Vamos saber um pouco de como Bonnie e Kai se conheceram? 😋😋
Bonnie Pov.
Eu não conseguia tirar meus olhos da estrada. Era tudo tão novo e assustador. Durante toda a minha vida, não me lembro se alguma vez sai além dos muros do orfanato - não para algo além das raras visitas ao zoológico ou a igreja - para passear ou qualquer outra coisa parecida.
Depois de uma denúncia anônima, que provocou a intervenção judicial e teve até cobertura da mídia, todo o quadro de funcionários do orfanato foi trocado por profissionais capacitados e que realmente levam o trabalho social com crianças a sério. Diferente dos anteriores, que se divertiam em nos aterrorizar, em nos deixar passar fome, sede, frio e dores. Ainda sou capaz de lembrar de uma vez em que fui jogada com tanta força no chão por uma das mulheres, que acabei quebrando o pulso. Fui levada ao hospital, mas, somente depois de prometer dizer ao médico que me machuquei brincando no escorregador com uma coleguinha. O médico que me atendeu não pareceu muito convencido, até pediu para a assistente sair enquanto ele me examinava, fez inúmeras perguntas, porém, eu não era nem louca de contar nada, sabia muito bem que os adultos não eram lá muito confiáveis e as coisas poderiam piorar para o meu lado caso algo desse errado.
Felizmente, não demorou muito para nos vermos livres daqueles cuidadores cruéis, que só queriam ganhar dinheiro as custas de órfãos indefesos.
Passei as mãos suadas na minha velha calça jeans e pedi aos céus, que minha vida a partir daquele dia, mudasse. Não só por eu ter completado 18 anos e ter saído do orfanato, mas por desejar um futuro completamente diferente de tudo o que não tive até agora.
"Chegamos, querida." Olho para a mulher sentada ao meu lado e que me sorri, incentivando-me a descer. Não sei muito sobre ela, apenas que é uma das benfeitoras do orfanato e conhecida da diretora. Seu nome é Josette Parker e olhando para a grande mansão, daquelas vistas só em filmes, vejo que ela é muito mais rica do que imaginei.
Descemos do carro e o vento frio me atinge, fazendo-me encolher. Meus olhos se arregalam quando meu corpo é atingido por algo pesado e grande que me derruba no chão.
"Hush!" Dona Josette briga com o grande cão peludo, que continua a me lamber e encher meu rosto de baba. Ele é cheiroso e seus pelos amarelados são bem macios. "James, faça alguma coisa!"
"Vem cá, menino mau." James, o motorista, puxa o cachorro que late animado e me olha com seus enormes olhos castanhos e a língua para fora de sua boca. O rabo balança de um lado para o outro quando ele se solta de James e sai correndo disparado atrás de algo, sumindo de nossas vistas.
"Desculpe por isso." Josette fala depois de James me ajudar a ficar em pé. "Hush é um cachorro muito atrapalhado e bastante difícil. Não sabe ficar quieto e tem a mania de ficar pulando em cima das pessoas."
"Não tem problema. Ele é lindo." Arrumo a mochila em minhas costas e dou um sorriso, enquanto acompanho dona Josette. "Eu amo cachorros. Sempre quis ter um."
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Corações Feridos✔
De TodoHistórias da série: 1 - Corações Feridos; 2 - Você nunca estará só; 3 - O seu lugar é ao meu lado; 4 - Não me esqueça; 5 - Em busca do amor. Uma história de amor que foi destruída pela falta de confiança. Ela foi acusada injustamente por algo que nã...