Cheguei lá 00:00 em ponto.
-Parece que o Borgo vai ganhar essa corrida por... -Interrompi o Ruan cortando de giro e todos me olharam.
-Opa, pera lá que a mamãe chegou. -Falei e todos começaram a gritar em comemoração.
Fui até a linha de largada e Ale me olhava com um sorriso de canto.
-Pensei que não viria.
-Não costumo deixar as pessoas ganhar tão fácil. -Falei e pisquei pra ele.
-Muito bem, façam suas apostas. -Ruan falou e ia tirar o dinheiro do bolso.
-Dinheiro eu não preciso. E parece que você também não. -Falou ele e o olhei.
-O que quer com isso? -Perguntei de olhos cerrados.
-Se eu ganhar, você sai comigo. -Falou ele e todos fizeram sons de surpresa.
-E se eu ganhar? -Perguntei e ele pensou.
-Eu saio com você. -Ele falou e todos riram.
-Quando eu ganhar eu decido. -Falei e abaixei o capacete me preparando pra correr.
-Que o melhor vença. -Ruan disparou e eu também.
Eu e ele saímos lado a lado. Mas eu fui pra frente. Depois ele me passou, na última curva eu estava na frente, sorri e já pensando no que ele teria que fazer, mas ele reduziu e logo passou na minha frente, cruzando a linha de chegada antes. Não acreditei no que meus olhos viram. Ele ganhou?
Todos ficaram surpresos mas começaram a gritar em comemoração. Eu parei do lado do Ruan que me olhou.
-Eu perdi? -Perguntei só pra garantir mesmo e Ruan assentiu. Não acredito nisso.
-Parece que alguém vai ter que sair comigo. -Ele falou sé aproximando. -Eu te pego amanhã às 20:30. -Falou ele beijando minha bochecha.
-Não seja abusado. -Falei revirando os olhos.
-Eu não... -Ale não conseguiu terminar a frase já que várias viaturas começaram a cercar o lugar. Todos começaram a correr. -Me segue! -Ele falou e eu ri.
-Me segue você. -Falei e sai disparada. Ele subiu na moto dele e veio atrás, duas viaturas começaram a nos seguir.
Comecei a correr pela estrada de barro, a milhão com as sirenes atrás, sentindo a adrenalina me consumir aos poucos.
Assim que cheguei na avenida, comecei a desviar de todos os automóveis, passando no meio deles, mas eles abriam espaço pra Polícia passar.
Era logo as operações especial.
Logo avistei a cidade. Não diminui a velocidade e olhei pra trás, Alê estava atrás de mim, até que ele está acompanhando. Chegando na cidade, comecei a entrar em vários becos e vielas, fazia uns gatos, até porque de noite, não tem ninguém nas ruas.
Eu e Ale nos separamos e cada viatura seguiu um. Comecei a correr mais, entrar em lugares aleatórios e logo perdi eles. Parei em um beco e desliguei a moto. Respirei fundo e mandei uma mensagem pro Ale.
Me encontra na frente da escola.
Fui pra escola e parei a moto ali, desci da moto e fiquei esperando encostada nela.
Logo escuro um barulho de moto, olho pra baixo e ele está subindo a milhão. Ale parou a moto na minha frente, desceu da moto rapidamente e tirou o capacete vindo na minha direção.
-Você se machucou? -Perguntou me abraçando.
-Tô bem, e você? -Perguntei e ele assentiu.
-Bem também. Que loucura. -Falou e assenti rindo.
-Nada como dar fuga em plena sexta feira. -Falei e ele assentiu rindo.
-Você é alérgica a alguma coisa aí eu precise saber? Porque tenho que escolher um lugar pra gente ir. -Falou ele.
-Por que você está fazendo isso?
-Isso o que? -Perguntou confuso.
-Isso. Fazendo de tudo pra sair comigo. Sendo que qualquer menina sairia com você fácil.
-Nem todas. -Falou me olhando. -A que eu quero parece que não me quer. Mas pro azar dela, eu sou persistente. -Ele falou e piscou pra mim. -Provavelmente você não lembra, porque tava muito louca. Mas ontem foi o melhor beijo da minha vida. Eu não sabia que tinha como alguém beijar tão bem assim. -Falou ele e eu sorri.
-Muito obrigada. E eu gostaria mesmo de lembrar, mas não consigo. -Falei rindo e ele riu também.
-Posso te fazer lembrar se quiser. -Ele falou brincando.
-Não brinca assim se não eu aceito. -Falei e ele riu.
-Mas agora falando sério, se quiser lembrar... -Ele deu de ombros.
-Vamos pro baile? -Perguntei mudando de assunto e ele riu.
-Vamos. -Eu subi na minha moto e ele na dele. Ele deixou eu ir na frente e ele foi atrás. Chegamos na boca e deixei lá.
Esperei ele parar a moto dele e fomos pro fluxo. Ele ficou atrás de mim, segurando minha mão pra não se perder de mim e eu fui guiando a gente. Logo chegamos em um pico bom. Peguei logo dois copão de whisky, energético e gelo de Coco. Ficamos lá, bebendo e conversando, dançando, fumando, dando uns bafo também. Ele comprou lança e maconha, eu arranjei a ceda e nois dixavo na mão mesmo.
Posso falar que o rolê foi legal. Ficamos bem loucos e foi divertido. Mal percebi o sol nascendo. Quando o sol estava nascendo e estava aquela coloração maravilhosa no céu, me virei de frente pro Ale e puxei a nuca dele pra mim. O beijei e ele demorou um pouco, mas logo levou as mãos pra minha cintura, uma mão, pelo menos, a outra segurava o copo.
Nossas línguas dançavam em perfeita sincronia, o melhor beijo de todos. Ficamos nos beijando, então senti a mão dele descer um pouco e pousar na minha bunda, eu deixei. Logo senti um aperto e arfei no meio do beijo e arranhei sua nuca de leve.
Ele deu um sorrisinho e puxou meu lábio inferior. Depois nos separamos e ficamos ofegantes.
-Pode fazer isso sempre que quiser. -Falou ele e tive que rir. Virei novamente de costas pra ele e voltamos a dançar.
Estava ficando cansada, então decidi ir embora. Ele ficaria de trombaria seus amigos no baile. Nem liguei. Dei mais um beijo delicioso de despedida e fui pra minha moto.
Subi nela e fui pra casa dos meus avós. Cheguei em silêncio.
-Não precisa fazer silêncio, não. -Minha avó falou me dando um susto. -Vem comer antes de dormir.
-Tô sem fome, vó brigada. -Falei meio mole, estava meio bêbada.
Subi as escadas e fui pro meu quarto, tirei a roupa e deitei pra dormir, sem me importar com nada.
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Aconteceu 2: Filha do Morro
RomanceSegunda temporada. Isabella volta para o Rio de Janeiro com sua filha, a herdeira do dono do morro, mas acredite, não por vontade própria. Ela acaba reencontrando o pai da filha dela e ai já viu... Ambos ainda sentiam coisas, Isabella não conseguia...