Corações Feridos✔

Capítulo 22

Era um dia de felicidade, pois, finalmente, poderia levar a filha para casa. Sua pequena se mostrava uma grande guerreira, que a cada dia vinha ganhando peso e se tornando cada vez mais forte.

Aos dez dias de vida, Valentina conseguira mamar pela primeira vez. Não foi fácil fazê-la sugar, mas aos poucos, ela foi se acostumando e quando estava nos braços de Bonnie, já procurava o seio em busca de seu alimento predileto.

Para Bonnie, a primeira amamentação da filha foi como tocar o céu com as mãos. As lágrimas de orgulho e felicidade não eram derramadas só  por ela, mas também por Abby e Elena. A última, aproveitava as férias para acompanhar a melhor amiga nas visitas. Sempre com um celular nas mãos, Elena gravava vídeos e tirava fotos de cada vitória de Valentina, depois enviava para Bonnie, que por sua vez, mandava para Kai.

Falando em Kai, Bonnie sentia a falta dele mais do que admitia. Infelizmente, os quatro dias tinham se transformado em três semanas. Depois de tudo resolvido em Miami, Kai teve que ir para o México, por causa de um incêndio, que provocou a morte de dois funcionários e ferimentos graves em quatro hóspedes. Ainda esperavam sair o resultado da perícia para se saber as causas do incêndio, assim como a Rede de Hotéis Parker estava auxiliando as famílias das vítimas, por estas razões, Kai resolveu ficar no país para supervisionar e tentar acelerar as coisas.

Kai poderia estar fisicamente longe, porém, fazia-se presente todos os dias. Fosse através das duas flores (uma rosa para Valetina e um copo-de-leite para Bonnie), que enviava todas as manhãs para a casa dos pais dela, ou pelas três ligações diárias que fazia para saber de Bonnie e da filha.

Era tão fácil conviver com os pais. Eles eram tão diferentes, no entanto, tão parecidos. Enquanto Silas era organizado e sempre de bom humor, Abby era a desorganização em pessoa, nunca se lembrava onde deixava as coisas e seu humor pela manhã não era dos melhores. Mas eles eram tão amorosos, que era impossível não amá-los também.

Mesmo não sendo mais necessário, tinham recebido o resultado do exame de DNA, que comprovava serem pais e filha. Silas até já tinha dado entrada nos papéis de reconhecimento de paternidade e em breve, Bonnie teria os nomes dos pais em sua certidão de nascimento.

Silas e Abby eram incríveis. Não faziam cobranças e nem lhe pressionavam em nada. Tinha desenvolvido uma boa relação com os dois, ao ponto de chamá-los naturalmente de pai e mãe. Não era nem preciso dizer, que Abby passou mais de meia hora abraçada à Bonnie, chorando de emoção. Ela era tão doce e sensível, que tinha medo de machucá-la. Já com Silas, sentia-se segura, como se nada pudesse machucá-la; ele lhe transmitia uma segurança inexplicável.

"A amamentação é a melhor fonte de nutrientes para os bebês. Dê o peito sempre que Valentina quiser, e acorde-a para mamar se ela estiver dormindo há mais de quatro horas, durante a noite, pois, as mamadas noturnas são essenciais para a sua recuperação."

Bonnie ouvia atentamente as recomendações do pediatra, que lhe explicava para evitar a super exposição de Valentina com pessoas que fumassem, que estivessem gripadas, resfriadas ou com qualquer tipo de infecção. Ele também lhe entregou uma lista com várias providências para evitar qualquer tipo de transtorno, que viesse a provocar morte súbitas em bebês, tais como:

✅ Não superaquecer o bebê na hora de dormir.
✅ Evitar o excesso de roupas. Só usar mantas e cobertores abaixo da linha da axila, para que o bebê não se enrole neles.
✅ Deixar o bebê dormir apenas de barriga para cima.
✅ Não pular mamadas durante a noite.
✅ Não deixar ninguém fumar em casa.

"Mais alguma recomendação, doutor?" Perguntou quando a filha choramingou um pouco em seus braços.

"Valentina levará mais algum tempo para diferenciar o dia da noite, principalmente, porque passou três semanas internada na unidade de terapia intensiva. Isso significa que você vai ter de administrar mamadas a toda hora e com padrões imprevisíveis de sono."