Capítulo Final

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Alguns anos depois...

Acordo de madrugada sentindo uma dor intensa. Cutuco Elliot e ele segura minha mão com os olhos arregalados.

-O que foi?-Ele pergunta com a voz rouca.

-Eu... Aaaaah!-Me inclino para frente sentindo dor.

-Está sentindo contração?

-Porra... tô... misericórdia!

Então, sinto um líquido molhar as minhas pernas e o colchão.

-Elliot.-Falei desesperada.-A bolsa...

Seus olhos quase caem de tanto que se esbugalham. Ele levanta correndo da cama e pega as bolsas que nós preparamos para levar pro hospital quando minha bolsa estourasse. Ele de pijama e eu de camisola, foi desse jeito que nós saímos de casa. Elliot comunica aos empregados para que preparem a casa para a quando voltarmos e me carrega nos braços até o carro. Sou posta no banco e o mesmo é deitado. A dor fica mais intensa e eu sinto como se minha intimidade tivesse em chamas. Seguro o banco do carro e começo a suar. Elliot dá partida e logo estamos na estrada.

Foram apenas uns minutos, era uma madrugada tranquila, mas aqueles minutos pareceram uma eternidade. As contrações vinham cada vez mais fortes. Eu sinto minhas costas molhadas de suor e o único som que ouço é o do choro de Elliot. Quando chegamos no hospital, sou posta numa cadeira de rodas e levada lentamente pelo corredor. Me inclino para frente e berro.

-AAAAAAAAAAAAAAAHHHHH!

Me colocam num quarto, me deitam numa cama e uma enfermeira vê o quanto de dilatação eu já tenho.

-Nossa. Você já está com sete de dilatação! Meu Deus, vou preparar a sala e avisar ao obstetra.

Respiro fundo e logo vejo Elliot entrar no quarto. Ele está com uma roupa engraçada e eu riria se não estivesse morrendo de dor.

-Por que dói tanto...?-Resmungo apertando o colchão da cama.

-Ela já está pronta.-Uma outra enfermeira entra no quarto com uma maca e logo sou posta lá.-Vamos querida. Você é o marido?

-Sim.-Elliot diz.

-Pela sua roupa, o senhor vai assistir.

-Sim, irei.

Sinto a mão de Elliot na minha e eu a aperto fazendo força.

-Calma, meu amor. Calma. Lembra dos exercícios?

Ah, ele estava me lembrando das caralhas dos exercícios?

-Respire. Respire.-A mulher me fala.

-Isso, meu amor, respire.

-AAAAAAAAAAHHHHHH!-Berro impulsionando meu corpo para frente. O que é isso? Que dor é essa? Respiro fundo sentindo o suor descendo pelo meu rosto e costas. Fui deitada numa cama em uma sala muito estranha e pouco iluminada. Minhas pernas foram levantadas e separadas. Eu já me inclinava inconscientemente para frente. Por favor meu bebê, sai logo. Meu corpo parecia estar anestesiado, a única coisa que eu sentia eram as malditas contrações.

-Olá Petúnia. Vamos lá?-O médico que me acompanhou desde o começo da gravidez apareceu.-Eu preciso que respire fundo e empurre.

Grito de dor e tento fazer o que o médico manda.

-Meu amor, olhe para o teto. Se concentre nele e faça força.

-AAAAAAAAAAAAAHHHHHH!-Grito fechando os olhos.

Herdeira LegítimaOnde histórias criam vida. Descubra agora