•Noventa e Dois•

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Ninguém se mexia e nem falava nada, JP me olhava com raiva e ódio, Kim olhava Taciana assim e Isabella parecia mais traumatizada ainda. Meu pai então tomou a frente e se aproximou da Taciana, falou com ela e logo a levou pra dentro da casa. 

-Vai falar com ela. -Minha mãe falou e olhei pra Kim e neguei. -Alex, você sabe o que ela veio fazer aqui, veio tentar fazer um showzinho dela, manda ela embora, dá um jeito.

-Como vou fazer isso?

-Não sei, não me importa. Essa menina não deveria estar aqui, manda ela embora, a casa é da sua namorada, respeita a casa dela. -Minha mãe falou em tom de briga.

-Eu não chamei essa louca.

-Mas ela tá aqui por sua culpa, então dá um jeito de se livra dela. Agora para de discutir comigo e vai lá. -Falou me dando leves empurrões.

-Vai lá. -Kim falou e a olhei. -Vou explicar pros meus pais antes que meu pai atire em você. -Ela falou e tentou rir, mas sei que ela estava mal.

-Vai comigo. -Pedi e ela negou.

-Vai lá, amor. -Ela deu um sorrisinho e um selinho. Ela foi em direção aos pais dela e começou a falar com eles. Entrei na casa e não tinha ninguém, vi a porta da frente aberta e saí pela mesma, meu pai falava um monte de coisa pra ela, entrando na cabeça dela de verdade, ela tava até com uma cara mal.

-O que você tá fazendo aqui, caralho? Tá chapando? -Perguntei e eles me olharam. 

-Você não tá mais falando comigo. Eu avisei que se me abandonasse eu iria vir atrás. -Ela falou séria. 

-Você tá esquecendo com quem você tá falando, vagabunda? Se eu não tava falando com você é porque eu não queria. Tá maluca de vir aqui na casa da minha mulher, durante uma festa que você não foi convidada, e ainda fazer esse seu showzinho? -Me aproximei dela e a segurei pelos braços. -Qual foi a sua?

-Alex, você não vai me abandonar com o bebê. Você falou que se o filho fosse seu você ia assumir, mas você só sumiu. -Falou ela e ri.

-O filho não é meu, você forjou e eu vou provar. Quero outro teste. Eu que vou escolher dessa vez. -Falei e ela me olhou por um tempo. 

-Cê quer perder mais tempo? Quando vai entender que eu sou o amor da sua vida? Olha, você falou que ia querer o teste. O filho é seu, porque não aceita isso? Agora vai ter que me ajudar, já pode pensar em um lugar na sua casa pra gente ficar e ah, quero um carro, até porque preciso me locomover, sem contar que já tem que ir comprando as coisas do bebê e minhas roupas nem me servem direito. Queria fazer umas comprinhas também. -Me afastei dela e ri. 

-O máximo que você vai ter de mim é a carona até a outra clinica. Só falo com você com o teste... -Fui interrompido pela Kim.

-Vem aqui por favor. -Pediu ela meio aflita. Entrei e ela respirou fundo. -Minha mãe tá passando mal, Ale. -Arregalei os olhos. -Ela tá passando nervoso de mais, descobriu que o meu avô e minha avó tão doentes, agora aparece essa...

-Onde ela tá? -Perguntei e ela suspirou.

-Lá em cima, meu pai levou ela.

-Eu vou resolver isso e vou ajudar ela. 

-Te ajudo. -Falou e assenti. Saímos novamente.

-Você entendeu, o que eu falei? Vou procurar uma clínica nova e só vamos nos falar quando tudo estiver pronto pra fazer o teste, vamos fazer o teste e vamos simplesmente ver que...

-Que vamos perder todo esse tempo pra descobrir o que já sabemos...

-Olha aqui, essa porra ai não é minha. Você realmente tá se esquecendo com quem você tá falando e tá começando a me irritar. Não me importo com você e nem com essa porra ai dentro de você. Se eu ver você pelo morro, tentando falar comigo ou com alguém daqui, eu mato você. -Falei e ela ficou quieta. -Agora vai embora e se voltar, tá ligada que eu passo você. -Falei e cruzei os braços, ela saiu depois de um tempo raciocinando o que eu tinha falado. 

Subi e fui pro quarto do JP, pedi licença e o quarto estava escuro.

-Amor, calma, respira fundo. -Ele falava e ela respirava desregular.

-Como calma, João Pedro?

-Por favor...

-Seu pai tá morrendo e sua mãe nem lembra mais de mim. Eu cheguei lá e ela tava fazendo o almoço, falou que tava esperando você voltar da quadra. -Isabella falou. -Sua mãe acha que você tem 9 anos, João e você acha que eu tenho que ficar calma? -Ela perguntou e fez cara de dor. 

-Isa... Não queria falar nada, mas você tá mijando. -Falei e todos olharam.

-Eu não... -Ela parou e logo fez cara de dor. -A bolsa estourou. -Ela falou e João arregalou os olhos.

-O que? Como assim? Não, só vai nascer em dois meses, ele não tá pronto ainda. -João falou.

-Não é você quem escolhe. -Falou Isabella. -ME LEVA PRO HOSPITAAL! -Isa gritou e João deu um pulo.

-Kim pega a bolsa do bebê e a dela, Ale prepara o carro. -JP falou e eu e Kim corremos.

Desci e peguei a chave do carro, abri as portas de trás e Kim já apareceu colocando as bolsas dentro do carro. Logo João chegou com a Isa e fui no toque, Isabella gritava com as contrações. Não demorou até a gente chegar, ajudei Isa e logo entramos no hospital, levaram ela pro pré-parto e João foi com ela, levaram as bolsas e eu e Kim ficamos fazendo as outras coisas, preenchemos a ficha da Isa.

Kim ligou pro avô dela e liguei pro meu pai, pedi pra ele cuidar da casa deles enquanto ficava aqui e ele falou que tava tranquilo, todos já tinha ido embora.

Ficamos cerca de nove horas no hospital, sem noticias, não sabíamos se já tinha nascido ou não, o que tava acontecendo, nada.

Então, João foi visto no final do corredor e fomos rapidamente até ele.

-Ele nasceu. -Ele falou todo bobo e sorrimos e abraçamos eles.

-Parabéns, sogrão. -Falei e ele bufou.

-Odeio quando me chama assim e você sabe, mas obrigado. -Falou e rimos. -Vamos lá conhecer o bebê.

Ele falou animado e Kim sorriu. Os dois foram na frente e fui um pouco atrás, deixa eles aproveitarem o momento deles. Meu celular tocou e peguei pra atender.

-Senhor, sem celular na maternidade. -Um segurança falou e assenti.

Fiquei ali e atendi o meu pai.

-Pai?

-Alex, onde vocês estão? -Meu pai parecia aflito.

-A gente tá no hospital, o irmão da Kim nasceu. 

-Filho... Não sei como falar isso...

Aconteceu 2: Filha do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora