Coração de Ômega(Romance Gay)[LIVRO 1][Em revisão]

Capítulo 14:Batalha no Castelo

                 

                      PoV.Franklin

Primeiro foram o som dos gritos altos e esganiçados, gritos que humano algum seria capaz de produzir. Eu conhecia aquele barulho muito bem, tão bem quanto a palma da minha mão. O grito dos habitantes de gelo eram corriqueiros na vila de Frost e inconfundíveis para qualquer um de lá. Depois disso, veio a grande correria. Soldados cheios de pânico por todos os lados da masmorra indo e voltando da armoria com espadas novas maiores e armaduras mais resistentes. Não era preciso ser muito inteligente para perceber que algo estava acontecendo. O castelo estava sob ataque e as criaturas nojentas de gelo eram os seus inimigos.

--- Tragam mais pólvora da armoria, agora!!._gritou o capitão da masmorra com os seus olhos esbugalhados. ---Ordens de Lorde Apolo. Levem esses barris lá para cima dos muros o mais rápido possível!!

Um grupo de soldados seguiu o comando do capitão, levando vários barris enormes nas costas pelas escadarias da saída. De repente, mais uma explosão. Algumas vigas de pedra que sustentavam a masmorra tremeram com força me fazendo perder o equilíbrio e cair no chão. O que diabos tinha feito isso?!Pólvora alguma faria tão explosão...

---Vamos morrer!!_gritou um soldado enlouquecido pelo medo.---Nada do que fazemos funciona contra aquelas coisas.. Só as deixam mais furiosas!!

O capitão pegou o soldado que gritou isso pela gola da camisa e o encarou furioso sentindo o olhar dos outros soldados concentrados neles... A situação dentro da masmorra era como uma bomba prestes a explodir e eu precisava escapar antes que isso acontecesse.

---Ninguém aqui vai morrer!!_rosnou o capitão, empurrando o soldado, que caiu pálido no chão.--- Atenção todos!! Os Lordes tem planos para destruir todas aquelas coisas, mas precisamos ganhar tempo para eles.. Cada soldado aqui jurou lealdade a família Thell. Onde está a honra de vocês?!

---Plano?!_gritou outro soldado, o guardião das chaves.--- Eles contaram a você?! Como vamos saber se não é apenas uma mentira para manter a ordem entre os soldados?!

O capitão se aproximou do guardião das chaves segurando o punho da sua espada. Parecia preparado para uma  luta a qualquer momento, o que era bem ruim. Se uma rebelião começasse durante a invasão de um exército de habitantes de gelo, todos estaríamos condenados.

---Cuidado com a língua soldado!!_avisou o capitão, saindo em seguida, na direção da armoria.

Foi então que outra grande explosão aconteceu. Dessa vez mais forte do que a última, o suficiente para que as vigas da masmorra terminassem de cair e os pedaços de rocha do teto começando a desabar em cima das nossas cabeças. Nesse momento, os soldados entraram em total pânico, fugindo para as escadas em direção a superfície, incluindo o guardião das chaves, que era a minha única forma de escapar. O meu companheiro de cela, velho Guill, não ajudava muito quando se tratava de formular um plano de fulga.

Sua única reação quando o teto começou a desabar foi se jogar no chão e rezar para o seu Deus estrangeiro por salvação. Era ridículo, pensei... Deuses não ajudam ninguém. Foi como se eles ouvissem os meus pensamentos e zombassem de mim, pois um milagre aconteceu logo em seguida... As paredes da cela cederam por causa dos tremores da masmorra, abrindo uma saída perfeita para nos dois fugirmos. Eu quase passei a cultuar o Deus daquele velho depois do que tinha acabado de acontecer, só não o fiz porque era preciso mais do que uma coincidência para me fazer acreditar em deuses... Hades era o único ser que existia e se algo como o poder divino habitava essa terra, esse algo era ele.

Foi por isso que corri a todo vapor escadaria a cima, sendo ignorado pelos soldados em pânico com um único objetivo em mente. Pega-lo de volta. Tinha que vê-lo outra vez antes de qualquer coisa. Precisava encarar aqueles olhos cinzentos desconfiados direito e dizer que o amava também.