"Rosa"

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   Ato 4: Primavera

   Já haviam se passado onze dias desde o novo "incidente". Mas as coisas rapidamente voltaram ao normal.
  Dande estava de fato, mais feliz, e o grupo dos Peacemakers estava ficando cada vez mais unido.
  Seu pelo agora havia assumido um lindo tom de rosa, e sua juba voltara a ser verde. Ironicamente, sua juba se encheu de vários tipos de flores.
   Setembro estava acabando, e a primavera estava em seu ápice. Flores estavam crescendo em todos os campos da cidade.
  Dande sempre achou que a primavera representasse o recomeço. Um recomeço otimista depois de tempos incertos. Depois de um longo inverno. Ele sentia que de fato, as coisas estavam melhorando no momento.
  Mas aquele dia era um dia especial. Era 30 de setembro, o dia do aniversário de Annie.

Will: Ela está demorando um pouco.

Ginna: Silêncio! Isso é pra ser uma surpresa.

  Eles estavam no horário de almoço. O grupo de jovens se encontrava em uma sala vazia, e esperava Tony, Marina e Lilly chegarem com a aniversariante.
   Eles haviam comprado um pouco de tudo: Bolo, salgadinhos, sucos... Só de olhar já dava fome.

Julie: Eles estão chegando! Preparem-se!

   E então, todos ficaram em silêncio. Dande conseguiu ouvir um pouco da conversa lá fora.

Tony: Acha que consegue destrancar essa porta, querida?

Annie: Isso é mó fácil, mas por que vocês querem que eu faça isso?

Lilly: Err... Minha bola de beisebol caiu aí dentro.

Annie: Tome mais cuidado da próxima vez.

  Ela abriu a porta lentamente.

Annie: Ue, mas tá destrancada...

  Ela parou de falar, estava surpresa demais pra dizer algo.

Todos: Surpresa!

  Os olhos dela se encheram de lágrimas.

Annie: Gente, não precisava!

Marina: Você merece.

Annie: Não...

U.D.E: Merece sim, mãe!

  Ude, que até o momento estava voando pela sala, pousou na frente de sua criadora. Nos últimos meses, o robozinho tinha deixado de ser um drone pra se tornar um robô mais humanoide. Ele abraçou Annie, que o pegou no braço.

Annie: Obrigada mesmo. São em momentos assim que agradeço por ser amigo de vocês.

  Dande se lembrou do que ela havia dito meses antes, na noite da festa junina. Sobre o fato de ela gostar de ficar sozinha as vezes. Mas ele sabia que ela amava passar um tempo com os amigos.
  Eles se reuniram ao redor da mesa do professor, que foi aonde eles haviam deixado os bolos e salgados, e então, cantaram os parabéns.
  Depois disso, vieram os breves discursos.

Tony: Annie, se você não gostasse de mim, bem... Eu não sei aonde eu estaria hoje. Amor recíproco é algo lindo.

  Annie subiu em uma cadeira pra poder dar um beijinho na bochecha de Tony, que ficou corado.

Annie: Você sabe que é o meu urso favorito.

Lilly: Já te disse que te vejo como uma irmã mais velha né?

Annie: Só um milhão de vezes.

Lilly: Então digo mais uma vez. Você me ajudou a ser quem eu sou.

Annie: Coisas de irmã. Também te amo.

Dande: Annie, nesses oito meses que passamos como amigos, eu percebi que sempre posso contar com você para o que precisar.

Annie: Amigos são para isso, né?

Ginna: Sim, e apreciamos sua dedicação.

Annie: Obrigada...

  Annie realmente estava feliz, e Dande entendia o motivo. As pessoas que ela mais amava estavam retribuindo o amor, e qualquer um apreciaria uma coisa dessas. Dande gostava de Annie, não só pelo fato de ela ser uma garota prodígio, como também pelo fato de ela não ter medo de assumir que acredita no sobrenatural também.
  Quando partiram o bolo, e dividiram as fatias, Dande se viu sentado em uma das cadeiras da sala, com um pratinho com bolo e salgados, e ao lado do pessoal da shining star.

Dande: E então? Já conseguiram algum show?

Will: Não ainda... É difícil.

Mike: Meu pai até disse que poderia nos chamar pra alguma festa da cidade. Mas acho que iriam falar mau dele se ele fizesse isso.

Will: Acho que sou um péssimo cantor.

Luke: Hey, não é culpa sua. A gente só não tá preparado ainda.

Dande: Talvez seja falta de divulgação.

Ofélia: Vamos ter que procurar um empresário ou algo do tipo?

Dande: Não necessariamente. Vocês poderiam...

Will: É de um empresário que a gente precisa mesmo!

Luke: Ou de algo original.

Dande: Isso mesmo.

Mike: Quatro cabeças pensam melhor que uma, e até já temos uma possível música.

  Ele encarou Ofélia, sorrindo. E a moça retribuiu o sorriso.

Ofélia: Ok, podemos tentar.

  E os quatro integrantes da banda começaram a falar sobre coisas que Dande não entendia. Ele se afastou silenciosamente.
  Ele foi até o fundo da sala, e viu que Ginna estava lá, conversando com Ryan e Julie.

Ginna: Então... Ele quer viajar e o resto da família não?

Julie: É... A gente sempre viaja pra nossa antiga cidade uma vez a cada três meses. Sempre num fim de semana. O papai gosta de visitar a mãe dele, minha avó.

Ginna: E porquê vocês não querem ir?

Julie: Primeiro a Juliana disse que tinha compromisso com os amigos dela nesse fim de semana, e que ela precisa relaxar um pouco antes do ENEM. Aí o Jonas disse que não queria ir por que lá não tem internet, e a mamãe disse que alguém tinha que ficar com as crianças. Ele ficou bem triste.

Dande: E você, tem algum compromisso?

Ginna: Está escutando a gente a quanto tempo Dande?

Dande: Tempo o suficiente pra entender do que estão falando.

Julie: Não, eu não tenho compromisso. Eu até gosto de conversar com a vovó.

Dande: Então por que não vai com ele?

Julie: Até que é uma boa ideia.

Ryan: Vou com vocês também.

  Ele segurou na mão da namorada.

Julie: Obrigada Ryan. Sua companhia vai deixar a viagem bem agradável.

Ginna: Boa viagem para os dois.

Julie: Valeu.

Dande: Ryan.

Ryan: Oi.

Dande: Como vai a sua irmã.

Ryan: Continua estranha, desde que apareceu um dia com uma mecha pintada do cabelo. Tô ficando preocupado.

Dande: Talvez seja a adolescência chegando.

Ryan: Você fala como se não fosse um.

  Os dois riram disso. As garotas também. Depois disso, o dia seguiu normalmente.
   Annie, a coelha de cabelos rosa, inventora, completou 16 anos de vida naquela dia.

Seasons of an Young LionOnde histórias criam vida. Descubra agora