Quando Franklin terminou de contar tudo o que ele havia sofrido nas mãos de Apolo, eu não sabia se ficava furioso ou decepcionado. Apolo não tinha o direito de fazer isso com alguém tão importante para mim. Isso foi cruel e doentio e... Não adiantava eu ficar desse jeito agora... Por mais que eu estivesse abalado, os gritos anormais vindos dos muros do castelo me mantiam no controle das minhas emoções. Eu não tinha tempo de sentir raiva ou revolta enquanto monstros atacavam pessoas inocentes por minha culpa.
Eu tinha que agir.
Enquanto eu disparava a caminho da batalha, em todo o percusso, eu senti o olhar de Franklin sobre mim. Ele estava desconfiado. Porque, embora eu estivesse furioso com Apolo por ele ter me enganado, conspirando junto do pai para tirar Franklin do caminho e tentado matá-lo no processo, eu ainda me preocupava muito com ele. Eu não queria que ele morresse e esse desejo ainda me dominava mesmo agora.
Soube que eu tinha chegado no epicentro da batalha quando eu vi as dezenas de corpos retalhados de soldados por todos os lados. Os poucos soldados que ainda restavam para proteger os muros estavam feridos ou amedrontados demais para tomar uma atitude útil quanto a deter a invasão dos monstros. Andei até a beirada do muro para checar a situação... Eu queria ver quantos habitantes ainda nos atacavam do lado de fora... Arranhando as paredes de pedra com as suas bocas salivando de fome haviam mais de dez. Sendo dois deles do tipo anormal que era praticamente impossível de matar. Me afastei da beirada com o rosto torcido de frustração... A nossa situação era a pior possível e se tudo continuasse como estava, Toca do Lobo viraria um grande e sangrento cemitério coberto de neve e ossos em breve...
---Ei você!!_gritei e o soldado olhou para mim, cheio de medo nos olhos.---Preciso que você faça uma coisa...
Quando ele viu que era eu, seus olhos se encheram de fúria e o mesmo veio correndo e gritando com a sua lança apontada na minha direção, como se eu tivesse trazido todos esses monstros de propósitos por puro prazer. Antes que pudesse paralizá-lo com magia, Franklin já estava em cima dele imobilizando seu corpo enquanto apertava uma faca de caça contra a garganta dele. Eu estava chocado demais para sequer me mover pensando nisso, no fato de que aquele soldado simplesmente tentou me matar como se eu fosse um dos mosntros. E Franklin... Mesmo depois de vê-lo em ação tantas vezes, ainda ficava impressionado com o quão ágil ele podia ser.
---O que fazemos agora?_perguntou Franklin, me encarando preocupado.
Não respondi de imediato. Eu ainda estava processando a atitude do soldado. Mas depois de ouvir gritos desesperados de dor não muito longe de onde eu estava, me agachei ficando cara a cara com o idiota da lança que tentou me matar. Seu rosto estava cheio de sangue e brilhava de suor.
---Maldito Lorde Demônio._rosnou ele tentando se soltar.---Isso tudo é culpa sua... Meus amigos. Por sua culpa eles morreram...
---Minha culpa?_repeti indignado e depois suspirei.---Olha... Se quiser tentar me matar, eu deixo mas agora precisa me ajudar... Claro, isso se você quiser que toda sua gente sobreviva aos monstros cheios de dentes que estão lá embaixo...
Franklin me encarou assim com o próprio soldado, que embora ainda estivesse furioso, parecia me ouvir.
---Eu cuidei de todos os habitantes de gelo dentro do castelo..._revelei, vendo ele arregalar seus olhos.---Aquela grande explosão a meia hora atrás? Pois é... Fui eu. Os refugiados estão seguros por enquanto, mas se não dermos um jeito nisso agora..._continuei, apontando para baixo, para onde os monstros estavam.---Todos nós vamos virar carne fresca no jantar... Então ou você me ajuda ou você morre... E acredite, não sou eu quem vai matá-lo.. Sendo franco, considerando o que sei sobre essas coisas, matar você seria menor do deixar aquelas coisas fazerem isso.
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Coração de Ômega(Romance Gay)[LIVRO 1][Em revisão]
WerewolfHades era só mais um dos centenas de garotos sem sorte que moravam em um vilarejo pobre e abandonado pelo reino. Desde pequeno, demonstrou uma curiosidade e sagacidade assustadora incomum para alguém como ele. Como sua mãe, ele via o mundo de uma fo...