Capítulo 25: 26 de Novembro (Parte II)

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Ramona não estava se sentindo bem, era seu aniversário e tudo o que ela conseguia sentir era um aperto no peito. Arthur estava certo, eles não poderiam seguir com aquilo. Tudo que existia entre os dois era amizade, nada de paixão. Mas o relacionamento dos dois estava tão confortável, que parecia ser certo. Todos achavam isso. E esse foi o maior erro dos dois, deixar que outras pessoas influenciassem na sua relação.

Ao mesmo tempo em que se sentia extremamente triste e humilhada, Ramona se sentia mais leve. Era como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros e ela poderia voltar a viver sua vida sem desastres amorosos por um tempinho. O problema mesmo seria quando ela chegasse em casa e contasse para todos que eles não estavam mais juntos.

Iria vir aquela chuva de “ah mas vocês eram perfeitos juntos” e “ah ele vai voltar a atrás” ou quem sabe “mas o que você fez para ele terminar?”. Seria uma tortura por alguns dias, principalmente pelo fato de todos estarem apoiando o casal.

Arthur havia insistido em levá-la para casa, mesmo que ela estivesse super a fim de ir andando para poder pensar sobre o que acontecera. Aquela situação era muito estranha, e ela sabia que Arthur sentia o mesmo. Os dois estavam sentindo a pressão em suas costas. A única coisa que ela queria agora, era tirar aqueles saltos e se enfiar em um pijama e se deliciar com alguma besteira que estivesse na geladeira.

De longe, esse era um de seus piores aniversários. Só perdia para o seu aniversário de dezesseis, que  fora uma catástrofe.

Ramona não era do tipo que ligava para presentes, por isso não se surpreendera quando recebera apenas quatro. O de sua família e o de Eliza. Ela não sabia se poderia considerar o jantar de Arthur um presente, porque ele fora deveras estranho. Se ela estivesse na Inglaterra, iria receber uma porção de pijamas da família de seu pai, e isso sempre a fazia doar uma porção no fim do ano.

Alguma de suas tias iriam lhe dar algumas roupas que estavam na moda e quem sabe algum sapato. O que ela mais recebia da família era maquiagem e toucas, já que a Inglaterra não era o lugar mais quente do mundo. E aí, chegaria a vez de seus amigos lhe darem presentes, que sempre consistiam em objetos nerds e estranhos, que faziam a avó de Ramona fazer o sinal da cruz dizendo que aquilo não era de Deus.

Ramona nunca brigou com a avó por causa disso, já que os objetos eram mesmo estranhos e a senhora não era tão nova assim para conseguir compreende-los.

-Chegamos! - Ramona deu um pulo no banco, ela estava tão perdida em pensamentos que nem percebera que o carro estava estacionado na porta de sua casa.

Arthur desceu do carro sendo seguido pela garota, que não estava entendendo o porquê de ele levá-la até a porta.

-Você vai entrar?- ela franziu as sobrancelhas.

-Claro! Você acha que seu irmão me deixaria vivo se eu só te deixasse na porta?- Ramona mordeu o lábio, ela queria perguntar se ele pensava que Luke teria uma boa reação ao saber que ele havia lhe chutado justo no dia de seu aniversário, mas se dignou a arquear a sobrancelha.

-Você está com medo de um garoto de dezesseis anos?-ele bufou, e empurrou Ramona em direção a porta.

Depois de uma luta para achar a chave dentro da bolsa, o chão havia ficado cheio de papéis de bala que ela tinha ali dentro. Quando por fim conseguiu achá-la e destrancar a porta, estranhou o fato de a família não estar, como de costume, sentados na sala vendo TV.

-Mãe?- gritou, era só o que lhe faltava. Sua família havia lhe abandonado em pleno aniversário?

-Aqui nos fundos querida!- A voz de Martha ecoou na casa vazia, e eles seguiram para a área da piscina.

As Paixões de RamonaOnde histórias criam vida. Descubra agora