•Setenta e Nove•

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-Como é que é? -Ale perguntou quando viu que eu não conseguiria.

-Eu não posso garantir a vocês, por isso preciso de um raio-x. Mike não parece conseguir se controlar, ele tá com muito medo, precisamos ceda-lo. -Ele falou e neguei.

-Ninguém vai relar no mundo cachorro não. -Falei e suspirei. -Mostra a sala. -Pedi e o cara e azul falou pra eu ir junto com ele.

Ale veio comigo e Mike veio meio tenso. Entramos em uma sala escura que tinha uma mesa de alumínio alta. O cara de azul colocou uma escada larga.

-Vem Mike. -Pedi o chamando e ele ficou parado na porta da sala. -Vem meu amor, não vai doer, só vão tirar uma foto de você e ai você tá liberado. Eu prometo pra você, Mike. -Falei e o cachorro olhou pro Ale.

-Vem, garoto. -Ale chamou ele também e ele se aproximou ainda desconfiado.

Ele subiu as escadas com bastante dificuldade. Ele deitou naquilo e diz carinho nele.

-Você já vai sair. -Falei e ele fechou os olhos quando beijei sua cabeça.

-Você pode ficar fazendo carinho nele, só vou precisar do resto do corpo dele. -O cara de azul falou e assenti. Ele posicionou a máquina no lugar. -Você pode me acompanhar aqui pra trás. -Pediu ele pro Alex que assentiu e os dois foram pra trás de uma porta de madeira. -Kimberly, vou precisar que coloque as mãos nos olhos dele e proteja os seus também. -Fiz o que ele pediu e logo uma luz forte. -Consegue colocar ele de lado? -Coloquei Mike deitado de lado e protegi seus olhos novamente. -Pro outro lado, por favor. -Fiz o que ele pediu e logo ele saiu da sala junto com Ale.

-Pronto, garoto. -Falei beijando a cabeça do Mike. Ele desceu da maca.

-O resultado sai em dez minutos, o Doutor vai chamar vocês novamente. -Falou o cara de azul e assentimos.

Fomos pra sala de espera e assim que sentei, Ale se sentou do meu lado e deitei minha cabeça no seu ombro, Mike deitou no chão e ficou ali.

-Você tá preocupada. -Alex falou e assenti. -Não se preocupa, tenho certeza que aquele médico só quer passar mais tempo do seu lado e o Mike não tem nada de mais. -Ale falou e sorri. Sabia que ele só estava falando aquilo pra eu rir.

-Idiota. -Falei e vi uma bebezinha se aproximar. Ela tinha passos meio duros, o que me leva a acreditar que ela ainda tá aprendendo a andar. Mike levantou a cabeça e uma mulher apareceu e pegou a criança no colo.

-Cuidado filha, o cachorro é muito grande pra você. -A mulher falou.

-Ele não morde não, moça. -Ale falou. -Senta, Mike. -O Mike sentou e a mulher olhou desconfiada, já a menininha sorridente.

-Eu convivo com esse cachorro desde que eu nasci. -Falei pra tranquilizar a mulher. -A última coisa que ele faria é machucar sua filha. -Completei com um sorrisinho meigo enquanto fazia carinho na cabeça do Mike.

-Quer fazer carinho, filha? -A mulher perguntou e a menina começou a pular animada. A mulher se abaixou e Mike foi cheirar a menina o que fez a mulher recuar um pouco

-Calma, Mike. -Ale falou e se abaixou também. A mulher colocou a menininha no chão e Ale segurava a coleira do Mike para que ele não se aproximasse muito. Mas a menininha era menor que o Mike e fez ela ficar sem saber o que fazer. -Da a mãozinha. -Ale pediu e a menina deu. Ale fez carinho no pescoço do Mike com a mão dela e logo ele deitou, o que deixou seus cabeça livre para os carinhos da pequenininha que se sentou no chão e começou a brincar com o cachorro.

Ele rodou e ficou de barriga pra cima, fazendo graça o que fez a menininha gargalhar e a mãe sorrir.

-Que cachorro adorável, qual o nome dele? -Ela perguntou fazendo carinho no cachorro também.

-Mike. -Falaram antes e mim e o cachorro se endireitou.

-Da tchau, filha. -Falou a mulher e a menina abraçou o cachorro.

-Qual seu nome? -Ale perguntou quando a menininha abraçou ele também.

-Ela se chama Isabella. -A mulher respondeu. A menina deu um selinho no Ale que sorriu e a abraçou.

-Olha, eu até ficaria com você, mas eu já tenho namorada. -Falou Ale e se levantou. -Tchau, pequena. -Ele beijou a testa da menina e Mike acompanhou ele.

Me despedi delas e foi junto. Entramos na sala e o Gabriel já tirava os raio-x de um envelope grande amarelo.

-Podem se sentar que vou ver como está. -Ele falou e começou a levantar cada um na luz e arregalou os olhos. -Meu Deus. -Ele falou e olhou para o Mike.

-O que foi? -Perguntei e ele continuou um tempo calado, olhando Mike com os olhos arregalados. -O que foi? O que tem ai? Por que TÁ olhando o meu cachorro assim? Pode parar? -Pedi já ficando nervosa.

-Eu só estou... Surpreso. -Falou ele.

-Com o que? Ce está sob efeito de drogas? -Ale perguntou e o veterinário nos olhou.

-Surpreso por ele ter chego aqui andando. -Falou ele e balançou a cabeça. -O Mike ta com um tumor do tamanho e uma bola de tênis no final da coluna. -Ele Falou e colocou os resultados naquele quadro que tem luz. E vi uma bola preta. Apertei a mão do Ale com força.

-E como tira isso? -Ale perguntou já que eu estava incapacitada.

-Então... Isso que me surpreende tanto. Esse tumor JÁ deve ter uns três anos. -Falou ele e olhei pra Kim que me olhou confusa.

-Como assim, Doutor? É impossível. Ele nunca se reclamou, nunca demonstrou nada... Como isso... Não pode ser. -Falei passando a mão no cabelo.

-É um tipo raro de tumor, me surpreende ele ainda conseguir andar, o tumor está localizado no final da coluna espinhal e no começo do rabo, isso que dificulta tanto o andar dele. -Falou o médico. -Além dele estar velhinho, ele está com um tumor e tenho que dizer que é um tumor maligno. -Falou ele.

-Como assim? Não é só tirar? -Perguntou Ale.

-Seria, se o tumor não estivesse a tanto tempo e localizado a onde ele está... O risco dele perder os movimentos das patas são grandes, sem contar na possibilidade de não conseguir retirar o tumor por ele estar "grudado" ao osso. -Ele falou fazendo aspas com os dedos. -Os riscos são grandes para uma cirurgia assim, ainda mais em um cachorro de idade... Mas a decisão é de vocês. Podemos realizar o procedimento, mas não é garantia que ele sobreviva e se sobreviver, ele ficaria paraplégico.

-É muito arriscado? -Perguntei e o Gabriel suspirou.

-Ele tem cerca de 5% de chance de sucesso, ou seja, eu consiga remover o tumor e ele volta a andar normalmente, mas mesmo assim, ele já é de idade. -Ele falou e não consegui responder, apenas senti minha bochecha ficar molhada. Abaixei a cabeça e chorei silenciosamente, mesmo sabendo que todos sabiam que estava chorando. Sinto a pata do Mike na minha coxa. Olho pra ele que deita sua cabeça na minha perna e dou um sorrisinho.

-Agradece ai, medicozinho, nois vai pra casa pensar e qualquer coisa nois volta aí. -Ale falou e levantando. -Vamos amor. -Ele me estendeu a mão.

-Obrigada. -Falei pro Gabriel que assentiu e entregou o envelope com os exames.

Ale passou o braço pelo meu ombro e me levou até o carro e Mike veio atrás. Ele abriu a porta do carona e eu entrei e coloquei o cinto. Ele me deu um beijo na testa e fechou a porta.

Abriu a porta de trás pro Mike que entrou e ficou no meio do banco. Ale entrou e já andou com o carro em direção ao morro.

Eaeeee vou um capítulo q nem eu ja fiz aqui JÁ.

Vocês fazem as perguntas por personagens e podem fazer pra mim também se quiserem.
Irei responder toodas.


Aconteceu 2: Filha do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora