Debaixo d'água

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Quando se aproximaram do tubo gigante de acrílico, Dande pôde notar os detalhes de seu interior.
  Era como um túnel e uma ponte ao mesmo tempo, o centro era reservado para carros e outros veículos numa pista. As laterais eram designadas para pessoas transitarem. O enorme tubo de acrílico cercava tudo, como uma redoma. Ele ia fundo no mar, e o azul do céu foi logo substituído pelo azul do mar. Todos estavam maravilhados, seguindo Luan pelo caminho. Dande tentava absorver cada detalhe.

Tony: Isto é...

Annie: Incrível!

Marina: Eu nunca imaginaria que algo assim pudesse existir.

Luan: Existe. Não só aqui como em boa parte das cidades litorâneas do mundo.

Tiago: Isso é realmente o lugar pra qualquer um?

Luan: Sim, qualquer um pode viver por aqui.

Tiago: E aonde estão as casas? Os apartamentos?

Luan: Logo vocês verão.

  Eles continuaram andando até chegarem em um ponto em que o tubo finalmente chegava num lugar aberto. Ao se aproximarem, eles ficaram ainda mais maravilhados.

Félix: Wow!

Luan: Sejam bem vindos ao Novo Recife!

  Era praticamente uma cidade subaquática. Era interligada por várias redomas e tubos. A imensidão azul do mar os cercava por todo lado. A cidade era bem maior do que Dande imaginava, com lojas e apartamentos por todo o lado.

Lucy: Aí meu Deus, olha aquelas roupas alí!

Tiffany: Bora lá, experimentar a moda desse local.

Dande: A gente se encontra na entrada do tubo mais tarde, ok?

Ginna: Ok.

  E o grupo se dividiu para explorar essa cidade subaquática. Dande viu pessoas de praticamente todas as raças. De mamíferos a seres subaquáticos. Esse lugar parecia uma amostra grátis do futuro.
  Na divisão dos grupos, Dande acabou ficando com Ginna, Luan, Bucky, Ryan, Julie e Bruno.

Ryan: Eu tô me sentindo super bem aqui!

Dande: Talvez seja por causa do seu poder elemental.

Bruno: Já eu tô com medo disso tudo afundar!

Luan: Calma, tudo aqui foi meticulosamente calculado, as chances disso acontecer são praticamente nulas.

  Bucky coloca a mão no ombro de Bruno, o que parece estranho, sendo que o Touro era uns 20 centímetros mais alto que ele. Mas a mensagem foi clara em seu olhar: "Tudo vai ficar bem".

Bruno: Ok, entendi.

Julie: Luan.

Luan: Oi.

Julie: Você não se incomoda de andar com garotos o tempo todo?

Luan: Melhor andar com eles do que com as patricinhas da escola.

Ginna: Concordo com esse ponto de vista.

Julie: É... Melhor do que ser um estereótipo.

Dande: Eu não acho que pessoas deviam rotular as outras. Eles são sempre mais do que se percebe com o primeiro olhar.

Ginna: É, todos temos camadas.

  Eles continuaram andando até chegarem no que parecia ser o limite da cidade subaquática, a redoma em que estavam fechava um tubo.
  Dande pôde ver o que parecia ser uma estrada interestadual sendo construída dentro do mar (em um tubo de acrílico, como o resto). O projeto da transoceânica estava começando a sair do papel.
  As paredes que bloqueavam a entrada do Tudo se abrem, e um peixe laranja de meia idade sai de lá, com cabelos loiros e olhos azuis. Seu crachá indicava seu nome e função no projeto:

                        Lewis Gold
                       Engenheiro

Luan: Papai!

  Luan vai abraçar o seu pai. Ele retribui carinhosamente. Ele fala com uma voz calma.

Lewis: Oi Filhota, Oi Bucky, Olá jovens. Vi vocês se aproximando.

Dande: É um prazer conhecer o senhor.

Lewis: Digo o mesmo. Eu tô fazendo uma pausa do trabalho, que tal comer algo?

  Eles vão para um restaurante próximo. Lewis parecia conhecer bem o local. Tinha um clima bem oriental. Decidiram apenas tomar um chá, e a garçonete (que era uma polvo) serviu eles rapidamente. Dande vai direto ao assunto.

Dande: Então... Você sabe onde o James mora?

Lewis: James Scales? O filho de Nathan Scales? Sim.

Bruno: E onde é?!!

Lewis: Num apartamento chique a beira mar. Acho que o nome do condomínio é... Mar de rosas.

Ginna: Irônico, pois a situação é tudo menos isso.

Lewis: Entendo, se ele for que nem o pai, talvez não seja muito agradável.

Julie: Eu senti isso em ambos.

Lewis: Nathan Scales Só tá nesse projeto por causa do dinheiro. Ele não respeita a cultura do meu povo. Ele abomina tudo que é diferente em outras pessoas.

Dande: Obrigado, Sr. Gold...

Lewis: Pode me chamar de Lewis.

Dande: Certo. Obrigado Lewis, isso ajudou bastante no nosso plano.

Lewis: Não sei o que planejam, mas talvez vocês possam abrir os olhos desses 2.

  E o resto da manhã passou tranquilamente.

Seasons of an Young LionOnde histórias criam vida. Descubra agora