Capítulo 18: Amigos?

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-Não somos amigos Ramona - soltou ríspido e ela arregalou os olhos, mas ele sacudiu a cabeça em repreensão -  me desculpe!

-ah... tudo bem - ela estava sem reação, ele havia pedido desculpas. Isso sim era estranho - Você só está estressado.

-Não, sério, e desculpe. Eu não devia ter dito tudo àquilo para você - ele deu de ombros - você não tem culpa.
Ela queria muito ter respondido, mas ela estava chocada demais para isso. Ele estava pedindo desculpas. E isso meus caros leitores, era a coisa mais estranha que ela já vira na vida. Ela o encarou por vários minutos até sacudir a cabeça.

-Blake, está tudo bem, eu juro.

Ele a fitou com duvida, procurando ver um sinal de mentira, mas Ramona não era do tipo que guardava magoas ou rancor, ela preferia desculpar a pessoa de uma vez e ficar livre de um peso nas costas. Ele afirma e ficam em silêncio, observando o tempo.

-Sabe, eu gosto muito dessa banda - ele aponta para a camiseta e Ramona abre um sorriso.

-Essa dupla no caso - ele deu de ombros - eles são tão encantadores - suspirou encantada.

-Sim, se você considera um maluco pintado de preto e outro com o cabelo colorido encantadores - ela riu da ironia, mas ela os achava mesmo. Um latido familiar ecoa pelo quintal e Ramona sorri animada.

-Lobinho!

-É Tyrion!-Blake corrigiu, mas ele não sorria como a garota. Era possível ouvir os gritos desesperados de Arthur e de Lawanda dentro da casa, e os latidos esganiçados do cachorro. Ramona e Blake ficam parados, em silêncio ouvindo a gritaria, ela é claro, segurando a risada.

Quando por fim faz silêncio, Tyrion surge dos fundos da casa correndo com uma imensa alegria em direção aos dois, Ramona até tentou se proteger mas ele corria em uma velocidade absurda e chegou mais cedo do que o previsto saltando em cima dela e caindo na areia com ela por baixo.

-Puta que pariu - Blake riu ao ouvi-la falando palavrão, e se levantou para tirar o cachorro de cima da garota, que se contorcia tentando se livrar das lambidas que ele investia em seu rosto.

-Tyrion, você não pode sair atacando as pessoas! - ele disse em tom sério, mas queria muito rir. O cachorro se encolheu com o tom do dono - Vamos, levante! - ele estendeu a mão para Ramona. Ao tentar esticar o braço ela sentiu uma enorme fisgada e gemeu de dor.

-Droga, está sangrando! - seu cotovelo estava encharcado de sangue e tinha areia no ferimento fazendo-o arder mais.

-Está doendo? - Blake não se sentia muito bem em ver outras pessoas machucadas, Ramona bufou com a pergunta. Era óbvio que estava doendo.

Ela fez força para levantar e seus olhos se encheram d’água, ela era fraca para machucados, até um corte minúsculo no dedo a fazia chorar.

-Você precisa ensinar bons modos para o seu cachorro! - ele deu de ombros e a puxou para os fundos da casa, Ramona observava tudo com atenção, mesmo sem ver o interior.

-Você pode lavar seu braço aqui - ele apontou para uma torneira, eu vou arrumar algo para enrolar aí - apontou para o machucado e saiu, deixando-a sozinha com a torneira.

Quando voltou, a encontrou da mesma forma observado o pequeno objeto de metal, com uma feição desesperada.

-Eu não vou lavar meu braço nem que me paguem! - murmurou, ela estava morrendo de medo de lavar o machucado.

-Por Deus! Não me diga que está com medo?-Ela sacudiu a cabeça concordando e Blake xingou - Não vai doer - Mas ela sabia que era mentira, doía mais que tudo. Quantas vezes ela já se machucou e teve que lavar o ferimento? Dores assim a gente não esquece.

As Paixões de RamonaOnde histórias criam vida. Descubra agora