Ramona não fora para a biblioteca, ela ficou andando até a escola começar a encher. Ela não estava com cabeça para ir para a aula, mas ela precisava daquilo. Principalmente agora que estavam quase se formando, seria horrível ficar de recuperação e não poder se formar. Mas seus pensamentos estava tão
confusos, que a única coisa que ela queria fazer é se enrolar nas cobertas quentinhas de sua cama e ficar lá até tudo passar.Foi estranho quando Ramona o viu, digo, viu o Blake.
E foi como se ela levasse outra facada naquele coração partido, quando viu que ele estava abraçado com Juliana. Ela não estava preparada para isso,
mesmo que tivesse jurado de pés juntos para Martha que não sofreria se o visse com a brasileira.Mas doeu.
Mesmo ela sabendo que ele estava apaixonado por ela, doía saber que ele se sentia mais a vontade com a Juliana do que com ela.
Mudou o caminho e decidiu matar o primeiro tempo, que seria de história, onde teria que passar uma aula com aqueles dois. Ficou no banheiro, atualizando as redes sociais e vendo as novidades da música. Ela estava se sentindo mal. Mal com tudo o que estava acontecendo com a sua vida, mal por matar aula, mal por Blake.
Ali, dentro daquela pequena e fedorenta cabine de banheiro, ela decidiu que tiraria um tempo para pensar. Parar para refletir, igual ela fazia em Newcastle sempre que brigava ou terminava com algum de seus namorados. Ela aprendera isso com seu pai, sempre que a barra pesava e ele não aguentava mais, saía para um lugar que trouxesse paz, e ficava por lá até se sentir em paz.
Todos nós precisamos disso uma, ou mais, vezes na vida. Precisamos de um momento só nosso para colocar tudo em ordem.Fugir, se retirar de tudo que te estressa, tudo o que te deixa para baixo.
Desligar-se do mundo.
Quando deu o horário de ir embora, ela saiu apressada. Havia mandado uma mensagem para Martha dizendo onde estaria e que precisava de um tempo só para ela. Saiu pela saída alternativa, que quase ninguém usava apenas para não dar satisfações para os amigos.
-Ramona! - alguém puxou seu ombro. Ela gelou, conhecia aquela voz muito bem, e ela lhe tirara o sono durante esses últimos dias. Ela não virou para trás para encará-lo, seus olhos já enchiam d‟água, ela queria abraçá-lo e dizer que estava ali por ele. Mas ela não podia. Não agora.
-Precisamos conversar - Ele interpreta o silencio da garota como uma deixa para se aproximar, ela suspira e sacode a cabeça, em negativa. Ela não podia, não agora. Ela precisava se entender, para então entendê-lo.
-E..eu não p..posso agora - ela gaguejou. Como ela era fraca, não podia falar firmemente e sem demonstrar que estava nervosa? Ela tirou a mão de seu ombro e se afastou.
- Eu preciso fazer uma coisa.
-Ah - foi tudo o que ele disse, e ela aproveitou para escapar dali. Sentiu o olhar de Blake a acompanhar até os portões, depois, tudo o que ela sentiu foi um vazio.
O Maymont Park era um lugar inacreditável, na primeira vez que estivera ali, ela não conhecera quase nada. O minizoologico era apaixonante, tinha um urso. Um URSO! Como que ela não tinha visto isso na primeira vez que estivera ali? Tinha uma área de animais de fazenda, e Ramona se imaginou vivendo em uma. Era uma pena, mas ela não nascera para ser do campo.
Tinha medo dos animais que poderia encontrar lá e não sabia lidar muito bem com a natureza de forma bruta.
A prova disso foi quando ela pisou em um pouco - bem pouco mesmo - de
esterco de cavalo. Ela quis chorar, e depois, amputar o pé. Mesmo depois de todo drama, o Maymont Park fora declarado o seu lugar favorito naquela cidade.
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As Paixões de Ramona
Teen FictionO plano de Ramona era não se apaixonar. País novo, escola nova, vida nova. Até aí tudo bem, mas para alguém que se apaixona facilmente, não será fácil resistir aos encantos dos irmãos Wright - o sonho de consumo das meninas do High School - e em mei...