CAPITULO 21

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CAPITULO 21

Presença da Juliana me trouxe certa calma, junto a ela sei que vivi momentos maravilhosos e marcantes, mas essas lembranças estavam longe nesse momento. Eu estava amedrontada, queria realmente sumir dali, mas estar na companhia daqueles olhos sedutores me intimidava, a cada minuto que se passava antes dele chegar ao hospital era uma eternidade. A Jú desceu à recepção para ajuda-lo a subir sem interferência de ninguém, já que já passavam das duas da madrugada.

Os minutos se passavam e minha ansiedade só aumentava. Não conseguia entender como aquele estranho mexia tanto comigo, eu estava arrepiada de imaginar ele se aproximando, mas não conseguia ver-me tendo uma filha com ele.

Exatamente as 02:22h, Juliana e o rapaz entraram no meu quarto, a química que rolava entre nossos olhares era palpável.

_Lú! – ele se aproximou me abraçando e cheirando meus cabelos – Como senti sua falta.

Eu não conseguia entender porque meu corpo reagia daquela forma, seu perfume me embriagou.

_Luiza, nós vamos leva-la daqui, meu carro está estacionado próximo à entrada principal – Juliana estava ansiosa – vamos te levar pra casa da Laurinha e logo que o sol raiar vocês dois, junto com as crianças, a Dona Clarice e eu, iremos para a casa do João em Goiânia. Ele já acionou o escritório de seu empresário e o jatinho está a caminho, assim, você ficará longe de sua mãe e terá tempo para conversar com ele. E não precisa se sentir insegura, estarei junto a ti o tempo todo, agora relaxa e vista essa roupas da Dona Clarice - ela me mostrou um vestido azul e chinelos pretos - você não pode sair daqui com essa camisola de hospital.

_Mas...

Ele se sentou ao meu lado e segurou meu rosto entre suas mãos, olhou em meus olhos e sussurrou:

_Vou passar cada segundo te reconquistando e você vai se encantar pela Clarinha, ela é a sua cara, ... – me beijou docemente nos lábios – linda! E não se preocupe, minha mãe e Sophia te adoram.

Respirei fundo, olhei para Juliana e me levante com a ajuda dele. Ele foi muito atencioso se virou para me dar privacidade enquanto me trocava.

_Cantor?

_Sim. – ele respondeu sem se virar.

_Éramos felizes? – sussurrei.

_Os mais felizes do mundo.

***

Exatamente as 11 horas chegamos ao aeroporto de Goiânia. João estava com a bebe nem seus braços, notei os olhos felizes de Dona Clarice e Sophia. Duas Rand Hover brancas nos esperavam, na primeira fomos João, eu e a bebe e na segunda a Jú, Dona Clarice e Sophia. O silencio predominou em todo caminho, as únicas palavras que ouvi saiu como um sussurro de seus lábios:

_Eu prometi ser seu o final feliz.

Essas palavras me deixaram tremula, lutei com minhas lágrimas, sua presença, seu perfume e seu olhar me hipnotizava, mas o medo ainda era presente. Minhas ultimas lembranças eram algumas aulas da faculdade. Násser estava muito à vontade em me chamar de querida. Neste momento a tremedeira se intensificou, minhas mãos suavam e a única coisa que me veio na mente foi me encolher no banco traseiro do carro e chorar.

Senti uma mão acariciar meus cabelos e aquela musica veio como uma brisa fresca em um dia de sol me trazendo de volta à vida.

“Tá tão difícil pra você também, né?

Com o coração vazio, mas sempre de pé

Buscando alguma direção.

 

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