Coração de Ômega(Romance Gay)[LIVRO 1][Em revisão]

Capítulo 22:Demônios e mais confissões apaixonadas

Não sei como aconteceu. Tudo foi muito confuso. Só sei que quando abri meus olhos de novo, me vi dentro de um grande salão cheio de flores com espinhos e galhos retorcidos. Como tinha vindo parar aqui ?, me perguntei confuso e desconfiado, a última coisa da qual me lembrava eram dos olhos dourados de Apolo me encarando do outro lado da cama antes de eu apagar e reaparecer neste local. Eu sabia que era um sonho, que não era real. Mas era diferente de antes... Não  eram somente flashs confusos e instáveis, aquilo era uma projeção da minha mente, se é que esse tipo de coisa era possível. Escutei alguem pigarrear de repente e segui a fonte do barulho até avistar um imponente trono de madeira com rosas e outros ornamentos talhados de forma bem feita. Sentado nele de forma esnobe, havia uma criatura tão bizarra e negra que toda a beleza do ambiente pareceu ter sido sugada por sua obscuridade.. Os seus olhos... Eles eram totalmente negros, igual ao escuro da noite mas ainda assim elae brilhavam, como se tivessem um fogo cruel queimando no seu interior. Ele tinha um par de asas de morcego, que jaziam calmas em suas costas. Ele sorriu e suas presas de animal surgiram ameaçadoras. Mas o pior nem era isso. Aquela aura... A sensação de terror que ele emitia e a vibração de energia negra que ele soltava. Aquilo era... Não... Minha mãe me garantiu quando eu era criança que os Boullervard, a última família de bruxos que ainda existiam entre os humanos, eram os únicos que ainda conseguiam usar...Por isso, seja o que aquela energia perturbadora fosse, não era magia. De repente, fui arrastado e puxado por uma força poderosa até ficar de frente com ele. O ser cheio de trevas sorridente e desdenhoso me avaliou calmo, seus olhos negros brilhantes e seus cabelos vermelhos atentos a mim como se nao quisesse me perder de vista. Apesar de estranho, algo nele me era familiar... Os cabelos... Eu já tinha os visto antes!!!Era ele. O garoto que incendiava o reino de Tríntia nos meus sonhos, o mesmo que comandava as grandes serpentes de fogo!!O que estava acontecendo?!

---Como vai?..._disse ele, sua voz veludosa rasgando meus ouvidos.---Você é mais interessante pessoalmente... Quem diria que uma combinação tão bizarra daria certo!!Uma bruxa e um fae... Por essa eu não esperava, admito.

Tentei dizer alguma coisa mas as palavras se recusavam a sair da minha boca, a pressão que ele emanava sobre mim era muito forte. Era como se um grande espaço de rocha estivesse em cima de mim,me apertando com força contra o chão. Meus pés não se moviam, meu corpo tremia.

---Hahaha.._gargalhou, como se tivesse acabado de contar uma piada para si mesmo.---Ei.. Sabia que bruxas e fadas se odeiam?!Ou se odiavam não é?!As bruxas já eram... Parece que as fadas não gostavam de saber que dentre os patéticos humanos, haviam seres tão fortes que manipulavam a energia chatinha delas...

Continuei parado... Eu não conseguia fazer nada se não ouvir em silêncio as palavras encharcadas de veneno que sua boca soltava. E essa sensação horrível... Que energia cruel era essa?!Era fria, infecciosa e pútrida. Por que eu não conseguia dizer nada?!Pela primeira vez na minha vida, senti medo de morrer. O que ele era, na verdade?!Onde queria chegar com todo aquele papo fiado?Cerrei meus punhos, vibrando de frustração.

---Sabe... Eu conheço a vadia da sua mãe.._confessou, olhando suas garras com total desinteresse.---Ela foi esperta, aquela cretina!!Acredita que nem mesmo eu teria pensando em algo assim?!Meio bruxa, meio fada...._ele voltou a dizer, pensativo.---Não é muito masculino, não é?!E agora, por sua culpa, a família Boullervad decaiu ainda mais..Os homens lobo?!Sério mesmo?!Que piada....

Ele não parava de falar coisas sem sentindo e tudo bem para mim. Mas  insultar a memoria da minha mãe foi a gota d'água. Algo maligno como esse monstro não tinha sequer o direito de pronunciar o nome dela. Minha magia ferveu como um vulcão dentro de mim. E então toda a energia anormal que invadiu e prendeu meu corpo foi expulsa tão rápido quando entrou. Quando a última gota dela deixou meu organismo, senti um alívio tão forte que foi como se eu estivesse prendendo a respiração até agora e finalmente pudesse puxar ar. Quem aquela coisa pensava que era?!Ele não sabia nada sobre mim e muito menos sobre minha mãe.