•Cinquenta e Dois•

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CHAMA NA MARATONA BB

Acordei com meu pai me cutucando.

-Se arruma, filha. -Ele pediu. -E tenta evitar preto, fazendo o favor. -Ele pediu e beijou minha cabeça e saiu.

Me levantei e fui tomar uma ducha. Sai e fui pro closet. Coloquei uma lingerie branca e peguei um vestido branco com algumas rosas rosa. Coloquei uma sapatilha branca e peguei meu celular pra descer.

Cheguei lá em baixo e meus pais tomavam o café da manhã.

-Bom dia. -Falei chamando a atenção deles. Que me olharam de cima a baixo.

-Desenterrou esse vestido de onde? -Minha mãe perguntou rindo.

-Não está bom? -Perguntei olhando pra baixo.

-Claro que tá filha, tá linda. -Meu pai falou e piscou pra mim. -Meu Deus, não sei como ainda não me mataram. Vocês são muito lindas. -Ele falou e eu e minha mãe sorrimos pra ele.

Comemos o café e fomos pro carro, já que a consulta seria as 9:00.

O caminho todo foi em silêncio, mas um silêncio suave. Chegamos lá, fizemos todos os procedimentos de cadastro.

-Esperem aqui um segundo que a medica vai chamar na sala 5, virando o corredor. -A secretaria falou e assentimos.

-Mãe, vou no banheiro e já volto. -Falei e ela assentiu indo se sentar com o meu pai.

Virei o corredor e fui pra sala 5. Bati duas vezes e abri.

-Com licença, posso falar com você? -Perguntei.

-Eu tenho uma paciente agora.

-Eu sei. É a minha mãe. -Falei e ela assentiu.

-Pode falar.

-Eu queria te pedir um favor.

-Se eu puder realizar.

-Minha mãe e meu pai tem uma história bem grande, mas resumindo, meu pai não me viu nascer e perdeu a gestação da minha mãe. Eu queria que dessa vez fosse certo para os dois. -Falei e ela deu um sorrisinho. -Queria que não falasse pra eles o sexo, fala que não deu pra ver ou sei lá. Que falasse pra mim pra eu fazer uma surpresa pra eles. -Pedi.

-Eu acho bem justo. E um gesto lindo também. Eu vou te ajudar. -Ela falou e piscou o olho pra mim. -Isabella Dutra? -Assenti. -Pode chamar ela.

Sai da sala e chamei eles.

-Bom dia, papais. -A médica falou e minha mãe entregou uns papéis que ela fez de exame.

A medica olhou tudo, comentou algumas coisas e pediu pra minha mãe deitar na maca. Minha mãe deitou e levantou a blusa. A média tava explicando o procedimento.

Minha mãe já tinha uma barriga visível.

-Muito bem. Aqui está o bebê. -Falou ela olhando o monitor.

-Qual o sexo? -Meu pai perguntou e a medica me olhou e depois olhou ele.

-Vamos ver se conseguimos ver. -Ela falou e mexeu mais um pouco o aparelho na barriga da minha mãe. Ela olhava, mexia, olhava de novo. -Infelizmente o filho ou a filha de vocês é difícil, está de pernas cruzadas. Mas vocês querem ouvir o coração? -Vi minha mãe segurar na mão do meu pai.

-Claro que sim. -Meu pai falou fitando o monitor.

-Ai vai o batimento. -Ela falou e logo o batimento ecoou pela sala, fazendo minha mãe derrubar lágrimas e meu pai ficar com os olhos molhados.

-E como ele está, doutora?

-Com esse batimento? Com certeza saudável. Quatro meses, tem o tamanho exato e o peso exato. Vai ser uma criança bem saudável. -Ela falou e tirou o aparelho e dei papel pra minha mãe. -Pode limpar. -Minha mãe limpou e meu pai deu um beijo em sua barriga. -Vou indicar uma vitamina pra você tomar, já que vi uma anomalia na sua corrente sanguínea, mas é só pra evitar problemas futuros pra você ou pro bebê, tudo bem? -A médica perguntou e minha mãe assentiu.

