Koh era um dos seis generais demoníacos que comandavam as hordas malignas das crateras arrepiantes de Vollin, era o demônio do deserto, das doenças, das almas perdidas e a primeira serpente do fogo. Ele foi uma das muitas histórias bizarras que minha mãe me contou quando me recusava a acatar sua ordem de dormir cedo. Assim como os homens lobo, as fadas e os anões, os demônios, para mim, não passavam de uma invenção criada pelos humanos para explicar o que não conseguiam compreender.
Mas agora, o que eu pensava ser um mito assustador, estava diante de mim com o mais cruel dos sorrisos. Koh era real demais até para minha segurança e agora, usava tudo o que tinha para conseguir uma brecha e me matar com sua energia cruel e negra. Será que ele tinha nos seguido esse tempo todo?! O que ele queria?!Por que resolveu se mostrar só agora?!
---Apolo... Essa luta é impossível para você..._tentei explicar, sem tirar os olhos do inimigo.---A coisa preta que ele está lançando é cheia de doenças e maldições, você não tem magia como proteção... Se eu te deixar sair, você morre em alguns minutos...Entendeu?
Apolo me encarou inconformado e mesmo depois de ter explicado, ainda pude sentir seu desejo fulgoroso de me proteger no seu coração. Koh não era realmente poderoso. Em termos de força, se comparava a uma fada de casa fraca e de energia a um simples necromante de quarta classe. Sua verdadeira letalidade vinha do fato da que ele possuía uma imensa variedade de doenças que qualquer um sem magia estava propenso a pegar.
---O que você está fazendo aqui?!_perguntei, de olho na sua calda asquerosa.---Não devia ajudar seu mestre a terminar de conquistar a terra das fadas?!
Koh se moveu ao nosso redor como um predador circulava a sua presa e seus olhos reptilianos não paravam de encarar Apolo, em provocação. Meu lobo era orgulhoso como um touro selvagem e aquele maldito sabia disso. Para meu azar, Apolo só ficava cada vez mais furioso e por algum motivo, parecia ser exatamente o que ele queria.
---Você estava nos seguindo não era?!_acusei, tentando ganhar tempo.---Por que?!Foi ele quem mandou você?!O que vocês esperavam descobrir?!Não vai responder nada?.
Koh avançou outra vez, me ignorando totalmente. Estava mais do que claro que seu alvo era Apolo. Mas o motivo me intrigava mais ainda do que a sua estranha confiança.. Por que Apolo em específico?! Qualquer criatura com um mínimo de senso de estratégia daria prioridade a quantidade e não se focaria em duas pessoas, por mais perigosas que fossem. Afinal, não existia exército sem soldados. Era uma regra de estratégia básica.
---Hades... Deixa eu sair...Sei que é perigoso.. mas não temos escolha!!_gritou Apolo, furioso.---Não vê que só ficar se defendendo não vai adiantar nada?!Eu não posso ficar parado esperando ele machucar você.
Mesmo diante de tamanho desespero, seu comentário foi tolo o suficiente para que eu revirasse os olhos. Não era como se eu quisesse ficar naquela brincadeira... Só um idiota atacaria sem saber o que estava fazendo, isso sem falar que Koh não se tornou um dos seis generais a tôa. Não... Tinha algo mais abaixo dos panos... De uma coisa eu sabia, ele não estava sozinho.
---Apolo!!?_ouvi a voz de Lucian gritar de longe.---Hades!?Onde estão vocês dois?!Preciso que você faça seus feitiços de proteção na área do acampamento de novo!!E você irmão, devia estar ajudando nosso pai!!
Não!
Droga!! Maldição!! De todas as horas possíveis essa definitivamente era a pior hora para que Lucian aparecesse com sermões sobre como sexo tinha hora. Ele não podia chegar perto de nós. O mero contato direto com Koh seria o suficiente para mata-lo. Mas mesmo assim, sabendo disso, era só questão de tempo até que chegasse aqui por causa do seu maldito olfato de lobisomem. Senti o desespero tomar conta de Apolo por completo quando Koh avançou com tudo na direção de onde Lucian tinha gritado.
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Coração de Ômega(Romance Gay)[LIVRO 1][Em revisão]
WerewolfHades era só mais um dos centenas de garotos sem sorte que moravam em um vilarejo pobre e abandonado pelo reino. Desde pequeno, demonstrou uma curiosidade e sagacidade assustadora incomum para alguém como ele. Como sua mãe, ele via o mundo de uma fo...