2 meses depois
Clarice Rodrigues
- Acha mesmo que fugir vai adiantar algo?
Deise pergunta quando termino de colocar minha última peça de roupa na mala.
Não estou fugindo. Só preciso de um lugar pra descansar, e não pensar em alguém que não merece nenhum tipo de sentimento.- Eu não estou fugindo! - Coloco minha mala no chão e me viro para Deise sentada na cadeira em frente a nossa penteadeira.
- Ah não?
Reviro os olhos.
Liguei para minha avó materna antes de ontem, e ela ficou feliz em saber que estou indo passar uns meses em sua Fazenda.
Estou de cinco meses, minha barriga já está aparecendo, está redondinha, e não quero ter que encontrar com algum Albuquerque na rua.Anthony fez mesmo o que ele disse que faria. Tirou Bento da escola de música, não o vejo faz dias.
Anthony acabou com os meus dias de felicidade, e por isso preciso sair dessa cidade o quanto antes.
Quero minha paz de volta!
Minha mãe e Deise descordam da minha escolha. Mas é isso, minha escolha, e ninguém vai me fazer mudar de idéia.- Se eu e mamãe fossemos com você?
- Deise, você acabou de completar nove meses! Acha mesmo que é seguro entrar em um táxi e ficar cinco horas dentro dele? Eu ainda consigo.
Ela assopra com desgosto.
A qualquer momento Deise pode entrar em trabalho de parto. E seria bom ela está em casa, quietinha!
Caminho até ela e sorrio acariciando seu cabelo.- Queria você aqui pra vê-la nascer...
Sorrio.
Descobrimos que era uma menina a um mês atrás. Depois de se esconder tanto, Tamires se mostrou pra mamãe e pra titia e vovó babona!- Eu também queria estar. Mas prometo ligar, assim que mamãe me avisar do nascimento dela eu ligo! E mande uma foto pra mim ver se ela se parece com você...
- Tem que parecer! Se ela vir com a cara do pai vou ficar chateada!
Dou uma gargalhada.
- Se bem que se vir com a cara da mãe vai ser pior!
- Engraçadinha!
Ouvimos duas batidas na porta e logo mamãe surge com sorrindo fraco nos lábios.
- O táxi chegou... Eu pedi para o taxista subir pra ajudar com a mala!
- Não precisava, mãe!
- Pode entrar, moço...
Mamãe diz dando espaço para o taxista entrar, ele me cumprimenta e cumprimenta Deise que sorri. Depois ele pega minha mala e sai, mamãe vai atrás dele...
Deise levanta devagar, pego minha bolsa e então saímos.Assim que chegamos na porta do apartamento, vejo minha mãe dando o dinheiro para o taxista que agradece.
Ela se vira para mim e respira fundo.- Vai com Deus, querida... Quando chegar, liga ta?
- Pode deixar! - Sorrio e pego a mão dela e da Deise. - Eu vou voltar, vai demorar, mas logo eu estar aqui, esta bem? - falo olhando para as duas.
- Ficar sem você vai ser horrível, Clarice!
Solto a mão da minha mãe e abraço Deise com cuidado por causa de nossas barrigas.
Deise soluça chorando e quando se afasta limpa suas lágrimas e sorri.- São os hormônios da gravidez!
Limpo as minhas.
- Sim!
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O Amor Não Tem Preço - Completo - Em Revisão
RomantiekAtenção: Plágio é crime. Todos os direitos dessa obra são reservados à autora. Obs: Não é preciso ler "Amor E Guerra" para ler esse livro! Você acredita em Amor a primeira vista? Clarice não acreditava, até conhecer o empresário Anthony Albuquerque...