Medo

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Dande já não estava entendendo nada, mas ele conseguiu ligar os pontos. Luke havia sonhado com um Ligre chamado Clyde, e Marina tinha sido assassinada por um 25 anos atrás. Mas Dande ainda precisava de uma confirmação.

Dande: Luke.

Luke: Oi.

Dande: Você sonhou com um Ligre, certo?

  A ficha pareceu cair pra Luke também.

Luke: Sim! E ele falou algo sobre vingança após 25 anos.

  Ouvir isso não ajudou a acalmar Marina. Ela continuava chorando enquanto abraçava Lilly.

Lilly: Cuidado com o que falam! Ela está sensibilizada!

  Will se aproxima e abraça Marina também.

Will: Calma, o Luke não falou isso com más intenções.

  Luke sorriu pra ela, mas ela só continuou chorando.

Marina: E-eu não consigo olhar no rosto do Luke sem pensa... Nele!

  Dande se aproxima, e coloca a mão no ombro de Marina.

Dande: Fique calma. O Luke não é como ele, e todos nós estamos aqui pra te apoiar.

  Isso pareceu acalmá-la. Ela respirou fundo, e então falou:

Marina: Eu sei, e agradeço por isso.

  A diretora olhou para eles com um pouco de compaixão.

Diretora: Vá pra casa mocinha, tire o resto do dia de folga.

Will: Vou acompanhá-la.

Diretora: Faça como quiser, meu jovem.

  E assim, Will ajudou Marina a guardar os materiais e saiu com ela, antes das aulas da tarde começarem.
  O resto do grupo se reuniu numa das mesas do refeitório. Todos estavam preocupados.

Félix: O que devemos fazer agora?

Dande: Se preparar para o pior.

Bruno: Nossa... Se isso vem de você, então é melhor nos prepararmos mesmo.

Lucy: Eu... Tô com medo também.

Dande: Tente não pensar muito... Naquilo. E bem, vamos procurar ficar o mais juntos possível.

Ginna: É. Ele é só um e nós somos uma pequena multidão.

  O sinal toca, e todos voltam para suas salas. As aulas da tarde ocorrem normalmente. Eles saem da escola no mesmo horário de sempre. Dande estava com Luke e Ginna, como sempre.

Ginna: Acho que deveríamos ir na casa do Will pra ver como está a Marina.

Dande: Verdade, também tava pensando nisso.

Luke: Então só vamos.

Lilly: Esperem!

  Lilly corre para alcançá-los.

Dande: Lilly? Você não tem que pegar a van de volta pro campo?

Lilly: Acha mesmo que eu vou deixar a Marina sozinha hoje? Eu já avisei pra Annie que eu vou ficar.

Luke: Justo. Vem com a gente.

  E assim, eles foram na direção da casa do Will. Não demoraram muito pra chegar lá. A casa em si ficava numa das áreas mais urbanizadas da cidade: muitas casas, poucas árvores.
  Era uma casa que lembrava aquelas de séries americanas (principalmente as de San Francisco). Tinha um pequeno canteiro na janela, mas no momento estava seco.
  Dande olha para o céu. Algumas nuvens de chuva estavam se formando.
   Luke bate na porta, e uma loba de pelos marrons e longos cabelos castanhos abre a porta. Tinha cerca de 40 anos, e Dande a reconheceu como a mãe de Will, Maria Wolfheart.

Maria: Ah, olá meus jovens.

Luke: Oi Maria. O Will e a Marina estão em casa?

Maria: Estão sim, entrem.

  Eles entram, e encontram Will, Marina e Dave, sentados juntos e abraçados no sofá. Eles assistiam algo na tv.

Dande: O que eles estão vendo?

Maria: Umas séries antigas. Anos 80. Isso ajuda a acalmar aqueles dois. O Will tá só dando apoio mesmo.

Dande: Acho que devemos fazer o mesmo.

Maria: Vão. Quanto mais apoio, melhor. Jajá chego lá com um pouco de pipoca.

Eles se dirigem até a sala, e se sentam no chão perto de Will, Dave e Marina.

Marina: Oi Lilly.

Lilly: Oi minha flor. Tá se sentindo melhor?

Marina: Mais ou menos, eu ainda tô com medo. Mas isso ajuda.

Dave: Nostalgia quase sempre funciona nessa família.

Dande: É realmente uma boa forma de relaxar.

Marina: Lembrar dos bons tempos... Quando as coisas eram mais simples...

Ginna: Não precisa ter medo, nós estamos aqui com você.

Luke: É, somos seus amigos.

  Marina não encarou Luke quando ele falou.

Marina: Mas eu nunca irei esquecê-lo.

Dave: Acho que nem um de nós conseguiu esquecê-lo. Eu vi com os meus próprios olhos o que ele fez com você 25 anos atrás.

Marina: Eu morri! Uma morte lenta e dolorosa! Eu não quero nunca mais ver alguém como ele na minha vida!

Dave: Eu fui um péssimo irmão...

Will: Ei, não vamos desistir sem lutar! A Marina está aqui agora, e estamos bem. Isso é o que importa.

Lilly: E estamos preparados para o pior.

Dande: Dave, você pode não ter sido um bom irmão, mas pode ser um bom pai.

Will: E eu posso ser um bom irmão.

Dave: Eu como pai da Marina?!

Maria: Não vejo problema nisso, já vejo ela como uma filha.

  Maria chega com uma tigela enorme cheia de pipoca.

Marina: Não é uma má ideia...

Ginna: A idade até bate certinho.

Dave: Então eu aceito. Vai ser como nos velhos tempos.

Dande: E isso é o suficiente. Tudo vai acabar bem.

  E eles ficam lá, juntinhos, por um bom tempo.

Seasons of an Young LionOnde histórias criam vida. Descubra agora