Sinples sonhos

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Depois de ver o estado em que se encontrava o município de Harmoniosa, Ryan não pensou que fosse se divertir naquele lugar.
  Mas agora, andando com dois desconhecidos, ele estava incrivelmente animado.

Ryan: Então... Onde fica esse lago?

Jaime: Ao norte, no limite da cidade. Ele é o que separa nossa cidade de uma imensidão de mata virgem.

José: Até hoje me pergunto o porquê da gente nunca ter explorado aquele lugar.

Ryan: Acho que tem coisas que devem ficar como estão.

Jaime: Verdade, e o solo de lá também está se esgotando.

  Eles continuaram a caminhada até o lago. Ryan observou a situação em que se encontravam as ruas da cidade: Buracos por toda parte, casas abandonadas e deixadas a mercê do tempo, que é implacável.
  Mais na frente, na rua, havia uma árvore caída no chão. Pelo estado em que se encontrava, Ryan deduziu que ela havia caído há muito tempo.

Ryan: Quando foi que essa árvore caiu?

José: Deve ter sido na última tempestade.

Ryan: E quando foi isso?

Jaime: Já faz uns dois anos desde a última tempestade.

Ryan: Não chove por aqui desde aquele época?

Jaime: Chover até chove, só é meio raro. Mas tempestade? Faz tempo que eu não vejo uma.

Ryan: Entendi.

José: Certo, vamos continuar, estamos quase lá.

  José estava certo, eles não demoraram muito para chegar ao lago. A vista era de tirar o fôlego, ao menos para o jovem guepardo.
  O lago era bem maior do que aquele em salgueiro. Ryan quase não conseguia enxergar a margem oposta. No meio dele, havia uma pequena ilha, com o que o guepardo identificou como um celeiro.

Ryan: A vista é linda!

Jaime: Realmente. Fazia tempo que não vínhamos aqui.

Ryan: Vocês tem uma ótima fonte de água aqui.

José: Teríamos, se o petróleo não tivesse vazado e contaminado o lago.

Ryan: Isso é triste.

José: Bastante, é quase como se esse lugar fosse amaldiçoado.

Jaime: Zé, ainda tem algum barco?

José: Sim, acho que ainda temos um.

Ryan: Aonde?

José: Por aqui, venham.

  Eles seguiram pela margem do rio até chegarem em uma pequena "garagem de barcos." Um único barco a motor se encontrava nela.

Ryan: É aqui?

José: Sim, minha família costumava alugar barcos para os visitantes. Agora tá tudo abandonado.

Jaime: Podemos entrar nele?

José: Claro! Entrem!

  Os três entram no pequeno barco. Ryan e Jaime na frente, e José atrás, para ligar o motor.
  O motor engasgou e fez muito barulho, mas não ligou.

José: Droga! Logo agora essa porcaria quebra?

  Ryan se aproximou, colocou a mão no ombro do pássaro, e falou:

Ryan: Deixa comigo.

  Ele fez um movimento com a mão, e a água começou a empurrar o pequeno barco.

Seasons of an Young LionOnde histórias criam vida. Descubra agora