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Ramona não estava se sentindo bem, era seu aniversário e tudo o que ela conseguia sentir era um aperto no peito. Arthur estava certo, eles não poderiam seguir com aquilo. Tudo que existia entre os dois era amizade, nada de paixão. Mas o relacionamento dos dois estava tão confortável, que parecia ser certo. Todos achavam isso. E esse foi o maior erro dos dois, deixar que outras pessoas influenciassem na sua relação.
Ao mesmo tempo em que se sentia extremamente triste e humilhada, Ramona se sentia mais leve. Era como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros e ela poderia voltar a viver sua vida sem desastres amorosos por um tempinho. O problema mesmo seria quando ela chegasse em casa e contasse para todos que eles não estavam mais juntos.
Iria vir aquela chuva de “ah mas vocês eram perfeitos juntos” e “ah ele vai voltar a atrás” ou quem sabe “mas o que você fez para ele terminar?”. Seria uma tortura por alguns dias, principalmente pelo fato de todos estarem apoiando o casal.
Arthur havia insistido em levá-la para casa, mesmo que ela estivesse super a fim de ir andando para poder pensar sobre o que acontecera. Aquela situação era muito estranha, e ela sabia que Arthur sentia o mesmo. Os dois estavam sentindo a pressão em suas costas. A única coisa que ela queria agora, era tirar aqueles saltos e se enfiar em um pijama e se deliciar com alguma besteira que estivesse na geladeira.
De longe, esse era um de seus piores aniversários. Só perdia para o seu aniversário de dezesseis, que fora uma catástrofe.
Ramona não era do tipo que ligava para presentes, por isso não se surpreendera quando recebera apenas quatro. O de sua família e o de Eliza. Ela não sabia se poderia considerar o jantar de Arthur um presente, porque ele fora deveras estranho. Se ela estivesse na Inglaterra, iria receber uma porção de pijamas da família de seu pai, e isso sempre a fazia doar uma porção no fim do ano.
Alguma de suas tias iriam lhe dar algumas roupas que estavam na moda e quem sabe algum sapato. O que ela mais recebia da família era maquiagem e toucas, já que a Inglaterra não era o lugar mais quente do mundo. E aí, chegaria a vez de seus amigos lhe darem presentes, que sempre consistiam em objetos nerds e estranhos, que faziam a avó de Ramona fazer o sinal da cruz dizendo que aquilo não era de Deus.
Ramona nunca brigou com a avó por causa disso, já que os objetos eram mesmo estranhos e a senhora não era tão nova assim para conseguir compreende-los.
-Chegamos! - Ramona deu um pulo no banco, ela estava tão perdida em pensamentos que nem percebera que o carro estava estacionado na porta de sua casa.
Arthur desceu do carro sendo seguido pela garota, que não estava entendendo o porquê de ele levá-la até a porta.
-Você vai entrar?- ela franziu as sobrancelhas.
-Claro! Você acha que seu irmão me deixaria vivo se eu só te deixasse na porta?- Ramona mordeu o lábio, ela queria perguntar se ele pensava que Luke teria uma boa reação ao saber que ele havia lhe chutado justo no dia de seu aniversário, mas se dignou a arquear a sobrancelha.
-Você está com medo de um garoto de dezesseis anos?-ele bufou, e empurrou Ramona em direção a porta.
Depois de uma luta para achar a chave dentro da bolsa, o chão havia ficado cheio de papéis de bala que ela tinha ali dentro. Quando por fim conseguiu achá-la e destrancar a porta, estranhou o fato de a família não estar, como de costume, sentados na sala vendo TV.
-Mãe?- gritou, era só o que lhe faltava. Sua família havia lhe abandonado em pleno aniversário?
-Aqui nos fundos querida!- A voz de Martha ecoou na casa vazia, e eles seguiram para a área da piscina.
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As Paixões de Ramona
Teen FictionO plano de Ramona era não se apaixonar. País novo, escola nova, vida nova. Até aí tudo bem, mas para alguém que se apaixona facilmente, não será fácil resistir aos encantos dos irmãos Wright - o sonho de consumo das meninas do High School - e em mei...