Dande se sentiu um pouco mal por ter sido rude com Alan. Mas ele não teve oportunidade de se desculpar, porque assim que o sinal tocou, Dande perdeu Alan de vista em meio a multidão de alunos que rumava para a saída.
Dande se encontrou com alguns amigos do lado de fora: Ginna, Will, Luke e Tony, que estavam ajudando ele a desvendar o mistério dos pais da Diana. Lucy também estava com eles. Ela os levaria para a próxima pista. Mas Dande se surpreendeu ao ver mais alguém com eles.Dande: Michael?
O tigre branco apenas esboça um sorriso tímido no rosto.
Mike: Oi.
Luke: Chamei ele porque bem... Foi com ele que isso tudo começou pra gente.
Dande: Nesse caso... Bem vindo aos Peacemakers Mike.
Mike: Wow! Obrigado!
Ginna: Sinta-se parte da família agora.
Dande: Pena que tô sem pulseiras no momento. A gente resolve isso depois.
Mike: Nunca pensei que me enturmaria com gente mais velha.
Tony: Isso acontece eventualmente.
Luke: E você realmente pode ser parte da minha família.
Mike: Tô sabendo.
Will: Bem... Podemos ir agora?
Lucy: Claro, minha avó tá louca pra contar essa história.
E assim, eles saem andando. Em pouco tempo, eles estavam de volta ao lado mais antigo da cidade. Dande conseguiu ver o cemitério à distância. A Sra. Smith não morava muito longe dele afinal, e foi lá onde Dande a havia conhecido 6 meses antes. Boas lembranças.
Eles pararam em frente a uma casa. Diferente da casa da avó do Tony, essa não se destacava muito das outras ao seu redor. Ela era num tom rosa claro, com alguns detalhes em branco. A fachada parecia ter sido reformada recentemente. Havia uma única janela na frente da casa, juntamente da porta, e havia um pequeno jardim.
A senhora Smith estava sentada em uma cadeira de balanço na entrada. Os cabelos brancos dela pareciam uma nuvem em sua cabeça. Ela não disse nada, apenas esperou os jovens se aproximarem.Lucy: Bença vó, boa tarde.
Amélia: Deus te abençoe, Lúcia. Então vocês vieram mesmo?
Os olhos dela estavam brilhando. Ela deveria estar esperando por esse momento a muito tempo.
Luke: Sim.
Dande: Olha, acho que nunca agradeci o suficiente por a senhora ter ajudado a gente.
Amélia: Com a idade que tenho, o que eu mais preciso é de companhia. A Marina vem sempre que pode conversar comigo, e a Lúcia também aparece muito por aqui.
Lucy: Sempre que posso.
Ginna: A senhora mora sozinha?
Amélia: Sim. Meu filho contratou uma empregada pra me ajudar, mas ela vai embora todo dia no fim da tarde. Ela tem uma família pra cuidar também.
Ginna: Entendo, mas seu filho é rico, vive numa casa enorme. Com certeza deve ter espaço pra senhora lá.
Amélia: Essa foi a casa que meu marido comprou quando a gente se casou. Foi aqui onde vi meus filhos crescendo. Foi aqui que estávamos quando as coisas começaram a dar certo, e foi aqui que eu me despedi do meu amado...
Ela parou por um momento, com uma lágrima no rosto.
Mike: A senhora tá bem?
Amélia: Sim, estou.
Will: Então vamos direto ao assunto. Acho que a senhora sabe do que estamos falando.
Amélia: Sei sim, e esperei mais de 40 anos para contar essa história de novo.
Mike: Olha, eu não sei se estou preparado pra ouvir.
Luke: Mas vai ouvir. Pode começar.
A velha hipopótamo deixa escapar um suspiro, e então começa a falar.
Amélia: Vocês devem estar se referindo a Jéssica e Paul Niraj.
Ginna: Esse sobrenome me soa indiano.
Amélia: E provavelmente é. Houve um surto enorme de imigração entre os anos 50 e 60 por aqui.
Mike: Lembro disso das aulas de história da oitava série.
Amélia: Continuando... Eles tinham se mudado a pouco tempo pra casa ao lado.
Dande olha pra casa ao lado. Estava abandonada. Mato crescia ao redor dela, e havia vestígios do que outrora fora uma fachada linda. Ainda tinha um pouco de tintura verde.
Will: Parece que ninguém entrou nela nos últimos...
Tony: 40 anos?
Lucy: Não deve ser fácil vender uma casa onde ocorreram assassinatos.
Amélia: Eles tinham um filho, de pouco mais de um ano. E eles tinham acabado de voltar do hospital com a segunda criança quando aconteceu.
Os jovens ficaram quietos, queriam ouvir cada detalhe.
Amélia: Me lembro de tudo como se fosse ontem. Eles tinham voltado do hospital na noite anterior, com a nova bebezinha no braço.
O pai saiu com o filho mais velho, que ainda estava aprendendo a andar. E foi fazer as compras pra família. Eu estava terminando de preparar o Elias, meu filho mais novo, pra dormir, quando ouvi tiros. Acho que toda vizinhança ouviu. Eu olhei pela janela da sala, e vi Paul Niraj chegando em casa, com o filho nos braços. Eu o vi entrar na cozinha de sua casa, a janela de lá estava aberta, e então ouvi outra vez o som de um tiro... E ele caiu no chão.
Entrei em pânico e liguei pra polícia. eles chegaram em alguns minutos, mas já era tarde demais. Eles apenas encontraram os corpos de Paul e Jéssica na cozinha. Nem um sinal dos filhotes, nem do assassino.Ela terminou de falar, e então olhou ao seu redor. Os jovens tinham lágrimas em seus rostos. Ginna foi a primeira a sair do choque.
Ginna: Então... É isso? Um crime sem motivação?
Amélia: Creio que até hoje ninguém saiba a verdade querida.
Mike: A senhora tem certeza de que não tinha nenhum outro tigre na cidade nessa época?
Amélia: Tinha uma tigresa, irmã gêmea da Jéssica, mas nunca mais tive notícias dela, só que ela tinha se casado com um leão anos antes.
Dande pensou que ela tivesse confundindo as coisas, mas resolveu acreditar.
Dande: Olha, obrigado, as informações que a senhora nos deu foram de grande ajuda.
Amélia: Eu ainda quero saber o que aconteceu naquela noite.
Eles então se despedem da Sra. Smith. E como sempre, cada um vai pra sua casa. Eles não conversaram Muito no caminho de volta. Ainda estavam tentando aceitar a verdade. A dura e fria verdade.
Dande e Luke chegam em casa e encontram mais uma vez Diana os esperando pro jantar.Diana: Aonde foram Hoje? E por que estão com essa cara triste.
Dande e Luke trocam olhares, e então contam a verdade pra ela.
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Seasons of an Young Lion
RomansEsse é o rascunho de uma possível saga, contando a história de Dande, um jovem leão que acaba ganhando poderes mágicos devido a um acidente enquanto passava as férias com seus tios numa cidade do interior. Acompanhe-o nessa jornada emocional, onde e...