Vida numa cidade pequena

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Dande e os outros não demoraram muito para voltar ao local de partida (o terreno vazio perto da casa de Samantha). O caminho de volta foi tranquilo, e sem interrupções.
  Quando chegaram lá, eles viram Ryan, Jaime e José vindo a distância, carregando as ferramentas necessárias para plantar.
  Quando eles chegaram mais perto, Carmen logo gritou:

Carmem: Querido!

Jaime: Querida!

  Eles correram na direção um do outro. Jaime largou as ferramentas no chão, e abraçou a sua esposa, que fez o mesmo. Dande achou lindo o fato de que, mesmo depois de tanto tempo, ainda existia paixão entre eles. Não... Paixão não era a palavra pra descrever aquilo. Aquilo era amor puro e genuíno, construído ao longo de muitos anos.
  Eles se soltaram, e Jaime pegou de volta às ferramentas que havia derrubado, com a ajuda de sua esposa, e eles se aproximaram do resto do grupo.

Ryan: Trouxemos o que achamos nescessário.

Dande: Ótimo! Trouxeram as sementes?

  Ryan ficou sem resposta por um momento.

Ryan: Droga! Por que você não avisou?

Dande: Desculpe, eu achei que já tinham te avisado.

Ryan: Infelizmente, não.

Jaime: Ei, calma! Acho que eu ainda tenho umas sementes de trigo lá em casa.

Dande: Ótimo! O senhor poderia ir buscar?

Jaime: Claro!

Carmen: Vou também, acho que sei aonde elas estão.

  E eles foram andando até a sua respectiva casa, que não era muito distante dali.

Samantha: Bem, acho que tá na hora de começar a preparar o jantar.

José: Eu posso ajudar a senhora.

Samantha: Obrigado Zé! Venha comigo.

  E eles entraram na casa da capivara, animados.

Cláudio: Acho que eu tenho um livro sobre jardinagem em algum lugar da minha estante.

Dande: Ótimo! Poderia ir buscá-lo? Vai ser de grande ajuda.

Cláudio: Claro! Eu volto daqui a pouco.

  E ele também sumiu de vista, entrando em sua casa.
  Dande se sentou com Andy e Ryan na ponta da calçada, olhando a rua vazia, enquanto o sol terminava de se pôr. Estava ficando relativamente escuro.

Dande: Acho que me acostumei com as luzes da cidade.

Ryan: Esses postes não vão acender?

Andy: Eles não ascendem há muito tempo.

Ryan: Sério?

Dande: Faz sentido, não tem ninguém para pagar a conta de luz da cidade.

  Ryan olhou pra cima, para o lindo céu noturno.

Ryan: Ao menos temos as estrelas sob nossas cabeças.

Dande: Sim, e as casas ao menos têm eletricidade.

Ryan: Sim, mas nada de Wi-Fi...

  Eles viram duas luzes de aproximando a distância, e perceberam que se tratava do carro de Henry. Eles finalmente haviam voltado.
  Henry desceu do carro, acompanhado da Sra. Santos, Dora, Julie e Marina.

Dande: Como foi lá?

Dora: Foi bom. Eu trouxe isso.

  Ela entregou ao Dande dois saquinhos com sementes de flores.

Dande: Oh, justamente o que precisávamos!

Marina: Acho que vamos ter mais dessas em breve.

Dande: Bom saber.

Ryan: Julie!

Julie: Ryan!

  A garota se sentou ao lado dele, e deu um beijinho em sua bochecha. Dande não pôde deixar de notar a cara de surpresa e indignação do pai da Julie, mas ele não interrompeu o momento.

Henry: Então... O que podemos fazer agora?

Dande: Por hoje é só. Tá escuro demais para trabalhar. Amanhã começamos.

Marina: O tempo passa mesmo rápido. Amanhã a essa hora já estaremos em casa.

Dande: É...

  José apareceu na porta da casa de Samantha.

José: Entrem, tá na hora da janta.

  E assim, o grupo todo entrou para jantar. Carmen e Jaime chegaram pouco depois, trazendo algumas sementes de trigo para plantarem no dia seguinte. Por último, Cláudio voltou, trazendo um lindo livro antigo, mas bem conservado, sobre jardinagem.
  Depois do jantar, Dande e os outros adolescentes, juntamente de Henry, se despediram do resto do pessoal de Harmoniosa, e voltaram para casa da Sra. Santos.

Sra: Santos: Bem, está ficando tarde.

  Ela disse assim que entrou em casa, junto dos visitantes.

Ryan: Como assim? Ainda não são nem oito horas!

Sra. Santos: Tem algum compromisso agora a noite mocinho?

Ryan: Bem... Não mas...

Sra. Santos: Então não tem motivo para dormir tarde. Podem assistir um pouco de televisão, se quiserem. Henry, me ajude a ajeitar os quartos.

Henry: Certo mãe!

  Dande e os outros adolescentes até tentaram assistir um pouco na TV, mas a imagem estava tão chuviscada que ele não conseguia distinguir se estavam assistindo uma novela, ou um jornal. Então eles decidiram ajudar a Sra. Santos a arrumar os quartos.
  Pouco depois, tudo estava pronto. Os quatro adolescentes decidiram dividir o mesmo quarto, enquanto Henry foi fazer companhia a sua mãe no quarto dela, dormindo num colchão no chão.
  Em poucos minutos, Dande se viu deitado. O quarto que estavam dividindo, segundo Julie, era o quarto em que ela costumava dormir com a sua irmã mais velha, quando ainda moravam naquela cidade. Haviam duas camas de solteiro nele, e naquela noite, ambas estavam encostadas em paredes opostas daquele quarto. Julie estava em uma, e Marina na outra. Dande e Ryan se deitaram em colchões no chão, entre ambas as camas.

Ryan: Então... Vamos dormir cedo mesmo hoje, né?

Julie: Nós realmente não temos mais o que fazer hoje.

Marina: Saudades da internet.

Dande: Até você Marina?

Marina: Eu me acostumei rápido com a versatilidade dela.

Julie: Verdade, esse é um dos prós dela.

Ryan: O contra é que a gente fica dependente.

Dande: Né. Mas hoje foi um dia ótimo para "desintoxicar". Só eu achei o pessoal dessa cidade super simpático?

Julie: Não, eu também.

Ryan: Eu também.

Marina: As histórias de vida deles são... Emocionantes.

Ryan: De fato.

Dande: Espero que a gente consiga ajudar a melhorar essa cidade.

Marina: Aos poucos, a gente vai longe.

Dande: Concordo. Me pergunto agora o que os nossos amigos estão fazendo lá em salgueiro.

Ryan: Heh, provavelmente aproveitando a vida.

  Eles não demoraram para cair no sono depois disso. Os eventos daquele dia e o uso da magia os deixou cansados, mas nada que uma boa noite de sono não resolvesse. Na manhã seguinte, eles colocariam em prática a fase 2 do plano.

Seasons of an Young LionOnde histórias criam vida. Descubra agora