Capítulo 26

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Caroline odiava, detestava e desprezava Niklaus Mikaelson. Homem irritante e intragável que a tirava do sério.

"O que houve, querida? Passou o jantar inteiro calada." Deixou a revista de lado e olhou para a tia, que folheava uma revista de vestidos. Estavam escolhendo um modelo para Abby usar em seu primeiro jantar oficial e social com Silas. "Percebi que você e o Klaus já se conheciam."

"Nem me fale daquele ser energúmeno! Ele é desprezível, tia! Se acha a última lichia da geladeira." Bufou irritada. "Acha que todas as mulheres devem se jogar aos pés dele e abrir as pernas quando estalar os dedos. Eu não consigo acreditar que tio Silas é amigo daquele homem."

"Cuidado porque tanto ódio e desprezo costumam se transformar em amor."

Caroline franziu o cenho e olhou atravessado para a tia. Preferiu nem responder, afinal, só se estivesse louca para se apaixonar por um homem tão cheio de si como Niklaus Mikaelson.

"Sua esposa além de linda é muito inteligente, meu amigo." Caroline revirou os olhos ao ver o tio e o encosto entrando na biblioteca. Se soubesse que o infeliz estaria jantando na casa dos tios, ela não teria nem saído de casa naquela noite. "Já falei que nunca desisto do que quero Caroline. Ainda será minha esposa e mãe dos meus cinco filhos." Klaus se aproximou de Abby. "Foi um prazer conhecer a única mulher que meu amigo já amou. Agora vejo a felicidade no rosto dele. Silas é um bom homem e fico feliz que tudo tenha se acertado entre os dois."

Klaus segurou as mãos de Abby e sorriu verdadeiro. Finalmente via seu amigo e colega de trabalho de longa data verdadeiramente feliz e completo. Agora entendia as razões para que Silas jamais conseguisse manter um relacionamento longo com mulher alguma durante todos aqueles anos. A outra metade dele era Abby e somente com ela, Silas poderia construir uma vida e família.

"Obrigado pelo jantar. Estava delicioso." Beijou as mãos dela. "Agora que estou em Nova York, espero que me convidem mais vezes para participar das refeições. Principalmente se a bela Caroline estiver presente." Voltou-se para a loira, que o fuzilava com os olhos e piscou para ela. "Sua sobrinha é muito linda, Silas. Dessa vez tenho certeza que seremos da mesma família."

"Só se você casar com o meu primo Tyler, que é gay e louco por loiros." Caroline respondeu ácida, fazendo Klaus gargalhar.

"Vocês dois não cansam de brigar?" Silas abraçou Abby pela cintura e lhe beijou os cabelos. "Passaram o jantar inteiro nessa picuinha."


(...)


Já tinham saboreado a salada de couve e o bife recheado à parmegiana. Agora, Bonnie tinha diante de si, uma enorme fatia de torta de chocolate, que com certeza deveria ser uma das sete maravilhas do mundo.

"Doces sempre foram sua perdição. Marie vivia escondendo-os de você." Kai, que não era muito fã de doces, tomava seu costumeiro café amargo.

Ele estava sentado do outro lado da mesa e as sombras das chamas das velas, banhavam seu rosto, dando-lhe um aspecto misterioso e ainda mais bonito.

"Mas agora já posso comer. Claro, que com moderação." Engoliu mais um pedaço do doce, que derretia em sua boca. Olhou para Kai, que também lhe olhava fixamente e resolveu fazer a pergunta que rondava sua mente desde cedo. "Hoje, você disse algo sobre dar sua vida por mim e Valentina. Isso tem algo relacionado com o tiro que levou?"

Ele desviou o olhar e colocou a xícara de café sobre a mesa. Parecia perdido em pensamentos quando começou a falar.

"Encontraram o atirador, mas ele estava morto." Sua voz estava sombria assim como seu semblante. "Não sabemos quem é o responsável, Bonnie, ou se há mesmo alguém por trás do que houve. Por isso, enquanto não descobrirmos a verdade, peço que não saía sozinha. A segurança foi reforçada e de agora em diante, Malcolm cuidará pessoalmente de sua segurança e de Valentina."

