CAPITULO 20

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CAPITULO 20

Acordei em um quarto de hospital, tinha tubos em todo lugar, minha garganta doía muito e meus olhos ardiam, me senti como em um filme de ficção científica.

A enfermeira entrou correndo e logo em seguida um monte de gente vestida de branco me examinava. Lágrimas corriam de meus olhos que a todo instante procuravam alguém, mas meu cérebro não processava, eu não conseguia entender quem eu estava procurando. Neste instante minha mãe entrou, ela chorava muito e agradecia a Deus por me manter viva. Mas eu não conseguia entender como eu fui parar ali. Toquei meus lábios com minhas mãos, senti um leve desconforto abaixo de meu abdômen e senti uma cicatriz, algo como uma cesárea, mas como? Lágrimas começaram a correr e minha pressão arterial se elevou, o que deixou as enfermeiras todas preocupadas.

_Minha menina, você está bem, a mamãe vai cuidar de você.

_Mã-ããã... – não consegui nem pronunciar nada minha garganta estava queimando.

_Calma minha menina, nós vamos leva-la para um quarto, e quanto você se sentir melhor iremos conversar.

Senti meu corpo amolecer...

Escuridão de novo.

***

Os dias seguintes a minha volta, foram conturbados, eu mal conseguia ficar acordada, notei que minha mãe conseguia que as enfermeiras me dopassem o tempo todo, não entendia o motivo, mas em um dia mais calmo, eu estava muito sonolenta, na verdade meio dopada, senti mãos segurando as minhas e uma voz serena e linda cantarolando uma canção que eu não conhecia, era algo como “Mas sempre haverá uma data, palavra, um olhar,

um filminho, uma música, pra te fazer lembrar...”.

Abri os olhos e vi a criatura mais doce do mundo, ele tinha olhos lindos e um sorriso que me derreteu, a barba estava por fazer o que dava um toque sexy, mas minha mente não o reconhecia. Notei lagrimas em seus olhos.

_Lú, princesa.. – ele se aproximou e me deu um beijo na testa – como senti falta desses olhos.

Eu me senti acoitada e retirei minha mão das suas e neste mesmo momento ele notou que eu não o reconhecia.

_Princesa?

__Quem é você? – consegui dizer finalmente.

Ele se levantou parecendo meio assustado, passou as mãos em seus cabelos e se aproximou do meu rosto, seu hálito quente me fez arrepiar.

_Sou seu futuro marido e pai de sua filha.

Neste momento levei as mãos na parte inferior do abdômen, onde antes senti um desconforto, arregalei os olhos olhando em sua direção.

_Clarinha?! – esse nome estava martelando em minha cabeça.

_Isso Luiza, Clarinha é nossa filha,... – nesse momento uns brutamontes entraram no quarto junto a minha mãe, o agarraram e começaram a arrasta-lo pra fora enquanto isso eu gritava pedindo para que o deixassem lá e que queria conversar, mas no mesmo instante uma enfermeira me dopou e tudo escureceu novamente.

***

Não sei quanto tempo fiquei desacordada, mas em todo o tempo sonhei com aqueles olhos marcantes e suplicantes, parecia que ele fazia parte do meu corpo da minha alma. Assim que abri os olhos vi meu pai sentado em uma poltrona no canto do quarto e Násser, um amigo da faculdade que sempre esteve ao meu lado me ajudando em algumas matérias.

Mas, o que ele estava fazendo aqui? Até onde sei não estou atrasada em nada na faculdade, alias se eu não me engano estamos de férias.

_Násser?

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