Capítulo 1 - Nós, os humanos e nossa escola.

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Matar é algo que nossa espécie dominou durante anos, é normal para nós essa guerra e nosso ódio que temos com os humanos. Raça imunda e inferior, nós somos os travessos e mais espertos, é claro. Gostamos de invadir o território deles por diversão de ver o caos. Fizemos um acordo entre ambas as espécies, nunca jamais um "não humano" deve invadir ou causar terrorismo no território dos humanos. Mas claro que já tivemos problemas porque os governantes do território humano e os nossos governantes não estavam se entendendo por causa das nossas travessuras, houve oque podemos chamar de guerra, claro que nós não paramos ainda. Vivemos nos ameaçando mas isso é o nosso normal, oque podemos fazer? Somos assim mesmo e eu tenho orgulho de ser membro do lado mais forte das espécie.
Oque eu posso fazer? Eu sou só mais uma garota não humana no meio de muitos que vivem na nossa cidade que não é nada comparada com a dos humanos. Eu gosto de viver na "bagunça" que é nossa sociedade, é divertido, eu ainda sou apenas uma criança como meus amigos dizem. Eu faço parte de um grupo na nossa escola que ajuda os órfão a serem educados da maneira correta, para pelo menos ajudar no equilíbrio da nossa espécie, tem muitos por aí selvagens que não tiveram a mesma sorte que eu. Nosso governo construiu uma enorme escola só para adolescentes entre doze até dezoito anos, mas o problema é que temos algumas confusões durante nosso dia a dia nesse lugar. Os inferiores mantém distância dos superiores, e os superiores tem de ficar longe de nós também. O motivo pelo qual causou essa regra na escola, foram as constantes brigas que ainda temos e que acho que nunca irá parar. Nós, inferiores, somos presas fáceis para os grandões que acham divertido nos caçoar todos os santos dias, por isso foram criadas as grades, as pulseiras de choques, os muros, as câmeras de seguranças e etc para nossa proteção. Podemos ser pequenos, mas temos metade da população a nossa favor, e hoje vivemos em paz e em perfeito equilíbrio.
-Linney!
Gritou a menina baixinha de cabelos cor de chocolate andando na minha direção com vários livros presos ao peito e os braços. Eu me levantei da grama e me encostei no tronco de árvore observando ela ainda tentando chegar até mim ofegante por causa da pequena subida.
-Oque foi?
Perguntei quando ela finalmente se ajoelhou na minha frente abrindo os braços despejando a pilha de livros perto dos meus pés. Ela estava tentado recuperar o fôlego enrolando seu cabelo e depois olhou pra mim para começar a falar.
-Temos que estudar... Para o teste de conhecimento sobre os humanos...
Ela suspirou e ainda ofegava me contando isso como se fosse uma notícia boa, eu não entendi porque ela estava sorrindo como se tivesse feliz sobre essa prova. Oque tem de mais em saber sobre aquela espécie? Essa raça imunda merece ser esquecida por nós, os superiores.
-Eu não estou interessada nisso, Armie, e por favor leve seus livros velhos daqui que quero continuar a dormir
-Não é hora de dormir, Lin, precisamos de uma boa nota se quisermos passar para outro nível!
-Fica na minha frente como sempre que eu tiro a mesma nota que você. Pronto, problema resolvido
-Nossa... Se vira então... Eu não vou mais deixar você pendurada no meu cangote colando de mim, você tá precisando de notas boas! E dê seu jeito sozinha esse fim de ano, eu não mais te ajudar
Ela recolheu seus livros as presas deixando alguns cair também pelo caminho. Estava furiosa e também querendo ser orgulhosa, no fundo eu sabia que ela estaria me passando papeizinhos na hora da prova, por isso nem insistir que ficasse para resolvermos isso.

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Como o esperado, Armie ficou me mandando papéis toda a hora a cada segundo que nossa professora olhava para outra direção sem ser para nós. Eu copiava tudo bem rápido e passava para o Sean, um garoto que sentava perto de nós duas por interesse nas respostas, é claro. Ele não falava com nenhuma de nós, só na hora de testes, provas ou atividades importantes. Mas não seria justo fazer isso com ele, estamos no mesmo nível então eu sei como é o pânico de não saber nenhuma das quatros questão de responder mais ou menos quase um parágrafo que só Armie conseguia gravar.
Obviamente fomos apanhados, e fomos direto para a sala do nosso diretor rabujento que só faltava nos bater quando fazíamos isso em sala de aula, ele ficava vermelho e fazia gestos demais com as mãos quando estava nervoso. Mas não tivemos nenhuma punição, só tivemos que aguentar quase uma hora das rabujentices dele, depois fomos liberados e nossas provas ainda seriam avaliadas como se nem tivéssemos sidos pegados colando.
-Desculpa, acho que fui eu dessa vez que não consegui disfarçar quando ela chegou na minha cadeira
-Relaxa Sean, a culpa foi minha de ter ajudado essa daqui
-Mas no final das contas não levamos nenhuma punição
Alegrei nossa conversa e fomos para o campo novamente no nosso horário livre, somente eu e Armie, Sean não gosta de ser visto com meninas então nós duas respeitamos isso e combinamos de passar no quarto dele para pegar a revisão da próxima prova que vamos ter.
-E aí? Tá animada pro passeio?
Ela perguntou se deitando do meu lado olhando para as folhas das árvores que fazia uma sombra para nós, eu lembrei do passeio que íamos ter no fim de semana. Toda nossa turma num ônibus velho e enferrujado indo para uma das fronteiras do território humano. Parecia legal... Afinal de contas sempre gostamos de ficar perto dos humanos, em outro sentido pois eles são oque gostamos de chamar de presa. Escutei boatos por aí que o último grupo de não humanos que tentou invadir o território deles, não havia voltado mais. Eu não sentia nenhum pouco de medo deles por causa disso, que se dane se eles estão criando armas mais fortes para se defender, temos nossos instintos e garras e cuidamos deles sozinhos apenas com nossa inteligência superior.
-Na verdade até que tô sim, um pouco, vai ser divertido... Talvez possamos ver algum humano por lá
-Sean tem um plano que talvez possa dar certo
Ela riu feito uma criança do meu lado e eu logo pensei em besteiras que saia da cabeça daquele menino.
-Não inventa Armie, seja lá oque for não vai dar certo
-Como tem tanta certeza? Não seremos apanhados dessa vez, confia em nós só mais uma vez...
Ela se virou e fez uma carinha estranha pedindo que eu concordasse com isso. Mas claro que não cair nisso de novo e me levantei encerrando essa conversa e dizendo que ia pegar minha revisão da próxima prova com Sean deixando ela sozinha rindo.

A filha de Lucy. Onde histórias criam vida. Descubra agora