Capítulo 28

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2 meses depois

Clarice Rodrigues

- Acha mesmo que fugir vai adiantar algo?

Deise pergunta quando termino de colocar minha última peça de roupa na mala.
Não estou fugindo. Só preciso de um lugar pra descansar, e não pensar em alguém que não merece nenhum tipo de sentimento.

- Eu não estou fugindo! - Coloco minha mala no chão e me viro para Deise sentada na cadeira em frente a nossa penteadeira.

- Ah não?

Reviro os olhos.
Liguei para minha avó materna antes de ontem, e ela ficou feliz em saber que estou indo passar uns meses em sua Fazenda.
Estou de cinco meses, minha barriga já está aparecendo, está redondinha, e não quero ter que encontrar com algum Albuquerque na rua.

Anthony fez mesmo o que ele disse que faria. Tirou Bento da escola de música, não o vejo faz dias.
Anthony acabou com os meus dias de felicidade, e por isso preciso sair dessa cidade o quanto antes.
Quero minha paz de volta!
Minha mãe e Deise descordam da minha escolha. Mas é isso, minha escolha, e ninguém vai me fazer mudar de idéia.

- Se eu e mamãe fossemos com você?

- Deise, você acabou de completar nove meses! Acha mesmo que é seguro entrar em um táxi e ficar cinco horas dentro dele? Eu ainda consigo.

Ela assopra com desgosto.
A qualquer momento Deise pode entrar em trabalho de parto. E seria bom ela está em casa, quietinha!
Caminho até ela e sorrio acariciando seu cabelo.

- Queria você aqui pra vê-la nascer...

Sorrio.
Descobrimos que era uma menina a um mês atrás. Depois de se esconder tanto, Tamires se mostrou pra mamãe e pra titia e vovó babona!

- Eu também queria estar. Mas prometo ligar, assim que mamãe me avisar do nascimento dela eu ligo! E mande uma foto pra mim ver se ela se parece com você...

- Tem que parecer! Se ela vir com a cara do pai vou ficar chateada!

Dou uma gargalhada.

- Se bem que se vir com a cara da mãe vai ser pior!

- Engraçadinha!

Ouvimos duas batidas na porta e logo mamãe surge com sorrindo fraco nos lábios.

- O táxi chegou... Eu pedi para o taxista subir pra ajudar com a mala!

- Não precisava, mãe!

- Pode entrar, moço...

Mamãe diz dando espaço para o taxista entrar, ele me cumprimenta e cumprimenta Deise que sorri. Depois ele pega minha mala e sai, mamãe vai atrás dele...
Deise levanta devagar, pego minha bolsa e então saímos.

Assim que chegamos na porta do apartamento, vejo minha mãe dando o dinheiro para o taxista que agradece.
Ela se vira para mim e respira fundo.

- Vai com Deus, querida... Quando chegar, liga ta?

- Pode deixar! - Sorrio e pego a mão dela e da Deise. - Eu vou voltar, vai demorar, mas logo eu estar aqui, esta bem? - falo olhando para as duas.

- Ficar sem você vai ser horrível, Clarice!

Solto a mão da minha mãe e abraço Deise com cuidado por causa de nossas barrigas.
Deise soluça chorando e quando se afasta limpa suas lágrimas e sorri.

- São os hormônios da gravidez!

Limpo as minhas.

- Sim!

O Amor Não Tem Preço - Completo - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora