Capítulo 23:Capital Real e Esqueletos no armário

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Príncipe Raiko

Capital real, Lúria

---Vossa alteza!!_gritou Ren, apressado atrás de mim.---Por favor, não dificulte ainda mais a sua situação!!

---Eu não estou dificultando nada!!retruquei, irritado.---Será que meu pai não consegue entender o significado da palavra indisposição!?

---Mas Alteza... O rei Inácius está em reunião com o rei das fadas!!O senhor como príncipe deve ficar ao lado de seu pai!!

Revirei os olhos, cansado.

Sim.. Eu era a porcaria de um príncipe. O quarto na linha sucessão para ser mais exato. Em toda a minha vida, nunca saí desta droga de palácio. Meu pai não nunca me permitia fazer isso. Eram apenas encontros, reuniões e acordos de paz todos os dias sem parar para um descanso ou apenas um passeio. Tinha como ficar pior do que isso?!Enquanto andava em direção ao meu quarto, fiquei me perguntando que diferença eu teria na reunião com o ser mitológico que de repente, decidiu aparecer voando pela capital real. Meus irmãos já estavam todos lá. Dinus, o meu irmão mais velho e herdeiro do trono já era mais do que suficientemente bom para lidar com a situação.

---Ren... Por favor, pare de me seguir com essa ladainha..._ordenei, sentindo seus passos pesados atrás de mim.---E me diga onde minha mãe se meteu dessa vez...

Ren não respondeu.

Ao invés disso, em um movimento rápido, ficou na minha frente bloqueando minha passagem com seus grandes olhos castanhos me encarando como se eu fosse uma criança teimosa.

---Vossa alteza tem ciência da grave situação da qual todos nos encontramos?_perguntou, me agarrando pelos ombros.---O rei das fadas não veio até aqui para uma visita casual... Ele veio porque seu reino está sendo atacado e eles estão perdendo... Acha que Vossa Majestade vai tolerar suas birras?!

Me soltei do aperto, receoso. Até poucos dias atrás, o rei das fadas não passava de um ser de historinhas para crianças que morava numa colorida floresta encantada. Pensar que agora, ele apareceu na frente de todos mais real do que nunca trazendo consigo um mal presságio de guerra contra algo que nem humano era, não era fácil de digerir.

---Eu entendo, Ren._admiti, derrotado e ele arregalou seus olhos, surpreso.---Mas não vejo vantagem nenhuma em comparecer nessa reunião quando meu pai e meus irmãos mais velhos já estão lá... Não sou político e muito menos guerreiro... Não vejo como minha presença pode beneficiar em algo nessa situação.

Ren cruzou os braços, suspirando como sempre fazia quando eu dizia algo assim.

---Você é o príncipe Raiko, amado pelo povo._falou, me surpreendendo.---Sua presença é mais do que política ou bélica, ela é diplomática... O povo precisa se sentir seguro depois de ver um cara voador entrar no palácio e neste momento você é essencial.

Por mais que eu odiasse admitir, a lógica de Ren estava correta. Eu não tinha pensado em como as pessoas estariam depois disso tudo. Eu estava mais preocupado comigo mesmo e isso me deixou mal porque eu era um príncipe, protegido pelos soldados. Eu recebia do bom e do melhor com o dinheiro do povo enquanto ele vivia por conta própria. Eles precisavam de alguém que os defendessem, no mínimo.

Por isso, a contra gosto mudei meu percusso com Ren do meu lado na direção do exaustivo conselho de guerra que meu pai estava fazendo neste exato momento. Passei pelo corredores em silêncio enquando os vários servos do palácio cochichavam nervosos entre sí sobre os tais homens alados. Quando cheguei na sala do trono, entendi do que eles falavam.

Ao lado do meu pai, olhando para o mapa do reino na mesa do conselho estava um grande homem. Mas até aí ele não era nada demais. O impressionante veio depois com suas duas grandes asas de ave que saiam das suas costas, vermelhas e brilhantes,c omo se fossem chamas. A medid que me aproximava dele fui percebendo suas outras diferenças. As suas orelhas eram pontudas e da sua boca saltavam duas presas grandes afiadas.

Coração de Ômega(Romance Gay)[LIVRO 1][Em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora