Seasons of an Young Lion

Chuva... Programada?

Ginna ainda estava surpresa com tudo que havia acontecido desde que chegaram naquela cidade secreta, e a manhã ainda nem tinha acabado! Ela viu coisas que sua mente jamais pensou que poderiam ser reais. Mas ela ainda tinha a sensação de que não se encaixava naquele lugar.
  Fazer o almoço com Mariana e os outros foi algo mais relaxante e descontraído, e o resultado foi um banquete! Frutas... Verduras... E tudo de bom que se pudesse imaginar com os vegetais disponíveis.
  Depois do almoço, cada um foi para o seu quarto na casa para descansar um pouco, e Ginna se viu sozinha com o seu namorado, Dande.

Dande: Ah... Vamos ver se essa cama é boa.

  Ele se deitou na cama e deu uma boa espreguiçada para achar uma boa posição, e fechou os olhos.

Ginna: Eai?

Dande: É como deitar nas nuvens... Vem também?

Ginna: Hahaha, certo.

  E ela se deitou ao lado dele, apenas tirando as botas antes disso. Ambos se encararam, com um olhar carinhoso. Dande estendeu uma mão e segurou em uma das mãos de Ginna. Ela sentiu uma leve vibração no colchão, vinda dele. Ele estava ronronando mais uma vez.

Dande: Você fica mais linda a cada dia.

Ginna: Não sou eu quem tem flores na juba.

Dande: Está curtindo a viagem?

Ginna: Até agora sim... Principalmente porque estou com você.

  Ela viu as bochechas do leão corando um pouco, e sentiu isso também em suas próprias. Ambos aproximaram os rostos e... Deixaram seus lábios se tocarem. Ginna sentiu a mão livre de Dande acariciando seus cabelos.

Dande: Você costuma dormir depois do almoço?

Ginna: Não.

Dande: Nem eu. Quer assistir algum filme?

Ginna: Qual?

Dande: Podemos procurar. O Leandro diz que aqui tem tv a cabo e que todas as TVs tem acesso a internet.

Ginna: Que ótimo! Daria cinco estrelas se isso aqui fosse um hotel.

  Ambos riram, e Dande ligou a televisão, e ficou mudando de canal até achar algo do interesse de ambos, e Ginna ligou o ar condicionado, para que pudessem relaxar um pouco mais.
  Eles assistiram um bom filme juntos, e descansaram um pouco. Por volta das 15:30, Dande disse:

Dande: Vamos lá embaixo, ver como os outros estão?

Ginna: Não é uma má ideia... Me dê só um momento pra trocar de roupa.

  Ginna colocou um suéter vermelho, que um dia pertenceu a sua mãe, pois sentiu o clima esfriar um pouco, e desceu com Dande para a sala daquele casarão.
  Lá eles encontraram Charlotte conversando com Mariana, ambas sentadas no sofá.

Mari: Então... Você trabalha num restaurante?

Charlie: Sim, o pessoal adora o meu café.

Mari: Temos um café aqui na cidade. Ele também é gerenciado por um Season café.

Charlie: Sério? Adoraria ver.

Mari: Sério? Podemos ir agora se quiser.

Charlie: Eu topo.

Dande: Podemos ir também?

  As duas se viraram para Dande.

Mari: Claro! Só me dê um momento. Searli!

  E a televisão da sala se ligou sozinha, revelando o rosto de um leão azulado.

SeArLi: Em que lhe posso ser útil?

Mari: Tem alguma chuva marcada pra hoje?

SeArLi: Tem sim, as 16:00 horas.

Mari: Certo.

SeArLi: Algo mais?

Mari: Não, obrigada.

  E então, ele se desligou. Mas Ginna pôde jurar que no último momento ele a olhou com um olhar de desprezo.

Ginna: Como assim.... Chuva marcada?

Mari: A mãe açaí faz chover diariamente. Você já deve saber que Season Lions tem uma leve influência no clima, certo?

Ginna: Sim, o Dande já fez nevar.

Dande: Não lembra disso...

Mari: Meus pêsames. Bem, aí ela marca horários de chuva praticamente todo dia. As vezes são mais de uma, e raramente não tem nenhuma. Aí a gente baseia nossos horários nisso.

Ginna: Que interessante!

Mari: Né!

Charlie: Mas e aí, vamos?

Mari: Claro! Peguem os guarda-chuvas na entrada.

  E assim, os quatro saíram. Os guarda-chuvas foram a conta certa: Um pra cada. Ginna não percebeu que o que ela havia pego mudou de um tom de rosa para lilás claro assim que ela o tocou.
  Ao saírem, os pingos começaram a cair, e debaixo do guarda chuva, Ginna sentiu o vento frio e fresco que veio com a chuva. Era incrivelmente agradável.

Dande: Charlie, aonde o Cotton foi?

Charlie: Foi ajudar a Lilly e a Marina a acharem as melhores vistas da cidade.

Mari: Oh! Acho que ele não levou um guarda chuva.

Dande: Sério? Então talvez eles tenham ficado ilhados em algum lugar.

Mari: Eles devem estar perto do observatório. A vista lá é linda. Devemos ir lá?

Dande: Não... Se quiser eu vou lá... É fácil se perder aqui?

Mari: Não, é só perguntar para quem estiver na rua. O pessoal daqui sempre gosta de ajudar.

Dande: E pra que lado fica o observatório?

Mari: Esquerda, na colina mais alta. Nós vamos continuar em frente.

Dande: Certo. Se cuidem. E Ginna...

Ginna: Oi.

Dande: Te amo.

Ginna: Também te amo.

  E assim, ele seguiu na direção que disseram, sob a proteção de seu guarda-chuva vermelho.

Charlie: Então... Ainda falta muito?

Mari: Não, é bem ali.

  Elas chegaram num estabelecimento, que tinha uma placa escrita:

Recanto do Grifo

Ginna: Um grifo também pode ser um Season?

Mari: veja com os seus próprios olhos.

  Ela abriu a porta, e as três entraram. O estabelecimento era pequeno comparado ao que tinham visitado mais cedo naquele dia, mas tinha seu charme. Alguns seasons estavam espalhados pelas mesas do local, tomando café com algum tipo de bolo ou biscoito enquanto olhavam a chuva através da vitrine.
  O local não estava lotado, e as garotas fecharam os guarda-chuvas quando entraram. Ginna e Charlie seguiram Mariana até o balcão, onde se sentaram.

???: Boa tarde, o que vão querer?

  Ginna finalmente pôde entender o nome do lugar. O atendente era um Grifo. Cabeça de leão, asas enormes, e mãos que lembravam patas de pássaro pela falta de pelo, e coloração amarelada. Ele usava as roupas típicas de um barman, com avental e tudo, e Ginna pôde ver alguns pelos grisalhos na juba dele. Ele usava óculos também.

Mari: O de sempre Pietro.

Pietro: Certo, e as outras moças?

Charlie: Me surpreenda.

Pietro: Hahaha, certo. E você, girafinha?

Ginna: Vou querer o mesmo que minha amiga.

  E assim, ele partiu para preparar os cafés.