Somente você...

CAPITULO 23

CAPITULO 23

Passamos algumas horas na suíte do hotel. João foi muito atencioso me cotando tudo sobre a noite em que me atirei nele. Fiquei com muita vergonha, mas como eu disse, ele era só mimo. Me trazia uma paz magnifica. Ao seu lado, me esqueci dos problemas e da vida que havia deixado em Cuiabá. Minha família e até minha súbita falta de memória. Meu mundo mudava de cor. Ia do cinza para o mais lindo arco-íris.

Quando notamos já passavam das 22 horas e me preocupei com a Clarinha. E então decidimos ir pra casa.

Chegamos exatamente às 23 horas estávamos entrando em casa. Estávamos entre risos e beijos e notamos a Dona Clarice sentada em uma poltrona na sala com minha pequena nos braços, a Jú e a Sophia dormindo no sofá.

_Então, se entenderam? – A senhora foi bem direta nos olhando e sorrindo.

Corei. E tive uma subita taquicardia.

João me abraçou por trás, apoiou o queixo no meu ombro e disse sorrindo:

_Minha princesa é linda, né mãe? – me deu um doce beijo doce no rosto – A mulher mais linda do mundo!

_Hum,... nem precisa me dizer nada! – ela abriu um lindo sorriso – Eu os abençoo! Mas se fizerem um ao outro sofrer novamente “cubros no reio”.

João se aproximou da mãe se ajoelhando em sua frente.

_Obrigada mãe, você sabe o quanto isso é importante pra mim. Te amo tanto!

_Tudo por você meu príncipe, tudo.

Me encostei no batente da porta e fiquei admirando aquela cena. Me deu uma leve inveja de toda aquela atenção que ele recebia da mãe enquanto a minha tentou me tirar meu tesouro. Fui em direção ao sofá onde a Jú estava e fiz um carinho em seus cabelos.

_Lú? – acordou toda torta – Menina onde você se meteu? Eu já ia ligar para a polícia. Puta que pariu, você perdeu a noção? Nem me ligou pra avisar se estava viva!

Merda!

_Ah que graça seria hem? Já pensou a primeira folha do jornal? – levantei minhas mãos fazendo o sinal de aspas com os dedos – “Doutora mato-grossense é sequestrada por jovem cantor promissor”, calma menina, eu estava cuidando do meu futuro – olhei sorridente para meu príncipe.

João se levantou e veio ao meu encontro sorridente.

_Nosso futuro!

***

Os dias em Goiânia se passaram tranquilamente. Eu me aproximava mais do João e cuidava em tempo integral da Clarinha. A Jú já havia voltado para Cuiabá e eu estava lutando intensamente contra essa minha falta de memória. Minha mãe me ligou algumas vezes tentando se explicar, mas procurei sempre finalizar a conversa com toda educação para não ter dor de cabeça depois. Dona Clarice estava sempre à minha volta me dando conselho referente ao meu relacionamento com o João e aos cuidados com a Clarinha. Sentia sempre uma paz enorme em sua presença, ela já era o meu referencial como mãe, na verdade acho que a única que conheci que era mãe de verdade. Sempre declara seu amor pelo filho e pelas netas e me confortando quando ao desleixo da minha mãe.

Já meu príncipe, ahhhh... MEU príncipe!

Ele havia se tornado meu tudo, minha paz interior, minha felicidade, meu dia e minha noite. Dormíamos juntos, sempre grudadinhos e com a Clarinha no berço ao lado de nossa cama. Cantarolava canções suas para me fazer dormir e até confessou estar escrevendo algo pra mim. Foram noites e dias maravilhosos, onde tive a certeza que meu final feliz chegaria em breve.