•Cinquenta•

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-Desculpa, esqueci que estava com uma dama. -Ele falou em tom provocativo e dei um sorrisinho falso.

-Se desculpar pra que? Sou uma dama mesmo. -Falei e ele riu.

-Agora vamos. -Falou e disparou.

Segui ele e o lindo fazia os negócios olhando pra trás pra ver se eu o acompanhava... Odeio quando me subestimam, vontade de passar por cima da cabeça dele com a roda traseira.

Aos poucos ele foi parando. Não demorou pra ele parar totalmente.

-Legal. Me trouxe pro meio do nada, vai me matar? -Perguntei vendo ele para na estrada de terra que de um lado tem mato e do outro tem mais mato.

-Se eu fosse te matar, não teria trazido sua mochila pesada até aqui. -Falou com um sorrisinho "fofo".

-Capeta. -Resmunguei e ele riu.

-Tô brincando, nem está tão pesada. Mas não é aqui que eu quero te trazer. Me segue. -Ele pediu empurrando sua moto pra uma trilha que tinha no meio do mato.

Chegamos em um lugar que tinha umas correntes nas árvores.

-Nossa, vai me matar mesmo. -Falei e ele riu.

-É pra prender a moto -Falou ele rindo.

Dei de ombros.

-Ninguém é louco de me roubar. -Encostei a moto no pezinho e ele riu.

Ele me olhou e olhou seus saltos e riu outra vez.

-Acho melhor você tirar isso.

-Qual a chance disso acontecer? -Perguntei e pensei. -Nenhuma.

-A gente vai ter que andar um pouco. -Falou ele e assenti.

-Então vamos.

-Você tá falando sério?

-Lógico que não. Tem um tênis ai na minha bolsa. -Falei rindo.

Coloquei o tênis e deixei a mochila ali mesmo, só levei meus fones, meu celular e minhas chaves.

Fomos andando e conversando um pouco. E não demorou até a gente chegar. Eu sabia que a gente chegou porque era o lugar mais lindo que eu já vi.

Era tipo uma caixa gigante de vidro que tinha uns puffs, sofá, além de almofadas. Tinha uma porta e a única ventilação era uma janelinha que abre e fecha, no meio das árvores, ou seja... A visão em cima da "caixa" é limpa.

-Uau. -Falei surpresa. -Que lugar é esse? Como não conhecia isso aqui? -Perguntei e ele riu.

-Gatinha, ninguém conhece isso aqui. Meus parceiros que construíram. -Falou ele com um sorriso no rosto. -A gente sempre gostou do céu. Tivemos que fazer alguma coisa assim. Afastado de luz, com visão livre... -Ele falou e sorri.

-Vamos entrar logo. -Falei animada e foi a vez dele sorrir.

Entramos naquela caixa e logo deitei no Puff pra olhar pro céu. Ale deitou em outro Puff e ficamos olhando o céu por um tempo. Então Ale deitou do meu lado e ficou olhando pro meu rosto e eu continuava olhando pro céu.

-Aqui é tão lindo. -Falei e ele concordou com a cabeça.

-Linda. -Falou ainda me olhando, então olhei pra ele.

-Eu acho... Que você está tentando me conquistar. -Falei e ele parou de sorrir.

-Tá dando certo? -Perguntou ele e fingi pensar.

-Talvez esteja dando só um pouquinho certo. -Falei.

-Só um pouquinho? -Perguntou se aproximando um pouco.

-Só um pouquinho. -Confirmei e ele sorriu se aproximando mais, acabando com a distância entre a gente.

Iniciamos um beijo calmo, ele usou a mão esquerda pra se apoiar e a mão direita ele levou pra minha cintura e deixou ali. O beijo não esquentou, ele apenas acelerou algumas vezes, Ale não ultrapassou nenhuma barreira, ele apenas passava a mão pelo meu peito. Aquela mão Grande dele.

Fumamos três baseados durante o tempo que ficamos ali. Conversávamos e nos beijávamos, olhávamos o céu. Realmente foi muito bom. E eu pensando que minha segunda ia ser ruim.

-Esta entregue. -Ele falou e ri descendo da moto.

-Tecnicamente, eu vim na minha moto e você na sua.

-Mas você entendeu. -Falou puxando uma mecha do meu cabelo de brincadeira. Ele estava encostado na moto dele.

Eu deveria esta maluca, 12:30 e eu na frente da minha casa com o Ale e meu pai podendo chegar a qualquer momento.

Nem ligo.

Peguei sua nuca e o beijei. Ele desceu suas mãos pra minha cintura e deixou ali.

Depois do beijo, Ale foi embora e dois minutos depois vejo meu pai subindo de moto, na hora certa.

Levei a moto pra garagem e entrei pra casa.

-Tá com fome? -Meu pai perguntou entrando em casa.

-To.

-Vou fazer macarrão. -Falou ele e assenti subindo pro meu quarto. Tomei uma ducha e coloquei uma roupa fresca.

Esperei o meu pai vir chamar para o almoço, mas foi minha mãe que me chamou. Mike veio abanando o rabo.

-Meu Príncipe. -Falei abraçando ele.

Sentei na mesa e começamos a comer.

Comi bastante, estava na larica monstra. Depois minha mãe foi trabalhar com o Mike e meu pai ficou lá mais um pouco.

-Filha, você passa o dia todo em casa. -Meu pai falou se jogando do meu lado na cama. Eu estava falando com o Ale. Bloqueei a tela e olhei meu velho. -Vou te dar um trabalho, mas a sua mãe não pode sonhar que eu to fazendo isso. -Falou ele e assenti. Ele me deu um papel. -Tem treze bocas que tão me devendo. Vai cobrar pra mim. -Pediu meu pai e peguei o papelzinho. -Você sabe o que fazer, hoje é o último dia dos gerente, se não tiver o dinheiro já pode passar pra baixo. -Falou e assenti me levantando animada. -E pelo amor de Jesus Cristo, não conta pra sua mãe e nem pros seus avós. -Assenti rindo e ele deu um beijo na minha testa e foi embora.

Fui me arrumar.

Aconteceu 2: Filha do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora