Capítulo Bônus

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Conexão entre Melanie e Lionel

—Então quer dizer que a condição é casar Mirela com Elliot?

Lionel estava sentado em frente à Melanie Del Negro. Ela bebericava sem pressa o vinho e sorria como quem sabe das coisas. Sabia que estava cutucando onça com vara curta ao ameaçar seu amigo de infância que entendia de tudo sobre veneno e não hesitava nem uma única vez quando queria algo.

Melanie sabia muito bem que teria de ser muito esperta, mais até do que seu marido. Ele, Lionel, nunca foi o tipo de pessoa que analisa as coisas como ela, tampouco pensa antes de fazer. Devia ser por isso que ainda eram bons amigos.

—Certo, mas temos de apresentá-los agora.— Lionel diz.—Tenho o mal pressentimento de que Mirela já está de olho em algumas pessoas. Faça sua propaganda para ele e eu farei a minha para o sr. Duques Câmara.

Ela levanta-se lentamente, deixa uma nota de valor alto em cima da mesa e aperta ombro de Lionel antes de sair.

***

—Então, você vai envenená-lo? Não acha que é um pouco demais?

Karla estava deitada sobre o corpo de Lionel, ambos totalmente nus. Ele passou os dedos pelo cabelo dela, sentiu a maciez do mesmo e lembrou-se da falecida esposa. Os olhos claros de Karla lembravam Mirela e por um momento ele desejou que elas fossem mãe e filha de sangue.

—Ele não vai ceder nada. Continua com o plano de deixar tudo para a órfã.

—Eu sei bem o quanto ele pode ser teimoso. Muita gente da família dele sabe, Lionel, que a Petúnia é a única filha. Ela mostra que é uma Duques Câmara todos os dias, é até um pouco irritante.

—Não me importa. Vou fazer isso, vou tirar essa órfã do meu caminho e dar tudo o que Mirela merece.

—O que vai fazer primeiro?—Ela pergunta e apoia o queixo no peitoral dele.

—O veneno já está pronto. Eu preciso de um testamento novo. Preciso achar o original. Elas vão desconfiar que o que eu vou propor não tem nada a ver com o que o pai faria, mas deverão aceitar.

—Mirela sempre estará a frente.

—Claro. Ela ganhará mesmo se a órfã se sair melhor.

—Você é mau!

Lionel riu das palavras de Karla e a puxou logo em seguida para um beijo.

***

Quando Rosé, Petúnia, Karla e Ferdinando sentaram-se à mesa para tomar café da manhã, o pai percebeu que algo de errado estava acontecendo. Petúnia bebia seu café em silêncio, Rosé mexia no tablet enquanto bebericava o chá e Karla, sua adorável esposa, evitava olhá-lo.

—Por que minhas três flores estão tão quietas? Algo aconteceu e eu não sei?

—Eu dormi mal. Sabe como é, faculdade.—Petúnia diz olhando para o pai. Os olhos dela carregavam profundas olheiras, o rosto em si estava inchado, e a marca das cobertas estavam quase invisíveis em seu braço. Ela jogou os cabelos escuros para trás e aquele simples movimento fez Ferdinando lembrar-se da mãe dela. Ela costumava fazer isso tantas vezes.

Herdeira LegítimaOnde histórias criam vida. Descubra agora