Capítulo 18

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No dia seguinte, todos nós estávamos, às oito horas da manhã na recepção. Cada um foi em seu carro, seguindo Rafael. Nada entre mim e Elliot foi dito desde ontem. Eu não consegui respondê-lo pois não tinha nada mesmo a se dizer. Pelo menos eu não tinha.

Elliot não me pressionou para dizer algo, e isso me aliviou. Cada um foi para o seu quarto e no dia seguinte, nada foi dito. Até o momento em que entramos no carro.

-Não vai falar nada?

-Ah, tá sentindo falta da minha voz irritante né?

Ele riu, mas nada disse.

Demoramos apenas alguns minutos para chegar na fábrica. Assim que chegamos, todos se juntaram em frente ao portão. O exterior parecia exatamente igual ao da fábrica do Rio, só que maior.

-Vai parecer a mesma fábrica que vocês viram, mas é um pouco diferente. Aqui tem muito aqueles...como é...motoboys, eu acho. Algumas revendedoras e é claro os funcionários daqui.

Eu e Rosé concordamos com a cabeça e ele fez um sinal com a mão para que o acompanhássemos. Os portões da fábrica se abriram e eu olhei maravilhada com aquilo. Primeiro: muita gente. Segundo: todos equipados adequadamente. Terceiro: excelente fiscalização. Eu ia chorar de emoção.

-A função de vocês é manter isso aqui assim e quem sabe aumentar.-Rafael disse.

Iniciou-se as apresentações. Visitamos o setor de produção de sabonetes, de shampoos, de perfumes, maquiagem, algumas roupas, acessórios, cremes, e outras coisas que eu nem sabia que a D&C produzia. Além das entregas que faziam das parcerias. Livros, coisas de casa...tipo tapetes, cortinas. Achei aquilo da hora. Rafael nos levou até a gerência e nos mostrou os gráficos, algumas planilhas e as porcentagens dos lucros. WOW, como vamos administrar isso tudo? É muito dinheiro! Olhei apavorada para Elliot, que com apenas um olhar me disse para ficar na minha.

-É isso, meninas. Agora vamos conhecer algumas pessoas que vocês falarão com frequência.

Eu me senti perdida com tanta gente. É claro que nos falaríamos através daquelas reuniões via Skype ou whatever, mas mesmo assim. Já estava apavorada o suficiente ao pensar na empresa. Pedi licença e saí correndo em direção ao banheiro. Respirei fundo e encarei meu reflexo no espelho. A minha cara entregava que eu estava muito assustada. Tratei de concertar aquilo e sai do banheiro com a expressão confiante e o corpo tremendo de medo. Para a minha surpresa, Elliot estava ali na porta. Ele olhou para mim irritado.

-Não demonstre o que está sentindo! Está perdendo a cabeça? Nunca devemos mostrar o que estamos sentindo. Agora, recomponha-se e vamos.

Ele estava muito irritado.

-Olha só estressadinho... eu tô sim me cagando aqui de medo, mas eu não preciso que você me diga isso, ok?

Ele bufou e nós achamos o pessoal lá na entrada. Rafael parecia animado e logo após nos despedirmos, cada um seguiu seu rumo. No carro, Elliot continuou com o seu sermão.

-Todos ficaram comentando sobre você depois que saiu. A sua irmã, principalmente.

Então eu explodi.

-E O QUE VOCÊ QUERIA QUE EU FIZESSE?!

-NÃO GRITE COMIGO!

-VOCÊ TÁ ME CULPANDO POR ALGO QUE EU NÃO FIZ!

-VOCÊ QUE NÃO CONSEGUE ESCONDER AS SUAS EMOÇÕES!

-CALE A BOCA!-Falei e soquei fracamente o peito de Elliot.

Eu estava prestes a chorar e ao mesmo tempo não queria chorar. Minha mão estava no alto, meus olhos ardiam, eu tremia da cabeça aos pés. Elliot abaixou minha mão e virou-se para o lado. Nós chegamos no Hotel e cada um foi para o seu quarto. Meu celular tocou no exato momento que fechei a porta.

Herdeira LegítimaOnde histórias criam vida. Descubra agora