Capítulo 49

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Anthony

Duas horas... Exatamente duas horas que não sabemos nada, absolutamente nada da Clarice.
O doutor disse que por ser uma cirurgia delicada, requer horas. Mas sinceramente, eu não aguento mais esperar.
Taís, a filha do doutor Pedro está aqui, na sala de espera, esperando a acabar e está tão á angustiada quanto todos nós.
Dona Bárbara e mamãe estão conversando - dona Analu está tentando manter minha sogra calma. Fernando está conversando com Deise e eu estou sentado, pensando e de vez enquando pedindo a Deus que tudo dê certo.
Percebo que alguém sentou ao meu lado, quando me viro para olhar, fito Taís, a filha do doutor.

- Você é o namorado da moça que meu pai está operando, né?

- Sim! E você é a Taís...

- Sim - ela sorri. - Olha, eu confio no meu pai e sei que ele vai trazer a visão dela novamente.

- Eu acredito que sim! Ele me disse que sua mãe, a esposa dele, faleceu fazendo essa cirurgia... - falo me arrependo logo em seguida depois que percebo que deixei Taís triste.

- É... Meu pai se culpa pela morte da minha mãe. Mas ele não é culpado. Apenas...aconteceu!

Respiro fundo.

- Sinto muito!

- Sua namorada vai ficar bem! Ela não vai morrer...

¥____¥

Doutor Pedro

- Doutor, a pressão está caindo...

- Vamos! Quero o bisturi!!

Grito.

- Doutor! A frequência cardíaca está caindo... PACIENTE ESTÁ TENDO UMA PARADA!!

Assim que escuto isso, me lembro do grito que a enfermeira que estava no plantão me ajudando a fazer a cirurgia na minha esposa deu. E por um segundo a vi deitada naquela cama no lugar da Clarice. Meu coração disparou e fiquei sem saber o que fazer, congelado, olhando os enfermeiros correndo e logo o desfibrilador está próximo a mim.

- Doutor! Está tudo bem...?

- Si...sim!

Acordo do meu transe com o barulho agudo indicando a parada cardíaca de Clarice. Pego o desfibrilador e uma enfermeira coloca o gel... Rapidamente peço que se afastam e com cuidado, coloco no peito de Clarice. Seu corpo levanta e cai com uma brutalidade grande.
Olho para a tela, e o traço verde contínua e o maltido "bip" continuo também.

- Vamos. Vamos. Por favor, não faça isso!

Esfrego os aparelho um no outro e mais uma vez, coloco sobre o peito de Clarice. Seu corpo levanta e cai de com brutalidade, novamente. Olho para a tela e ainda continua da mesma forma.

- Droga!!

- Doutor... Perdemos ela?

- Não! Nós não perdemos!! Aumenta, aumenta para 400...

Depois que aumentam.
Mais uma vez repito o que fiz a alguns segundos atrás. Olho para a tela e ainda continua do mesmo jeito, minha respiração ofega e meu coração dispara e meus olhos começam a lacrimejar.
Não posso perder ela... Não com uma família lá fora, rezando e pedindo a Deus para cuidar dela, não com minha filha lá fora, confiando em mim... Eu não posso suportar mais esse fardo!
Clarice não pode morrer!!

O Amor Não Tem Preço - Completo - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora