Cap 9 - Pegadinha?

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P.O.V Narrador

- Star eu não sou a Janna, e não é pegadinha...

- Mas como... não pode ser... você... você não deveria estar aqui... um fantasma... É mentira! Não é real! - ela repetia tentando se convencer, no começo sua voz vacilava e saia em sussurros confusos que aos poucos foram se convertendo em gritos à medida que ela se afastava tapando os ouvidos e reprimindo as lágrimas desobedientes que insistiam em cair enquanto o moreno se aproximava a passos lentos tentando acalma-la.

- Star... Star, por favor, pare com isso, você precisa me escutar. Eu prometo que te explico tudo depois, mas agora temos problemas maiores.

A garota parecia ter se acalmado um pouco e tinha sua atenção toda no amigo agora, afinal se ele estava ali o assunto era realmente sério, mas ao ouvir aquelas palavras o semblante da loira mudou completamente. Era difícil dizer o que ela sentia naquele momento, medo, nojo, raiva, tristeza, preocupação, era difícil digerir aquela notícia.

- Toffee os pegou.

Não foram necessárias mais palavras, ela sabia exatamente o que tinha acontecido. Aquele monstro havia levado seus amigos, por isso nenhum deles atendeu as chamadas. Ela sentiu o corpo todo estremecer, as pernas bambearem, o peito doer como se estivesse sendo esmagado pelo peso do mundo, seu estômago revirar e um nó se formar em sua garganta. Ela já não pôde conter as lágrimas só de imaginar o que aquele animal de sangue frio poderia estar fazendo com seus amigos. Ela sequer sabia se eles ainda estavam vivos. Um turbilhão de pensamentos e emoções haviam nocauteado a loira e ela teria desabado ao chão senão fosse por certo latino.

Ele a prendeu em um abraço, e ainda com a garota nos braços se acomodou no sofá. Ela enfiou o rosto no peito do moreno em busca de consolo enquanto sentia os dedos do menino brincando em seus cabelos. Depois de alguns minutos quando finalmente as lágrimas parecia ter cessado ele a separou de seu peito suavemente e lhe beijou a testa, e só então ela notou que não podia realmente vê-lo, ele estava invisível, como um fantasma. Ela mordeu o lábio inferior e o abraçou com toda a força que tinha naquele momento. O abraço não durou tanto quanto ela queria, pois logo ela sentiu como ele se desfazia entre seus braços, um momento incômodo de silêncio se instalou no lugar até que finalmente com um fio de voz ela o chamou temendo que ele se fora.

- Marco? - a essa altura ela já havia se levantado do sofá, e ela sentiu seu coração parar nos instantes de silêncio que seguiram, mas soltou um suspiro seguido de algumas lágrimas de alívio assim que escutou a voz do garoto.

- Star. Você está bem? Nós não podemos esperar demais, temos que -

- Eu vou ficar bem. - o cortou -Mas...

- Mas...?

- Eu não consigo sem você aqui Marco. Eu não posso. Eu... eu perdi - ela lamentava derrotada enquanto sentia as lágrimas quentes rolarem por seu rosto novamente.

- Não é verdade! Eu estou aqui, Star. Como eu já disse você não está sozinha. E nossos amigos precisam de você. Eu preciso de você. Nós iremos enfrentar isso juntos, como sempre fizemos. Eu vou te proteger sempre, como eu te prometi.

- Mas eu nem sequer te vejo, como você vai lutar assim? É como um fantasma. Você não conseguiria segurar nem bater em nada... é inútil, acabou...

- Foi por isso que eu vim aqui, sozinho eu não poderia fazer nada. Tem que ter algum feitiço, algum ritual, eu sei que existe alguma coisa. Não tem nada no seu livro?

- Eu procurei do início ao fim, mas não encontrei nada...

- Internet? - o garoto perguntou esperançoso

A Little Shine StarOnde histórias criam vida. Descubra agora