Mau presságio

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Luke não era do tipo que costumava ter sonhos com frequência, muito menos pesadelos.
  Assim como Dande, ele demorou muito pra pegar no sono depois da festa. Mas diferente do primo, seu sono não foi tranquilo.
  Ele se viu preso em uma cela muito pequena, com apenas o necessário: uma privada, uma pia, e uma cama dura de concreto fixada na parede. Nela dormia algo que Luke preferia não ver.
  Era um Ligre, cabelos castanhos cortados bem curtos, e uma "juba" curta. O pelo era amarelado, como o do próprio Luke, e suas poucas listras eram marrons. Ele usava uma roupa típica de presidiário, e aparentava ter uns 50 anos. Ele parecia incrivelmente familiar.
  Luke olhou pela janela, raios de sol começavam a surgir no horizonte. E então ele olhou para o seu lado. Ela definitivamente não estava lá antes.
  Uma ave de penas alaranjadas e cabelos loiros na altura dos ombros. Seus olhos negros pareciam jabuticabas. Ela tinha uma postura elegante, e usava uma roupa que lembrava a Luke uma chefe de alguma empresa importante.

???: Precisamos conversar.

Luke: Q-quem é você?

???: Pode me chamar de Kate.

Luke: Certo... E onde estamos?

Kate: Não é óbvio? Estamos numa cela solitária de algum presídio de segurança máxima.

  Luke olha para o Ligre, que ainda dormia.

Luke: Isso é o futuro?

Kate: Não, esse é o presente.

Luke: Então... Quem é ele?

Kate: Alguém que cometeu um grave erro no passado.

  O Ligre se movimenta, inquieto no seu sono.

Luke: Ele pode nos ouvir?

Kate: Não.

Luke: Então por que eu estou aqui com você?

Kate: Você já olhou bem pra ele? Ele se parece muito com você.

Luke: Verdade...

Kate: Mas não te trouxe aqui só por isso. Ele busca vingança.

Luke: Mas ele está preso, como...

  Ele foi interrompido por um policial que se aproximava, com chaves na mão. Era um bonito puma. Ele fala num tom um pouco indignado.

Policial: Levanta Clyde, hoje é o dia que você sai daqui.

  O Ligre se levanta, rapidamente, com um sorriso malicioso no rosto.

Clyde: Esperei 25 por esse dia...

  O policial abre a cela, e ele sai tranquilamente.

Luke: Não... Não!

Kate: Proteja aqueles que são importantes pra você! Você tem um coração de leão!

  E ela desaparece em uma explosão de chamas, que atinge Luke no sonho, e então ele acorda, assustado.
  Ele aparentemente havia gritado, pois seu primo também havia acordado.

Dande: O que houve?!

  Luke só conseguiu dizer uma palavra.

Luke: P-pesadelo!

Dande: Você sonhou com o que?

Luke: Eu tava numa cela, tinha um Ligre, uma ave, e terminou com fogo!

Dande: Calma. Respira, você me conta melhor no caminho pra escola. Vem, vamos nos arrumar pra mais um dia.

  Luke respira fundo, boceja, se espreguiça e se levanta. Ele segue o conselho do primo e se arruma normalmente. Eles tomam o café da manhã e vão pra escola.
  No caminho, eles se encontram com os amigos (como sempre) e Luke conta seu sonho.

Dande: Isso me lembra daquele sonho que eu tive com o pavão, meses atrás.

Ofélia: Isso pode ser um mau presságio.

Tony: Essa Ave... Poderia ser uma Fênix?

Ginna: Talvez. Lembra do que aconteceu da última vez que isso ocorreu? A gente descobriu magia e os apocalyptic wolves.

Will: Isso aconteceu antes?

Dande: Eu tive um sonho parecido no outono.

Will: Ah, me lembrei.

Luke: Confesso que estou com medo...

  Will segura a mão de Luke. Ele olha nos olhos do lobo. O amarelo deles era profundo e lindo. Eles o acalmavam.

Will: Estamos aqui com você, não precisa temer nada.

  Luke lembra do que a Kate disse, sobre proteger aqueles que ele amava. E ele se sentiu determinado a fazer isso.

Ginna: Só me pergunto quem seria esse tal de Clyde.

  Essa pergunta não teve uma resposta rápida. Eles tiveram que esperar passar todas as aulas da manhã, enquanto eles almoçavam, pra a resposta chegar.
  A diretora da escola, uma jabuti relativamente velha, veio dar um aviso.

Diretora: Marina Wolfheart, estão ligando pra você.

Marina: Pra mim?

Diretora: Sim. Me acompanhe.

Marina: Claro.

  Ela acompanha a diretora até a sala.

Julie: Isso me parece suspeito.

  Em menos de um minuto, eles escutam um grito vindo da sala da diretora. E todos correm até lá.
  A maioria dos alunos estava lá, no pé da porta, mas Dande deu um jeito nisso.

Dande: Abram espaço!

  E ele faz um movimento com a mão, empurrando de leve os alunos com o vento, o suficiente pra abrir caminho.
  Marina estava deitada no chão, inconsciente, e  a Diretora estava abanando uma pasta vazia, tentando reanimá-la enquanto segurava o telefone com a outra mão.

Diretora: Me Desculpe! Ela desmaiou.

Lilly: Deixa isso comigo!

  Lilly toca no peito de Marina, e ela abre os olhos imediatamente. Ela se senta, e começa a chorar.

Lilly: O que houve minha flor.

Marina: O Dave ligou! E... E...

Will: O papai ligou?!

Luke: E...?

  Ela respira fundo e tenta conter o choro.

Marina: Ele disse que Clyde Lionheart Foi solto!

Seasons of an Young LionOnde histórias criam vida. Descubra agora