-Então você é a Helen?!-Exclamei. A garota loira era a prima de Elliot.
Ela sorriu para mim e por um segundo lembrei de Maria.
-Sou eu sim! Você é a famosa Petúnia!
Que?
-Por que famosa?-Perguntei sorrindo.
-Elliot mencionou você muitas vezes, srta.-A mãe de Elliot respondeu.-Finalmente a conheci pessoalmente, srta. Petúnia. Prazer, sou Melanie Del Negro.
Senti como se tivesse falando com uma mulher muito importante. Ela tinha uma voz bem pesada, intimidadora e com um leve sotaque. Me dava calafrios. A sra. Del Negro me olhou de cima a baixo e me cumprimentou com um beijo na bochecha. Eu não gostava nada do jeito como ela me olhava. Não parecia me analisar ou algo do tipo. Parecia tirar suas conclusões sobre mim. Cara, eu não gostei mesmo dessa mulher. E se ela não parasse de me encarar daquele jeito eu iria...
-Queria saber por que ele falou mais de ti do que da própria noiva.
Eu apenas sorri sem saber o que dizer. Rosé estava longe de nós, o que resultou apenas em Elliot, a mãe dele e eu. Helen já havia sumido.
-Mamãe, nós trabalhamos juntos durante meses, e brigávamos muito. Eu e Rosé quase nunca nos vimos durante esses meses, é natural que eu tenha falado mais dela.-Ele conclui apontando para mim.
-É claro, Elliot.
Essa mãe do Elliot me dá medo. Credo.
-Vamos nos sentar?-Elliot sugere.
Nós duas concordamos e nos juntamos ao pessoal já sentado. Fui apresentada aos irmãos de Elliot. Um se chamava Coleman e tinha apenas dezessete anos. O outro já tinha vinte e se chamava Dylan. Uma coisa que os três tinham em comum: a cor dos olhos. Era impressionante como o tom variava minimamente entre cada par de olhos.
-Então, cá estamos todos nós. A família Del Negro e a família Duques Câmara. Uma pena nossos falecidos maridos não estarem presentes.-A mãe de Elliot falou.
Respirei fundo e olhei para o campo verde. Talvez papai estivesse orgulhoso de Rosé. Afinal, ele sempre gostou de Elliot.
-Fiquem à vontade, ok? Minha casa será de vocês enquanto estiverem aqui. Se quiserem ajuda para não se perderem, é só comunicar a Ana Paula ou a Martha.-Ao citar essa última, seu tom soou diferente, quase como se fosse desprezo.
***
Na hora do almoço, fui convocada na sala de jantar. Dessa vez, assim que saí do quarto dei de cara com Elliot. Ele vestia jeans, camiseta e Kenner. Sorriu ao me ver.
-Ótimo. Você vai me levar até a sala.
-Você está com medo de se perder?
-É claro que estou!
Ele riu.
-Depois você acostuma. Vamos.
Para a minha surpresa - e olha que já tive surpresas hoje -, Elliot passou o braço pelo meu e fomos assim de braços dados até a sala, discutindo como nos velhos tempos. Não foi estranho, mas também não foi normal. Quer dizer, Elliot estava na casa dele e não estávamos na empresa. Mas eu lembrei do porquê que eu estava ali. Então fechei a cara e tirei meu braço de cima do dele.
-O que foi?-Ele pergunta.
-Não devíamos fazer isso.
Elliot me olhou e olhou. Meu rosto queimava de vergonha. Por que ele me olhava tanto? Assim que chegamos na sala, vimos que só a mãe de Elliot estava lá. Ela mexia no enorme celular com uma calma e elegância nunca vistos por mim. Ao nos ver, ela se ajeita - como se isso fosse possível!-, nos olha e sorri.
Me sento quase no final da mesa. Do lado esquerdo, duas cadeiras de distância dela. Acho que ela percebeu que quis me distanciar, mas não comenta. Elliot senta-se mais próximo dela e logo mamãe, Rosé, Helen, Coleman e Dylan chegam. Ao meu lado esquerdo, quem senta é o Coleman, Dylan senta-se em frente à mim, mamãe ao lado de Coleman, Rosé ao lado de Elliot e Helen de frente para a mãe de Elliot.
-Peço desculpas, mas, meus costumes não permitem a colocação de vocês.-A mãe de Elliot fala. Aí meu pai amado, o que ela vai fazer?- Dylan, sente-se aqui no lugar do Elliot. Srta Rosé fique no lugar do Coleman, Elliot sente-se no lugar da srta. Rosé, Coleman, fique no lugar da sra. Duques Câmara, e a senhora pode se sentar no lugar de Helen. Srta. Petúnia, fique ao lado de Elliot e Helen ficará em seu lugar.-Ela observou enquanto estávamos trocando de lugar. Assim que todos estavam devidamente acomodados, ela sorriu satisfeita. Eu olhei de mamãe para Rosé. Ambas me pediam a mesma coisa com o olhar. Não fale nada!
Senti um calor na minha mão e depois um aperto. Elliot olhava para a mesa enquanto segurava minha mão. Suspirei. Ele deve está pirando do cabeçote se está achando que eu vou deixar isso. Afasto minha mão e evito ao máximo fazer um transtorno por causa disso. Mas, qual é, a mãe dele é assustadora, e se ela tiver visão de raio x e estiver vendo isso? E se ela nos pôs nesses lugares para me testar? E se ela estiver planejando minha morte? E se ela...
-Podem servir, por favor.
O sotaque dela, enquanto conversava sobre seus costumes na Inglaterra -sim pessoal, Elliot tem sangue estrangeiro.- E eu não fazia ideia, até porque eu não precisava e nem queria saber.
-Bom, estão gostando da estadia?-Ela pergunta.
Fico quieta e deixo Rosé e mamãe falar. Por um momento eu sinto como se pudesse respirar, a atenção da mãe de Elliot se concentra em quem está falando.
-Você está bem?-Elliot me pergunta baixinho.
Assinto com a cabeça.
-Você não parece bem.
-Mas eu tô.
-Você não parece e não está.
Suspiro irritada.
-Você tomou café hoje?
Café foi o que eu mas tomei hoje. Quase vazou café pelos meus poros. Eu estava muito nervosa quando chegamos no aeroporto. Tanto que eu me tremia. Mamãe até perguntara se eu queria ir ao banheiro.
-Claro, que pergunta besta.-Sussurro.
A comida chega e mesmo comendo o pessoal conversa. Os únicos que não abriram a boca pra falar foram Coleman e eu. O que? Eu não entendo sem um porcento do que eles falam. Então, pra não passar vergonha, eu fiquei quieta. Na hora de servirem a sobremesa, eu fingi não me sentir muito bem e sai correndo dali. Mamãe me olhou com uma expressão aterrorizada, mas nada disse.
Corri até o meu quarto. Quer dizer, eu achava que era o quarto que eu estava, pois todas as portas eram iguais! Mas, na verdade...eu desconfiava que sem querer tinha entrado no quarto de Elliot.
*Notas da autora*
Galera, a história tá chegando na reta final! Não se esqueçam de comentar e votar!
*Beijos de purpurina e até a próxima!*
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Herdeira Legítima
AcakEu preciso saber como uma empresa funciona, como posso fazê-la lucrar horrores e crescê-la ao máximo. Se eu não conseguir isso dentro de nove meses, eu perco meus direitos como herdeira, propriedades que ganhara de meu pai e qualquer vínculo com a e...