Cap 15 - Férias?

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P.O.V Star

Ainda em meio a toda aquela confusão maluca comecei a escutar vozes que gritavam e sussurravam ecoando em minha cabeça. Foi quando além de ouvir, eu comecei a ver as cenas, como se fosse algum tipo de premonição. Primeiro eu vi meus pais e o Conselho no castelo discutindo sobre algo relacionado aos meus poderes, mas logo minha mãe passou a me encarar, como se estivesse me vendo ali. Sua expressão foi mudando como se estivesse vendo toda a situação em que me encontrava. Logo todos eles estavam me encorajando, dando dicas de como sair daquela situação, mas a imagem foi se dissipando como névoa e o cenário todo mudou.

Estava de volta ao castelo de Toffee, exatamente como antes de eu entrar nesse "transe" esquisito. Conforme eu ia me situando tudo se tornava mais nítido, os gritos e estrondos, a sensação de adrenalina e a percepção de todo movimento a minha volta. Marco me tinha agarrada em suas costas enquanto carregava Jackie nos braços, Tom trazia Janna nas costas e Pony Head flutuava velozmente ao lado dos dois. Todos eles gritavam meu nome numa tentativa desesperada de me despertar mas eu não dava o mínimo sinal de reação. Foi quando percebi que todos estavam com os olhos marejados, às vezes eu notava que uma ou outra lágrima teimosa arranjava um jeito de escapar,mas todos eles, mesmo Janna e Jackie que ainda não haviam sequer aberto os olhos choravam. Eles, assim como eu, temiam que eu tivesse partido. Aquela imagem me partiu o coração, e uma lágrima escapou dos meus olhos fechados. Mas não era uma lágrima qualquer. Ela era de um dourado cintilante e deixava um rastro de pó brilhante em todo o seu trajeto. Mas antes que ela tocasse qualquer superfície a imagem congelou e outra janela se abriu. A nova janela refletia um lugar escuro e apertado, onde eu somente enxergava alguns pares de olhos brilhando. Eu havia encontrado Toffee e alguns dos seus poucos soldados restantes, estavam em um túnel secreto abaixo do castelo. Eles murmuravam desculpas ao general mas eu não entendia muita coisa até que ele finalmente se pronunciou: "Apesar da incompetência de vocês molengas nem tudo está acabado. Ainda não. Esse castelo vai pelos ares em cinco minutos, e destruirá toda e qualquer forma de vida aqui dentro. Então é melhor se apressarem se não quiserem virar mingau.".
A imagem mudou de novo revelando o timer mencionado junto à uma grande quantidade de explosivos potentes, era por isso que toda estrutura do castelo estava instável daquela maneira.

A janela se fechou, e o tempo voltou a passar fazendo com que a lágrima chegasse até a nuca de Marco fazendo com que mais daquele pó cintilante se espalhasse ao redor. Então eu parei de segurar e deixei que meus olhos extravasassem todos o sentimentos acumulados dentro de mim. As lágrimas mudavam seu trajeto, mas todas elas continuavam explodindo em partículas daquele pó mágico. Uma aura de mesmo aspecto passou a envolver meu corpo e com esforço consegui abrir meus olhos. Eu não era apenas uma espectadora, eu tinha voltado ao meu corpo presente, e sentia toda a dor e o cansaço invadindo cada músculo do meu corpo. Enquanto uma parte de mim gritava por socorro a outra ignorava tudo e apenas lutava para se manter.

Com um pouco de esforço consegui ficar de pé sem usar Marco como apoio e em poucos instantes acompanhava eles com o mesmo ritmo. Ainda incrédula eu os observava. Os múltiplos cortes e hematomas, toda sujeira e cansaço, as minhas próprias condições eram deploráveis. As lágrimas aumentaram de intensidade mas cada vez que uma delas se encontrava com minha pele um pouco de energia era restaurada em mim. Mas todas as lágrimas estavam ganhando essas propriedades mágicas e curativas e logo todos tinham força suficiente para correr com as próprias pernas. Com certa dificuldade contei das "visões" e do plano final de Toffee. Nós tínhamos apenas um minuto antes que tudo fosse pelos ares, mas a sensação era que estávamos correndo em círculos.

- Muito bem. Isso não está funcionando. Alguma ideia? - era difícil falar estando sem fôlego

- Eu acho que é hora de usar a abordagem direta! - Marco gritou brandindo a espada contra a parede abrindo uma fissura grande o suficiente para atravessar - Depressa! - ele ofereceu alguns dos nosso brinquedos para as garotas e continuamos a correr destruindo os obstáculos pelo caminho

A Little Shine StarOnde histórias criam vida. Descubra agora