Somente você...

CAPITULO 09

CAPITULO 09

Ao chegarmos a Goiânia, por volta das 20 horas, João foi direto para o hospital e eu, Sophia e Dona Clarice, entramos em um taxi e fomos para casa.

A viagem havia sido silenciosa, João nem olhou em minha direção. Fiquei tão enjoada que não me alimentei só me preocupava com a Sophia que estava sem entender porque voltamos mais cedo do passeio.

A casa estava silenciosa e o João não ligava para dar noticias. Dona Clarice tentava distrair a neta de todas formas possíveis.

Me tranquei no quarto que ocupei antes e liguei a tv e nesse momento houve um flash de noticias sobre o acidente.

“...Fomos informados que a esposa do jovem cantor João Pedro, continua em estado grave, porém estável, não há estimativa de melhora. O cantor chegou por volta das 22 horas, muito abalado e não falou com os jornalistas, um informante nos avisou que ele está muito nervoso e foi sedado para se acalmar. O casal está juntos a dez anos e possuem uma filha de quatro que se encontra com a avó paterna e não soube do acontecimento. A qualquer momento voltamos com mis notícias...”

Não aguentei, chorei, lamente, sofri e fui me deitar.

                                                                       ***

João só voltou à casa da mãe depois de dois dias. Estava abatido, com a barba por fazer e com um semblante muito cansado, roupas amarrotadas.

Entrou, cumprimentou a mãe, passou por mim como um foguete e foi para o banheiro, não me olhou, nem uma palavra.

Fiquei sentada no mesmo lugar, imóvel, segurando as lágrimas. Dona Clarice tentou dizer algo, mas se conteve.

Após sair do banho já barbeado e limpo, pegou Sophia no colo e se sentou no sofá da sala. Ali ficou longos minutos, pensando e acariciando a filha. Não me olhou em momento algum, nenhum movimento. Me senti um lixo. Me levantei, fui ao quarto e fiz minhas malas, liguei para um serviço de taxi e em menos de 50 minutos eu estava no aeroporto esperando um voo para Cuiabá.

Parei pra refletir sobre as últimas semanas, sobre o quanto me entreguei a uma relação onde sai vazia e machucada. Ela tinha razão, ele rodava, rodava, mas era com ela que ele sempre terminaria. Como daria certo uma relação que se iniciou com uma aposta ridícula?

Ridícula?

Essa era eu...