, mas estava determinada a conquistar de volta seu lugar no coração do homem que amava, e ter um pedacinho dele crescendo em sua barriga poderia muito bem ajuda-la.

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