Capítulo 13

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Na manhã seguinte, eu levantei me sentindo bem. Fui ao banheiro fazer minha higiene matinal e depois troquei de roupa. Daí fui até a cozinha e de lá tive a visão de um Elliot dorminhoco.

Sim, ele dormiu na sala do meu apartamento. Não, não aconteceu nada. Nós passamos o dia discutindo, como sempre, jantamos e fomos dormir. Agora eu tinha duas coisas rodando na minha cabeça. Primeira: o fantasma da mansão Duques Câmara, e um Elliot que se importa. Eu já estava confusa mesmo. Olhei as horas e resolvi acordar Elliot depois que preparasse o café. Feito isso, me encaminhei até o sofá.

-Ei.-Sacudi de leve os ombros de Elliot. Ele estava deitado de lado, com a coberta cobrindo-lhe até a cintura. Um braço descansava na cintura e o outro estava esticado. A boca estava entreaberta, e nenhum som eu ouvia.-Elliot. Acorda!-Falei mais alto. Ele abriu os olhos devagar e se mexeu. Então virou-se de costas e voltou a dormir.-Ei! Cê tá achando que tá aonde? Vamos acordar filhão! Já são dez horas!

-Pare de gritar! Eu já estou acordado.

-Acordado pra mim será quando você levantar essa buzanfa daí! Vamos, vamos, vamos.

Comecei a bater palmas e Elliot sentou-se no sofá. Me encarou irritado.

-Satisfeita?

-Não. Vai lá lavar o rosto, escovar os dentes, pra gente tomar café.

Ele revirou os olhos e se levantou. Então se encaminhou para o banheiro. Vi a bela visão da sua bunda. Se controla! Ele tem noiva!

-Anda logo hein!

Tomamos nosso café em um silêncio desconfortável. Tão desconfortável que Elliot puxou assunto.

-Eu tenho que ir na empresa resolver algumas coisas, então qualquer coisa me liga.

-Certo. Eu te levo na porta.

Nos levantamos e fomos até a porta. A situação ainda parecia constrangedora, mas eu varri essa sensação para o fundo da minha mente. Abri a porta do apartamento e Elliot passou. Ele olhou para mim e se apoiou no batente da porta.

-Você quer que eu traga alguma coisa?

-Tem como trazer o trabalho?

Ele riu.

-Descanse. Esquece o trabalho.

-Eu vou ficar entediada. Você vai estar fora e meu apartamento está arrumado. O que eu vou fazer?-Suspirei.

-Você quer que eu volte depois que resolver algumas coisas na empresa?

-Seria bom.-Encarei ele e algo me veio a tona.-Pode trazer o Rafael com você?

Elliot suspirou irritado e revirou os olhos.

-Por que?

-Por que o que?

-Por que quer que ele venha?

-Porque ele é meu colega de trabalho? E o apartamento é meu? E ah! Eu sou adulta?

-Começou.-E revirou os olhos de novo.

-Começou o que? Você fica todo irritadinho quando alguém não faz o que você quer!

-Não é isso. Esqueça, você não entenderia.

-Não entenderia o que?

Ele virou as costas e começou a andar em direção ao elevador. Fui atrás dele e puxei seu braço.

-Eu tô falando com você!- Gritei e ele se soltou da minha mão, me jogando contra a parede logo em seguida. Minha respiração ficou ofegante e a dele também. A proximidade dele estava me alterando drasticamente. Não importava o fato de que ele era compromissado, eu estava começando a me atrair por ele. E isso não era nada bom. Os olhos de Elliot estavam presos nos meus, aquela faísca estava acesa, queimando. Mas eu me recuperei. Deus me livre termos um caso!-Responda a minha pergunta.

Herdeira LegítimaOnde histórias criam vida. Descubra agora