"Você acha que é mesmo necessário?" Perguntou apreensiva diante da possibilidade de acontecer alguma coisa.

Kai colocou a mão por cima da dela, apertando-a. Ele tinha um sorriso reconfortante, que dava a Bonnie uma sensação de segurança.

"Nada mudará. Não terá sua privacidade invadida e nem perceberá que está sendo acompanhada. Malcolm me garantiu, que os seguranças são profissionais de extrema confiança. Lembre-se, que agora temos uma filha, que além de herdeira dos Parker, também carrega o sangue dos Petrova. Silas é um advogado muito respeitado em Londres e ao longo dos anos também colecionou algumas inimizades por causa da profissão. Então, todo cuidado é pouco."

Tudo o que Kai expôs era coerente. Não poderia arriscar a segurança de Valentina, principalmente, porque ainda não tinham descoberto nada a respeito do atentado contra Kai. Mas quem poderia ter tentado matá-lo, se Kai não tinha inimigos? Ele não era do tipo sociável, mas estava sempre disposto a ajudar o próximo. Não foram poucas as vezes em que testemunhou seus atos de generosidade com os funcionários e até mesmo com desconhecidos. Apesar de todo o dinheiro que possuíam, os Parker não viviam presos na superficialidade que o "mundo" deles oferecia.

A mão de Kai apertou a sua, chamando sua atenção. Ela o olhou e forçou um sorriso, porém, não soltou a mão da dele, pois lhe era reconfortante.

"E você, Kai? Quem cuidará de sua segurança se Malcolm estará comigo? Eu não sei nem o que faria se algo assim voltasse a acontecer." Tinha um bolo preso em sua garganta que esmagava seu peito. "Não tem noção do que senti quando você..."

Kai deu a volta na mesa e se ajoelhou ao lado de Bonnie. Segurou o rosto dela e afagou as bochechas quentes e macias. As chamas das velas davam um aspecto dourado aos olhos esverdeados de Bonnie. Ela era tão linda e delicada, aumentando ainda mais o instinto protetor e o amor de Kai.

"Eu estou aqui, Bonnie. Posso ter sido um tremendo idiota uma vez quando a deixei escapar tão facilmente por entre meus dedos, mas não repetirei o mesmo erro." Beijou o nariz dela e sorriu. "Quando entrei no quarto de Valentina e a vi ali com nossa filha, tirou um peso enorme de minhas costas." Colou a testa na dela. Os dedos de ambos entrelaçados. "Não tem ideia de como tive medo de não tê-las mais aqui em nossa casa, que se decidisse por não mais voltar..." Kai respirou fundo. "Quando levei aquele tiro, só pensei que não poderia acabar daquela forma. Eu precisava ficar vivo por vocês duas. Sei que Silas e Abby estão por aqui, mesmo assim, não poderia mais deixá-las, não poderia e não posso mais falhar com nenhuma das duas."

As lágrimas já molhavam o rosto de ambos, mas eles não se importavam, afinal, o choro não significa fraqueza, pelo contrário. Somente os fortes mostravam seus lados mais frágeis sem se importarem com a opinião alheia.

"Eu te amo, Bonnie. Amo tanto que às vezes chega a doer. Eu ainda serei digno de seu amor e passarei o resto de meus dias, fazendo o impossível para me redimir dos erros que cometi com você." As respirações deles se misturavam. "Até meu último suspiro lutarei por você."

O polegar dele deslizou cuidadosamente da bochecha até os lábios cheios dela.

"Kai..." Ela suspirou com o contato, sem forças para repelir o ato. Como sentira falta dele. Não poderia negar a si mesma, que ainda o amava e desejava-o tanto ou mais que antes.

Não soube como, mas quando percebeu, seus lábios estavam movimentando-se em perfeita sincronia.

Borboletas faziam uma festa em seu estômago.

Seu coração parecia estar correndo uma maratona.

Seu sangue transformara-se em larvas incandescentes, queimando seu corpo e sua alma.

Oh, quantas vezes havia sonhado com aquele momento! Depois de tantos meses era como tocar o céu com as mãos outra vez.















Nota: Beijo Bonkai.
😍😍

Klaus gostoso sendo direto. 😍😍

Corações Feridos✔Onde histórias criam vida. Descubra agora