CAPITULO 14

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CAPITULO 14

            João Pedro

Cheguei não sei como ao hospital, Luiza estava branca, gelada e notei suas unhas rochas e lábios pálidos, senti que estava perdendo ela e nosso bebe. Foi uma correria, e a obstetra de plantão mandou me avisar que iriam fazer uma cesárea e que tanto mãe quanto filha corriam sério risco de vida, foi estranho sentir tudo aquilo de repente.

Em um momento eu a tive furiosa, me dispensando e em outro momento ela estava frágil em uma mesa de cirurgia a ponto de morrer.

Meu coração estava apertado. Às vezes o amor é sobre compromisso e as vezes sobre sacrifício. Na maioria das vezes, um pouco dos dois, e eu aprendi a pior forma possível: quase perdendo o amor da minha vida.

Outra coisa que aprendi é não ter medo de me comprometer ou me sacrificar para ter Luiza ao meu lado e faço qualquer coisa para vê-la bem e realizada.

Sentei em uma poltrona na sala de espera e liguei para minha mãe.

_Oi meu amor! – não contive as lágrimas.

_Mãe! Eu vou perdê-la de novo... de novo!

_Meu anjo, você está chorando, calma me explica tudo.

_Mãe..., a Luiza andou passando muito mal, se negou a receber ajuda e... mãe ela tá na sala de cirurgia e corre o risco de morrer, ... ela... ela e meu bebe!!!

_João, ... João, se acalma. Pare de chorar, ela precisa de você!

_Ela tá lá a mais de uma hora e ninguém tem noticias, partos não demoram assim, eu vou perdê-la.

_Meu filho, estou pegando o primeiro voo pra Cuiabá, assim que o avião pousar, eu te ligo, se cuida. Ela vai precisar de você. Você tem que ser forte por ela.

_Te amo mãe!

Meu coração estava em pedaços e a culpa era só minha. Como pude não ajuda-la? Minha dor era uma coisa um pouco sombria, alguma coisa completamente maligna, meu sentimentos de proteção por ela não era apenas para seu benefício, mas sim para nos mantermos unidos.

_Senhor?

_Hã, sim? – estava viajando em meus pensamentos.

_A Senhora já foi levada para seu quarto e se quiser a ver...

_Claro onde? – eu a interrompi.

A jovem enfermeira abriu um doce sorriso.

_Apartamento 210, fica na ala direita.

Sai correndo, como se estivesse à beira de um precipício. Corria rumo a minha felicidade, a minha luz.

Entrei em silencio no quarto e ela estava, dormindo e a ela estavam conectados alguns aparelhos e tinha uma mascara de oxigênio em seu lindo rosto. Ela estava muito pálida, olheiras bem marcadas. Cai de joelhos no chão e morri mil mortes. Chorei.

Chorei.

Me levantei, puxei a poltrona próximo a sua cama e peguei sua mão. Ela estava gelada, tentei aquecer esfregando as minhas mãos nas suas até que nossa canção me veio à cabeça e cantarolei bem baixinho tentando conforta-la e amenizar a dor no meu peito...

Tá tão difícil pra você também, né?

Com o coração vazio, mas sempre de pé

Buscando alguma direção

Quantas vezes você me escreveu e não mandou

Pegou o telefone e não ligou...

Somente você...Onde histórias criam vida. Descubra agora