Prólogo

2.2K 133 12
                                    

  

   O rei Marklon de Ilíria observava com terror a cena de guerra ao seu redor. Ele juntamente  com alguns cavaleiros e seu conselheiro tinham ido até Cyrin onde houve um verdadeiro banho de sangue. Marklon que se considerava um rei justo sentiu arrependimento ao olhar a carnificina ao seu redor.

   -Lutaram sem armas. Há apenas o emblema de Ilíria nas que encontramos. –Um dos cavaleiros observou descendo do seu cavalo e pegando uma espada do chão. –Vejam.

     Marklon inalou o cheiro de morte e seu estômago se revirou. Como deixou as coisas chegarem aquele ponto? Depois que sua rainha perdeu mais um bebê ainda no ventre ele tinha se tornado relapso nos assuntos a respeito do que era melhor para o reino, e a consequência estava diante dos seus olhos. Ele carregava o peso da culpa nas costas, mas havia também outro responsável por aquela atrocidade.

     Descendo do seu cavalo em um único movimento o rei caminhou na direção do seu conselheiro e o arrancou do seu cavalo com um puxão. O homem gritou surpreso quando seu corpo se chocou contra o chão manchado de sangue e se ergueu rapidamente com uma careta de asco contorcendo seu rosto aristocrático.

     -Você disse que eles eram uma ameaça. –Marklon rosnou na sua direção.

     Seus cavaleiros haviam descido dos seus cavalos e agora observavam a cena com expressões impassíveis, mas o brilho feroz nos seus olhos indicavam que estavam tão furiosos quanto o seu soberano.

     -Meu senhor, essa raça de bruxos crescia desenfreada... –O conselheiro se apressou em justificar, tremendo diante da ira do seu rei. –Em um futuro próximo poderiam se tornar um problema para o senhor e para Ilíria. É melhor arrancar o joio enquanto ainda não danificou o trigo.

     Diante dessas últimas palavras ditas de forma tão fria Marklon perdeu o controle e bateu no rosto do homem com as costas da mão, fazendo-o perder o equilíbrio e voltar ao chão. Em parte que ele sabia que era verdade. Os povo de Cyrin havia crescido em uma velocidade alarmante nos últimos anos, tendo testemunhas que afirmavam que eles mexiam com magia e as forças desconhecidas da terra (o que talvez fosse uma verdade devido a quantidade de soldados de Ilíria mortos e a ausência de armas por parte de Cyrin). Apesar disso eles nunca foram um problema para Ilíria e Marklon duvidava que um dia chegariam a ser. A prova estava ao seu redor. Mesmo tendo matado uma grande quantidade de soldados do reino, Cyrin caiu.

     -VOCÊ FEZ DE MIM UM ASSASSINO! –Gritou colérico. –Olhe ao seu redor! Acha que essas pessoas poderiam algum dia se voltar contra o seu rei?!

     O conselheiro passou a tremer e gaguejar palavras desconexas quando o rei o largou no chão e desembainhou sua espada, que antes fora do seu pai e do pai dele antes disso. Ao ver o brilho do metal prateado os olhos do conselheiro faltaram pouco saltarem para fora das órbitas e ele juntou as mãos em súplica.

    -Meu senhor... Tenha misericórdia. –Implorou.

     Marklon o ignorou e puxou seus cabelos até que ficasse com a cabeça curvada para frente. E com um golpe certeiro da sua espada, arrancou sua cabeça sem nenhum remorso.

     -O seu sangue pelo deles. –Cuspiu sob o cadáver.

     Estava voltando a embainhar a espada quando um de seus cavaleiros chamou a sua atenção.

     -Meu rei! Encontramos uma sobrevivente!

     Mais que depressa todos correram naquela direção, mas não estavam prontos para a cena que veriam.

A Bruxa - EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora