Capítulo 29

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Apesar da felicidade em estar em um momento tão importante com os pais, Bonnie estava incomodada em ter que dividir o espaço com Caroline. Se antes já era difícil, agora então, era extremamente irritante.

"Ela é tão linda." Sua avó admirava Valentina, que a mirava com os olhinhos azuis espertos. As perninhas inquietas, assim como as mãos, tentando puxar os cabelos de Sofia. "Será uma mocinha encantadora."

"Kai já faz planos para que ela se torne uma freira." Sofia a olhou desacreditada e riu com vontade.

"Só porque ele quer, isso não acontecerá. Você é tão linda, querida." Sofia tocou o rosto dela, os olhos castanhos brilhando de carinho. "Eu sinto muito tudo o que houve. O que Finn fez é imperdoável. Se eu soubesse, jamais teria permitido tanto sofrimento."

"A culpa não é da senhora." Bonnie tentou tranquilizá-la. Aquela mulher era tão doce que era impossível não gostar dela.

"Me chame de vovó." Bonnie concordou. "E obrigada por me presentear com minha primeira bisneta. Seus primos só pensam em trabalho e pensei que morreria sem ter nos braços um bisnetinho."

"A senhora ainda viverá muitos anos, vovó Sofia."

Bonnie ganhou um sorriso emocionados em resposta ao carinho.

Observou a sala e viu seus pais dançando em um canto. Os dois conversavam, trocando sorrisos e olhares apaixonados.

Tão bonito de se ver.

Perto da janela, Kai e Marie conversavam com o casal de loiros, que encontraram na porta da casa junto com Caroline. Marie estava bem animada e gargalhava de algo que o homem loiro dizia, enquanto a mulher ao lado dele não tirava os olhos de cima de Kai.

Caroline era outra que fuzilava o grupo com os olhos.

O bichinho dos ciúmes começou a morder a pele de Bonnie, deixando-a irritada.

Voltou a atenção para o que a avó dizia na tentativa de se distrair. Pouco tempo depois, a filha já dormia com os dois dedinhos enfiados na boca.

"Igualzinha ao avô. Silas tinha essa mania e foi a maior luta fazê-lo largar." Bonnie também imaginou, que do jeito que a filha já era cheia de manias, também daria muito trabalho.

"Vou levá-la para o quarto." Pegou a filha e aconchegou o corpinho quente junto ao seu. "Daqui a pouco, eu volto."

Subiu para o segundo andar e entrou no primeira quarto. Como sempre, continuava limpinho e com o cheirinho de lavanda, trazendo uma doce calmaria. Deitou a filha no berço e ficou observando-a.

Sua bebê perfeita e dona de sua vida. Seu bem mais precioso.

"Sua filha é linda." Fechou os olhos e respirou fundo procurando controle. "Precisamos conversar, Bonnie." Caroline parou ao seu lado. "Eu não gosto de você e tenho certeza que o sentimento é recíproco. A vida inteira eu pensei que um dia, Kai se descobriria apaixonado por mim, nos casaríamos e viveríamos uma vida feliz. Eu não me importava com os seus casos aleatórios, porque sabia que eram apenas baseados em desejo, mas aí você apareceu e os olhos de Kai brilhavam cada vez que você surgia." A loira passou a mão pela cabeça da bebê e Bonnie continuou em silêncio. "Eu te odiei por algum tempo por ter o que eu mais desejava."

"Inclusive dava em cima de Kai sem ao menos se importar em respeitar a namorada dele." Bonnie falou com raiva, lembrando-se de como Caroline vivia jogando charme para cima de Kai sempre que tinha alguma oportunidade.

"Eu lutava com as armas que tinha disponível." Caroline a encarou com firmeza. "Quando vocês se separaram e Kai eu ficamos juntos, eu acreditei que ele finalmente me corresponderia, mas aí você surgiu novamente na história." A loira riu baixinho. "Seria hipócrita se dissesse que teria alguma chance com ele. Com você longe ou perto, Kai jamais seria capaz de me amar. Sempre foi você, Bonnie. Até mesmo na única noite em que o tive fisicamente, tenho absoluta certeza, que não ultrapassei nenhuma das barreiras do amor que ele sente por você."

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