Depois a medica falou mais algumas coisas e me entregou um papelzinho sem meus pais verem. Abri o papelzinho e parece que o bebê que minha mãe tá esperando é...

-Kim, vai ficar no carro pra sempre? -Olhei em volta e só ai vi que estava na garagem de casa já.

Sai do carro e subi pro meu quarto com um sorrisão. Vi que Ale mandou mensagens.

Ale: Bom dia, princesa
Ale: Vai pra escola na saída
Ale: Quero te ver
Ale: Tô com saudades

Sorri com essa mensagem e olhei meu celular, ainda era 11:40. Estava de vestido e sapatilha, então só desci pra escola com meu maço e seda. Aliás, tenho que pedir mais chá.

Cheguei na escola 11:55 e ele já estava lá. Mas ele mexia no celular e nem olhava em volta. Sorri e me aproximei dele por trás. Coloquei as mãos nos olhos dele.

-Chegou cinco minutos antes, princesa. -Ele falou e ri tirando a mão de seus olhos.

-Você está aqui desde quando?

-Acabei de chegar. -Ele puxou minha nuca e deu um selinho em mim. Depois ele me olhou de cima a baixo e fez eu dar uma voltinha. -Você tá linda. -Ele falou e sorri abraçando sua nuca.

-Obrigada. Não costumo usar vestido, é ruim pra andar de moto. -Falei e ele riu me dando outro selinho.

Ale entrelaçou os dedos da mão direita nos meus cabelos da nuca e aprofundou o beijo.

Lógico que eu devolvo ne. Levei minhas mãos pra sua nuca e suas mãos desceram pra minha bunda, a onde ficou. Mas ele logo deu um apertão, que fez alguma coisa acender em mim. Fogo o nome.

Continuamos nos beijando, as vezes ele apertava minha bunda, e eu achando que ele não tinha pegada.

Ficamos um tempo nos beijando, até que o fôlego foi preciso. Então afastamos as bocas,  Mas os corpos continuaram juntos.

-Como foi lá na consulta? -Perguntou ele.

-Tava pensando em fazer uma surpresa com o sexo do meu irmão. Ai eu precisava de ideias de como revelar. -Falei e ele assentiu.

-A gente pode pesquisar. -Deu de ombros. -Eu sei que eu queria um baseado. Mas tô sem seda. Queria um cigarro também. -Bufou. -Como proceder? -Perguntou e eu ri.

-Tenho seda e cigarro. -Falei e ele me olhou.

-Mentira. -Tirei os negócios do bolso e ele riu. -Verdade. Vamos na sua mesa. -Falou e me deu outro selinho.

Fomos pra minha mesa e acendi o cigarro.

-Não quero bolar. -Ele falou entregando o dichavador e o chá. -Da o cigarro. -Pediu e neguei.

-Pega ai. -Falei e entreguei o maço. -Dichava quanto? -Perguntei e ele dividiu a paranga bem servida em dois e me entregou um. -Nossa, tudo isso? -Ele riu assentindo.

Ele pegou minha cabeça e aproximou a brasa do meu cigarro pra acender o dele.

Depois ele tragou o cigarro e voltou a sua posição inicial.

Despedacei aquela parte que ele me deu e coloquei no dichavador que era em forma de reservatório de balas, com três andares e redinha. Dichavei aquilo tudo e peguei a seda. Abri a última parte do dichavador e coloquei a maconha na seda. Espalhei o chá pela seda, deixei retinho, virei e com a unha, defini o espaço. Enrolei e passei a goma, fechei e pilei. Ficou perfeito. Peguei o bic e o acendi, olhei pro Ale e ele fritava minha boca, dei um sorrisinho e ele olhou meus olhos.

Fumamos, e depois conversamos e nos beijamos bastante.

-Vamos no cinema amanhã? -Perguntou ele brincando com a minha pulseira.

-Que horas? -Perguntei e ele pensou.

-Vamos depois da sua aula. Eu venho, a gente vai pro shopping, almoça e assiste um filme. -Ele falou e assenti.

Ficamos mais um tempo conversando e depois eu fui pra casa.

Aconteceu 2: Filha do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora