Más Intenções | ✓

EXTRA - Erin's point of view

Oi gente!! Eu sei, é um capítulo extra na quinta-feira narrado por uma pessoa que grande parte dos leitores odeia (risos), mas é MUITO importante, porque explica o motivo de Erin estar alegre na festa de Evan (aquele momento em que a Skye viu e odiou), além de mostrar que daqui pra frente, essa personagem em especial vai mudar grande parte das suas atitudes. Espero que gostem!

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       ERIN KENDRICK NARRANDO.

Na semana que sucedeu minha suspensão e o adiamento por tempo indeterminado das eleições, tomei uma das decisões mais importantes da minha vida.

Eu decidi mudar.

Durante toda a campanha, eu concentrei tudo que eu tinha — e tudo que havia roubado — no objetivo de conseguir ser eleita a presidente do grêmio estudantil, tudo isso para que, no fim, eu me auto sabotasse e perdesse a única coisa em que eu conseguira ter algum êxito desde que havia colocado os pés no Internato: a própria eleição.

Tudo o que eu estava enfrentando naquele momento eram consequência de atos únicos e exclusivamente meus. Ao contrário da minha irmã, eu sempre soube disso, e nunca tentei tirar a culpa ou a responsabilidade das minhas ações, mas também estava cansada de me lamentar pelos erros que cometi.

Então, depois de limpar os cartazes e o refeitório com Andrew e Skye, me olhando no espelho do banheiro e chorando baixinho para que minha colega de quarto não ouvisse, eu decidi que estava cansada daquilo. Estava cansada de ser a garota com os cabelos bagunçados e aparência infantil que só sabia se colocar pra baixo e chorar pelas coisas que perdeu, cansada do jeito em que as pessoas olhavam pra ela como se ela fosse digna de pena, e cansada de olhar pra ela no espelho e perceber que ela realmente era digna de pena.

Eu não queria mais ser aquela garota.

Então, no meu primeiro dia de suspensão, depois de vestir meu uniforme pra poder almoçar no refeitório, eu larguei o elástico roxo do qual meu cabelo estava tão acostumado em cima da escrivaninha e penteei meus cachos até gostar de como eles ficavam soltos. Foi uma mudança sutil, que ninguém pareceu notar, mas que mesmo assim fez com que eu fosse dormir sorrindo, e de cabelo solto.

No segundo dia, eu fui até a secretária e finalmente me inscrevi nas aulas extras de pintura que eu quisera ter coragem de fazer desde que entrei no Internato, mas que sempre tive receio de começar. As aulas eram na sexta, e o processo de inscrição em si não durou menos do que cinco minutos. Fiquei ansiosa e nervosa pro dia seguinte — sexta-feira —, mas o ato de finalmente dar o primeiro passo fez com que eu me sentisse um pouco mais satisfeita com quem eu estava me tornando.

No terceiro dia, eu fiz um novo amigo.

Ele era o único garoto na turma de pintura, e isso em si já despertava a atenção de todas as outras garotas da classe. Além do mais, ele era muito bonito. O que me fez gostar dele logo de cara, porém, foi seu estilo: completamente diferente do que se espera de um garoto bonito, ele usava óculos de grau e suéter marrom, além de segurar a palheta de um jeito estranho.

Passei quase a aula toda, assim como as outras garotas, prestando atenção nele, mesmo que por motivos completamente diferentes dos delas. Ele percebia a atenção que recebia do resto da turma e, estranhamente, parecia odiar, o que eu achei divertido de assistir.

Pensei em conversar com ele na sexta-feira seguinte, como em um dos testes diários que eu havia me submetido a seguir, mas o garoto não esperou uma semana pra falar comigo, e assim que a aula acabou, ele puxou papo sobre o meu desenho medonho na tela, parecendo mais nervoso que eu.