Não demorou até a gente chegar no aeroporto. Vamos viajar de noite, já que é menos movimentado.
-Se cuidem, avisem quando chegar lá. Tomem cuidado, não se esqueçam de apertar bem o sinto no avião, minha mãe falou enquanto beijava as bochechas da Kim que dormia em pé.
-Ai, vovó! Você tá me babando. -Kim resmungou limpando seu rosto.
-Tudo bem, vão logo. -Minha mãe falou fungando.
Nos já tínhamos despachado as malas e o Mike, estávamos apenas com a bolsa da Isa e a mochila da Kim.
-Tchau mãe, até mês que vem. -Beijei sua testa e a abracei. -Tchau, velho. -Falei e ele me puxou para um abraço.
-Vou fazer de tudo pra pegar o Enzo antes de voltarem. -Ele sussurrou para mim e assenti.
-Eu sei que sim. -Falei e eles se despediram da Isa e da Kim.
Peguei a Kim no colo e ela logo se aconchego no meu ombro e dormiu ali mesmo.
-Nossa, Isabella. Essa menina dorme em qualquer lugar. -Falei e ela riu.
-No primeiro dia dela, quase surtei, porque ela não chorou de noite e eu já tinha pensado o pior. Eu passei um tempo indo checar se ela estava realmente respirando. -Isabella comentou rindo e eu sorri, só pra não deixar no vácuo.
Fico imaginando todas as cenas, mas queria mesmo era viver elas.
-Por favor, coloquem objetos metálicos no compartimento. -Um segurança falou. Fizemos o que eles pediram e passei pelo detector com a Kim no colo e Isabella veio atrás, seu em nada e seguimos nosso caminho.
Sentamos perto do portão de embarque, depois de ter passado pela Polícia brasileira.
-Vamos chegar lá e um carro da empresa do Rafa vai nos levar em casa. La tem carro e tudo que precisaremos. -Isa falou se sentando do meu lado. -Acorda ela que ela tem que comer uma fruta. -Ela completou abrindo a mochila da Kim. Beijei seu rosto e fiz carinho com meu nariz.
-Para, papai. Quero dormir. -Ela resmungou e eu ri.
-Você tem que comer alguma coisa antes. -Falei sentando ela e ela coçou os olhos.
-Aqui, filha. -Falou Isa entregando um pote com maçã cortada. Segurei o pote e Kim começou a comer. Calmamente, como se tivesse todo o tempo do mundo.
O voo atrasou, o que fez a Kim ficar cansada de ficar sentada.
-Filha para de correr. -Pedi vendo ela correr em círculos em volta dos bancos em que estávamos.
-Vamos brincar de pega-pega. -Falou ela pulando e neguei.
-Você não tava com sono? -Perguntei e ela riu.
-Já passou o sono, papai. -Ela falou rindo.
- Só o seu. -Falei e bocejei em seguida. Eram 01:30 da manhã e ainda estávamos naquele aeroporto. Tenho certeza que Isabella esta no seu décimo sono. E Kim... Bom, a Kim...
Cadê a Kim?
Olhei em volta e sem sinal dela. Apenas pessoas, algumas dormindo, outras lendo ou conversando. Olhei pra Isabella e ela ainda dormia. Procurei a Kim e não estava encontrando ela.
Comecei a andar pelo saguão e chamar ela.
-Para de brincadeira, Kimberly. Aparece logo. -Falei olhando em volta e sem sinal dela. Se Isabella acordar, eu vou morrer.
Logo escutei a risada dela. Olhei em volta e nenhum sinal. Segui a risada e deu em outro saguão, de outra companhia aéria.
-Kimberley! -Chamei ela com uma certa força. Ela me olhou atenta. -A onde você estava? Você não pode sair andando por ai! -Falei me aproximando dela e ela abaixou a cabeça.
-Desculpa, papai. Você não quis brincar comigo mas o Bernardo quis. -Falou ela e a olhei atento.
-Quem? -Perguntei já sentindo meu sangue ferver. Tem marmanjo encostando na minha filha?
-O Bê. -Ela apontou para um menino que eu nem vi que estava ali. Uma criança, igual ela. Ele estava de cabeça baixa e com as mãos atrás do corpinho.
-Des-desculpa, senhor. -Ele falou baixinho e sem olhar pra mim. -O senhor pode me castigar da forma que achar melhor. -Falou ele e olhei pra Kim que olhava ele confusa.
-Meu papai não vai te bater, né papai? -Perguntou Kim e assenti.
-Eu só fiquei preocupado porque ela sumiu sem avisar, não precisa se culpar, Bernardo. -Falei e ele assentiu, ainda sem me olhar. O que os pais dele fazem?
-Senhores passageiros do voo 54392, com destino ao Canadá, embarque imediato no porta o vinte e nove. -Falou a voz mecânica.
-É o nosso voo, filha. -Falei e ela abraçou o Bernardo.
-Tchau Bê. -E veio pegar minha mão. -Vamos papai. -Falou e voltamos para o nosso lugar. Isabella falava com dois seguranças do aeroporto. Ela parecia desesperada, quando nos olhou, veio correndo.
-O que foi? -Perguntei vendo ela pegar Kim no colo e a abraçar fortemente.
-Eu acordei e vocês não estavam lá! Como acha que eu fiquei? -Perguntou ela me olhando nervosa. -A onde estavam? -Perguntou e olhei pra Kim.
-Brincando de pega-pega. -Kim falou dando de ombros e Isabella me olhou desconfiada, mas logo beijou a bochecha da filha.
-Vamos embarcar. -Ela falou e deu a mão pra Kim.
Entramos no avião e logo fomos para o nosso lugar, na 1 classe, obviamente.
Nunca viajei de avião, mas dizem que é seguro. Isabella sentou no corredor, JÁ que ela dormiria a viajem toda e me deixou com a Kim na janela.
-Papai, a gente vai voltar, não vai? -Kim perguntou se acomodando no meu colo.
-Claro que sim. -Falei jogando seus cabelos pra trás. -Por quê? -Perguntei.
-Eu não quero mais ficar longe de você e nem de ninguém. Não gosto da nossa antiga casa, eu gosto da sua. -Kim falou de olhos fechados e voz arrastada.
-Em pouco tempo estaremos juntinhos, filha. -Falei e beijei sua cabeça.
-Te amo, papai. -Falou ela antes de pegar no sono.
A viagem não foi tão demorada assim, não dormi em momento algum, mas primeiras horas, as duas dormiram, depois Kim me fez companhia o resto da viagem. Chegamos e o sol já estava nascendo.
-Coloca o casaco na Kim que eu vou pegar o Mike. -Isabella falou me dando a mochila da Kim.
-Vem aqui, filha. -Peguei ela no colo rapidamente e ela riu. Coloquei ela em cima de uma bancada.
Abri a mochila e peguei seu casaco. Vesti ela e logo escutei o latido do Mike. Um latido forte e alto, que fez todos calarem a boca.
-Aqui, menino. -Kim falou e coloquei ela no chão. Mike veio correndo e abanando o rabo, cheirando a Kim.
-Vou pegar as malas. -Falei e beijei a testa da Isabella.
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Aconteceu 2: Filha do Morro
RomanceSegunda temporada. Isabella volta para o Rio de Janeiro com sua filha, a herdeira do dono do morro, mas acredite, não por vontade própria. Ela acaba reencontrando o pai da filha dela e ai já viu... Ambos ainda sentiam coisas, Isabella não conseguia...