-Desculpa, esqueci que estava com uma dama. -Ele falou em tom provocativo e dei um sorrisinho falso.
-Se desculpar pra que? Sou uma dama mesmo. -Falei e ele riu.
-Agora vamos. -Falou e disparou.
Segui ele e o lindo fazia os negócios olhando pra trás pra ver se eu o acompanhava... Odeio quando me subestimam, vontade de passar por cima da cabeça dele com a roda traseira.
Aos poucos ele foi parando. Não demorou pra ele parar totalmente.
-Legal. Me trouxe pro meio do nada, vai me matar? -Perguntei vendo ele para na estrada de terra que de um lado tem mato e do outro tem mais mato.
-Se eu fosse te matar, não teria trazido sua mochila pesada até aqui. -Falou com um sorrisinho "fofo".
-Capeta. -Resmunguei e ele riu.
-Tô brincando, nem está tão pesada. Mas não é aqui que eu quero te trazer. Me segue. -Ele pediu empurrando sua moto pra uma trilha que tinha no meio do mato.
Chegamos em um lugar que tinha umas correntes nas árvores.
-Nossa, vai me matar mesmo. -Falei e ele riu.
-É pra prender a moto -Falou ele rindo.
Dei de ombros.
-Ninguém é louco de me roubar. -Encostei a moto no pezinho e ele riu.
Ele me olhou e olhou seus saltos e riu outra vez.
-Acho melhor você tirar isso.
-Qual a chance disso acontecer? -Perguntei e pensei. -Nenhuma.
-A gente vai ter que andar um pouco. -Falou ele e assenti.
-Então vamos.
-Você tá falando sério?
-Lógico que não. Tem um tênis ai na minha bolsa. -Falei rindo.
Coloquei o tênis e deixei a mochila ali mesmo, só levei meus fones, meu celular e minhas chaves.
Fomos andando e conversando um pouco. E não demorou até a gente chegar. Eu sabia que a gente chegou porque era o lugar mais lindo que eu já vi.
Era tipo uma caixa gigante de vidro que tinha uns puffs, sofá, além de almofadas. Tinha uma porta e a única ventilação era uma janelinha que abre e fecha, no meio das árvores, ou seja... A visão em cima da "caixa" é limpa.
-Uau. -Falei surpresa. -Que lugar é esse? Como não conhecia isso aqui? -Perguntei e ele riu.
-Gatinha, ninguém conhece isso aqui. Meus parceiros que construíram. -Falou ele com um sorriso no rosto. -A gente sempre gostou do céu. Tivemos que fazer alguma coisa assim. Afastado de luz, com visão livre... -Ele falou e sorri.
-Vamos entrar logo. -Falei animada e foi a vez dele sorrir.
Entramos naquela caixa e logo deitei no Puff pra olhar pro céu. Ale deitou em outro Puff e ficamos olhando o céu por um tempo. Então Ale deitou do meu lado e ficou olhando pro meu rosto e eu continuava olhando pro céu.
-Aqui é tão lindo. -Falei e ele concordou com a cabeça.
-Linda. -Falou ainda me olhando, então olhei pra ele.
-Eu acho... Que você está tentando me conquistar. -Falei e ele parou de sorrir.
-Tá dando certo? -Perguntou ele e fingi pensar.
-Talvez esteja dando só um pouquinho certo. -Falei.
-Só um pouquinho? -Perguntou se aproximando um pouco.
-Só um pouquinho. -Confirmei e ele sorriu se aproximando mais, acabando com a distância entre a gente.
Iniciamos um beijo calmo, ele usou a mão esquerda pra se apoiar e a mão direita ele levou pra minha cintura e deixou ali. O beijo não esquentou, ele apenas acelerou algumas vezes, Ale não ultrapassou nenhuma barreira, ele apenas passava a mão pelo meu peito. Aquela mão Grande dele.
Fumamos três baseados durante o tempo que ficamos ali. Conversávamos e nos beijávamos, olhávamos o céu. Realmente foi muito bom. E eu pensando que minha segunda ia ser ruim.
-Esta entregue. -Ele falou e ri descendo da moto.
-Tecnicamente, eu vim na minha moto e você na sua.
-Mas você entendeu. -Falou puxando uma mecha do meu cabelo de brincadeira. Ele estava encostado na moto dele.
Eu deveria esta maluca, 12:30 e eu na frente da minha casa com o Ale e meu pai podendo chegar a qualquer momento.
Nem ligo.
Peguei sua nuca e o beijei. Ele desceu suas mãos pra minha cintura e deixou ali.
Depois do beijo, Ale foi embora e dois minutos depois vejo meu pai subindo de moto, na hora certa.
Levei a moto pra garagem e entrei pra casa.
-Tá com fome? -Meu pai perguntou entrando em casa.
-To.
-Vou fazer macarrão. -Falou ele e assenti subindo pro meu quarto. Tomei uma ducha e coloquei uma roupa fresca.
Esperei o meu pai vir chamar para o almoço, mas foi minha mãe que me chamou. Mike veio abanando o rabo.
-Meu Príncipe. -Falei abraçando ele.
Sentei na mesa e começamos a comer.
Comi bastante, estava na larica monstra. Depois minha mãe foi trabalhar com o Mike e meu pai ficou lá mais um pouco.
-Filha, você passa o dia todo em casa. -Meu pai falou se jogando do meu lado na cama. Eu estava falando com o Ale. Bloqueei a tela e olhei meu velho. -Vou te dar um trabalho, mas a sua mãe não pode sonhar que eu to fazendo isso. -Falou ele e assenti. Ele me deu um papel. -Tem treze bocas que tão me devendo. Vai cobrar pra mim. -Pediu meu pai e peguei o papelzinho. -Você sabe o que fazer, hoje é o último dia dos gerente, se não tiver o dinheiro já pode passar pra baixo. -Falou e assenti me levantando animada. -E pelo amor de Jesus Cristo, não conta pra sua mãe e nem pros seus avós. -Assenti rindo e ele deu um beijo na minha testa e foi embora.
Fui me arrumar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aconteceu 2: Filha do Morro
RomanceSegunda temporada. Isabella volta para o Rio de Janeiro com sua filha, a herdeira do dono do morro, mas acredite, não por vontade própria. Ela acaba reencontrando o pai da filha dela e ai já viu... Ambos ainda sentiam coisas, Isabella não conseguia...