Bônus 2

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Olá, amores lindos do meu coração.

Obrigada pelo carinho, pelas palavras e pela compreensão de cada um de vocês.
Vocês têm um lugar especial no meu coração.
❤❤❤❤


Fecho o livro sentindo um aperto no peito. Apesar de ser apenas uma obra fictícia, o mais difícil é saber que as barbaridades cometidas nos campos de concentrações durante a Segunda Guerra Mundial, realmente aconteceram e foram ainda mais monstruosas do que algum dia poderemos imaginar.

O homem foi criado a imagem e semelhança de Deus, mas tornou-se o pior monstro já existente. Deus deu ao ser humano a liberdade para fazer suas escolhas, deixou que seu Filho viesse ao mundo sofrer e se sacrificar por nós, demonstrando mais uma vez o Seu tão infinito amor. Porém, o homem é tão soberbo, cruel e egoísta, que mata o próximo apenas para ver a queda, o sofrimento, para destruir aqueles que são considerados inadequados para fazer parte da sociedade.

Minha vida no orfanato não foi fácil, mas nada é comparado ao inferno vivido pelas vítimas do Nazismo naqueles abatedouros dos campos de concentrações e extermínio. Homens, mulheres, idosos, jovens, grávidas e crianças indefesas. Sem falar naqueles mortos dentro de suas próprias casas por serem considerados de uma "raça inferior", impura para viver junto dos alemães puro-sangue. Os Nazistas e seus colaboradores foram responsáveis pela morte de aproximadamente 14 milhões de pessoas, incluindo 6 milhões de judeus, o que representava dois terços da população semita da Europa. Outros grupos perseguidos incluíam os poloneses, comunistas, homossexuais, testemunhas de Jeová, sindicalistas, entre outros.

Apesar de gostar de estudar e assistir sobre assuntos referentes a Segunda Guerra Mundial, sempre fico imensamente triste ao pensar nos milhões de vidas, histórias e famílias destruídas por tão pouco.

"Por que está chorando?" Ouço a voz preocupada de Kai. Ele está sentado ao meu lado no banco do jardim, onde me sento quase todas as tardezinhas.

"Você sempre chega assim, silencioso." Passo as mãos nas poucas lágrimas que molham meu rosto.

"O menino do pijama listrado." Ele pega o livro e faz uma careta engraçada. "Achei que preferia Jane Austen e os romances trágicos de Nicholas Sparks, já que devorou todos os que tinham na biblioteca."

"E prefiro. Só que esse é para um seminário que terei que apresentar semana que vem." Respiro fundo, o que é um tremendo erro, já que o perfume de Kai quase me faz suspirar. Droga! Por que ele tem que cheirar tão bem e ser absurdamente lindo? Assim fica difícil manter a promessa de não me encantar por ele.

"Se precisar de ajuda, pode contar comigo. Modéstia a parte, sempre fui um excelente aluno." Ele dá aquele sorriso de tirar o fôlego.

"Obrigada." Depois disso ficamos em um silêncio confortante, observando o céu sendo pintado de diferentes tons alaranjados, enquanto sol se põe.

É a primeira vez que fico sozinha com Kai desde aquela noite há duas semanas, quando ele disse estar interessado em mim. Duas semanas em que ele vem quase todas as noites visitar a mãe e tenta se aproximar. Se tia Josette percebeu alguma coisa, não falou nada. Pelo menos não para mim.

Não sei se posso confiar em Kai. Gostaria muito, mas tenho medo de decepcionar tia Josette e também de sofrer uma decepção amorosa. A vida real é tão diferente dos romances que leio, em que a mocinha sempre fica com seu príncipe, que na maioria das vezes está mais para sapo e no decorrer da história é transformado pelo o amor. O que mais há no mundo são lobos em pele de cordeiro.

"Eu já disse, Bonnie. Não precisa ter medo. Pode confiar em mim." Kai coloca a mão sobre a minha. Ela é tão macia, grande e quente. Levanto o rosto e percebo como ele está próximo. "Eu não quero te fazer mal. Realmente gosto de você. De um jeito completamente diferente e estranho." Com a mão livre, Kai acaricia meu rosto. "Aceita ir ao cinema e depois jantar comigo? Amanhã que é sábado?"

Corações Feridos✔Onde histórias criam vida. Descubra agora