Coração de Ômega(Romance Gay)[LIVRO 1][Em revisão]

Capítulo 2:Estranhos Visitantes

--- Que interesse o Lorde do Norte teria em uma herege?_perguntou o prefeito Rickon, se aproximando outra vez do cavaleiro de olhos negros.

Os olhos do comandante se estreitaram e ele levou sua mão até o cabo da espada... Eu queria cessar minhas suspeitas sobre o interesse dele na minha mãe... Era magia?Só podia ser. Que outro interesse teriam em uma mulher exilada de uma vila isolada? Minha mãe era talentosa em magia, disso eu sabia. Mas fora isso, não tinha nada de tão interessante na  vida a ponto de ser convocada pela nobreza.

---Isso não diz respeito a você, apenas faça o que foi ordenado e traga Ilíria até mim._ordenou o comandante.

A multidão ficou eriçada, tão curiosa quanto eu em saber sobre essa atitude do Lorde. O modo como o comandante falava o nome dela. Era como se a conhecesse... Aquele homem, seja lá quem ele fosse, tinha algum tipo de relação com minha mãe?!Talvez sim... E se tivesse, eu tinha que descobrir qual era!! De um hora para outra, fui puxado pelo fluxo de pessoas se amotoando na frente da prefeitura. A vila toda devia estar ali, observando os intrusos, observei atento e então, uma mão macia e firme me começou a me levar para longe. Era Franklin e pelo modo como ele tremia, estava preocupado.

Sabia o que ele pensava.

Quando descobrissem que minha mãe estava morta, o que fariam em seguida?! Eles poderiam ir embora de maos vazias para o castelo do Lorde mas... E se descobrissem sobre mim?!E se tentassem me levar a força?! Se isso acontecesse, nunca mais nos veríamos de novo. Nunca mais eu sentiria o calor agradável de Franklin impregnar meu corpo outra vez. Isso não podia acontecer e ele sentia o mesmo que eu.

---A bruxa está morta!_gritou alguém na multidão.---O poder maligno dela não mais amaldiçoa nossas crianças.

E então os gritos e as ofensas explodiram por todos os lados. As pessoas começaram a mostrar seu lado sombrio aos visitantes .O seu verdadeiro ódio por minha mãe. O presunçoso prefeito Rickon até tentou acalmar a situação, mas não adiantou de nada. A multidão alienada só aumentava cada vez mais sua voz irada, proferindo palavras de ódio e rosnando furiosa, como se fossem animais selvagens encurralados. Me virei para encarar o cavaleiro de olhos negros de novo e o vi procurar alguém na multidão. Seria minha mãe que seus olhos buscavam? Se eu fosse com Franklin nunca descobriria.

E eu queria ir com Franklin. Queria garantir que esse homem nunca soubessem da minha existência por ele. Mas a curiosidade... Ela era forte demais. Quem era minha mãe?! De onde ela veio?! Qual a relação dela com este homem? Essas perguntas me paralizaram onde eu estava e Franklin quando percebeu, parou de andar me olhando sem entender nada.

---A bruxa foi queimada e purificada pelas chamas._bradou um dos anciãos que, assim como os outros, se aproximou dos visitantes.---O poder que roubou dos deuses se foi junto com seu corpo carbonizado _terminou, firme e confiante de suas palavras, como um sábio devia ser.--Magia é um pecado contra os deuses e Íliria Boullevard pagou o preço por seu desrespeito.

O comandante fitou o velho nojento de um jeito assustador dando- lhe uma expressão assassina que me arrepiou todo. Ele queria matá-lo, percebi. Seja qual fosse o motivo dele querer minha mãe, era certo de que precisava dela viva para o Lorde e os velhos estragaram seus planos. Deno, o ancião principal, se prostrou contra ele como se quisesse deixar bem claro sua autoridade. E a sensação de pura intensão assassina daquele estranho de olhos negros só aumentou ainda mais.

Em um único sinal do comandante, dois dos seus cavaleiros cravaram suas espadas no estômago de Deno. Suas lâminas, rápidas e letais, abriram um buraco na barriga do velho e o sangue dele jorrou no pátio público como se fosse água saindo de uma torneira. Eu não gostava de Deno, de todos os anciãos, ele era o mais hipócrita. Mas vê-lo morrer daquele jeito, como um suíno, quase me fez ficar com pena dele.